Em “reviravolta inesperada” Marfrig (MRFG3) compra fatia da BRF (BRFS3); BTG mantém recomendação neutra

A Marfrig Global Foods (MRFG3) passou a deter, na última sexta-feira (21),  196.869.573  ações ordinárias de emissão da BRF (BRFS3), o equivalente a 24,23% do capital social da dona da Sadia. De acordo com os analistas do BTG Pactual, que mantiveram  sua recomendação neutra em relação às duas empresas, a aquisição aconteceu como “uma reviravolta inesperada e sem precedentes”.

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Em relatório assinado pelos analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, o BTG destaca que “embora a Marfrig tenha descartado a possibilidade de implementar mudanças de curto prazo na BRF, acreditamos que isso deve ser apenas um questão de tempo”.

Ao longo dos anos a Marfrig expandiu seus negócios para diversas direções diferentes, como a Seara, Moy Park, por exemplo. Frente a isso, os analistas destacam que em todas as ocasiões a companhia optou por deter uma participação  majoritária, que lhe daria direito a exercer controle sobre as operações.

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“Portanto, com base no perfil e histórico da Marfrig, e sabendo de sua tentativa anterior de fundir as duas empresas, esperamos que a Marfrig de alguma forma coloque seu pé no conselho durante a eleição do conselho do próximo ano e gradualmente começar a implementar sua própria agenda”, salienta o BTG.

Além disso, Duarte e Brustolin acreditam que a aquisição não acaba por aqui, e apontam que a questão chave é o próximo passo. De acordo com o estatuto da BRF, um acionista que adquirir uma participação de 33,3% ou mais deve lançar uma oferta pública para a compra de todos os papéis remanescentes com um prêmio de 40% para a média preço das ações dos 30 ou 120 dias anteriores, o que for mais alto.

Nesse sentido, o BTG entende que “a assinatura de um acordo de acionistas que leva a uma posição consolidada acima deste limite também acionaria uma oferta pública de ações, o que provavelmente limita a extensão de qualquer associação entre a Marfrig e outros grandes acionistas da BRF. E mesmo para a Marfrig, uma oferta pública para adquirir a totalidade das ações da BRF seria muito grande. Então o mais claro a lógica que vemos é que a Marfrig coloque um pé na BRF e comece a trabalhar para um integração mais profunda que eventualmente resultaria em uma fusão”.

Ainda segundo os analistas, se o objetivo final da aquisição é a fusão das duas empresas, “a entidade consolidada nasceria gigante”.

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Por sua vez, o Goldman Sachs aponta, em relatório, que “dados os diferentes ciclos de negócios e dinâmica da cadeia de abastecimento de carne bovina vs. frango e suína, veríamos oportunidade para sinergias operacionais materiais no caso de uma combinação de negócios entre os ativos da BRF e da Marfrig. No entanto, acreditamos que as eficiências potenciais podem surgir em áreas como distribuição, marketing e branding”.

Cotação da Marfrig e BRF

Por volta das 15h40 dessa segunda-feira (24), a ação da Marfrig (MRFG3) operava em queda de 3,27%, valendo R$ 17,46. Por sua vez, o papel da BRF (BRFS3) também estava sendo negociado em queda, de 3,12%, valendo R$ 26,09.

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Laura Moutinho

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