Receita Federal: alta na arrecadação indica uma recuperação econômica

O chefe do centro de estudos tributários e aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, expressou nesta quinta-feira (1) otimismo em relação à recuperação econômica do Brasil devido ao aumento da arrecadação de impostos e contribuições federais durante o mês de agosto.

De acordo com a Receita Federal, o crescimento da arrecadação indica que a economia está se recuperando após o pior momento da crise decorrente da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Os principais indicadores macroeconômicos já indicam a recuperação da atividade econômica”, ressaltou.

Os dados registraram uma arrecadação de impostos e contribuições federais de R$ 124 505 bilhões no mês de agosto, o melhor resultado para o mês desde 2014. O valor indica um aumento real de 1,33% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo a primeira alta em comparação anual registrada desde janeiro.

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A retomada do pagamento de impostos diferidos durante a pandemia da covid-19 alcançou o valor de R$ 17,294 bilhões em agosto, ao passo que as previsões da Receita era de R$ 23,220 bilhões naquele mês.

“Verificamos que o crescimento das compensações tributárias foi usado para quitar os valores diferidos”, informou Malaquias. O Fisco destacou que as compensações tributárias cresceram 97,88% no mês em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 18,096 bilhões.

Enquanto o recolhimento de IRPJ e CSLL, por estimativa mensal, caiu 31,60% em agosto em comparação com agosto de 2019. Já a apuração por balanço trimestral apresentou alta de 19,94% na mesma comparação. No lucro presumido, houve queda de 3,19%.

Segundo Malaquias, o resultado do desempenho positivo trouxe otimismo ao Fisco, que informou acreditar que o mês de setembro também trará bons resultados. “Já passamos do ponto de inflexão e estamos em trajetória ascendente da arrecadação. A arrecadação de setembro será positiva e muito melhor que a de agosto”, declarou.

As medidas anticíclicas adotadas pelo governo durante a crise gerada pela pandemia do coronavírus foram bastante assertivas e possibilitarão uma retomada mais rápida da economia, informou o chefe do centro.

“As medidas buscaram preservar a saúde das empresas e estamos com uma visão otimista sobre retomada da economia. O diferimento de tributos, a liberação de crédito e as medidas para a preservação do emprego possibilitaram uma retomada mais forte das empresas”, concluiu.

Receita Federal fala sobre “IOF zero”

Malaquias também afirmou que o governo debate uma nova prorrogação, até o fim de 2020, da suspensão da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre operações de crédito.

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A suspensão da cobrança foi anunciada no começo de abril, por 90 dias, e renovada por mais 90 dias em julho. Segundo a Receita Federal, a medida custará R$ 14 bilhões ao governo nesses 180 dias.

“O IOF é tributo regulatório, que pode ser flexibilizado a depender da situação econômica. O governo discute sim a prorrogação dessa medida de IOF no crédito até o fim deste ano. Isso pode ser discutido também para 2021, se houver necessidade, mas não há nada ainda que aponte para isso”, finalizou o chefe do centro de estudos tributários e aduaneiros da Receita Federal.

Com informações do Estadão Conteúdo

Rafaela La Regina

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