Radar: dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4), Oi (OIBR3) suspende assembleia de credores e analistas preveem bons resultados para o Banco do Brasil (BBAS3)

Petrobras (PETR4) definirá na quinta-feira (25) o destino dos R$ 43,9 bilhões retidos após a divulgação do último balanço trimestral.

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As expectativas eram de que a cifra deveria ser paga em dividendos extraordinários da Petrobras, contudo os bilhões foram retidos em uma reserva de remuneração de acionistas, o que frustrou o mercado e ocasionou uma queda relevante dos papéis PETR4.

Segundo o advogado e conselheiro de administração da Petrobras, Francisco Petros disse ao jornal Valor Econômico, a companhia tem condições de pagar 100% dos proventos.

Em entrevista dada ao Valor, Petros declarou que ‘há caixa’ para a distribuição e isso não prejudicaria os investimentos da companhia.

“Do meu ponto de vista, há caixa e deve-se pagar 100%, e essa minha escolha olha para os objetivos e interesses da companhia”, disse.

O conselheiro ainda acrescentou que o conselho decidiu não distribuir em março e recomendar o tema para apreciação em assembleia: “Essa questão será examinada na assembleia, mas, como eu não pertenço ao governo, não posso opinar”, disse.

A Petrobras já chegou a propor pagar somente 50% do valor em dividendos, mas a decisão só será tomada na próxima quinta, dia 25 de abril.

Além de Petrobras, confira outros destaques desta quarta-feira:

Raia Drogasil (RADL3) vai pagar R$ 84,3 milhões em dividendos; veja valor por ação

  • O pagamento de proventos da Raia Drogasil vai ser feito até 31 de maio de 2024, não estando prevista qualquer correção monetária.
  • Os dividendos serão distribuídos apenas aos investidores com posição comprada no fundo até o final da sessão de hoje (17) na bolsa de valores.
  • Por essa razão, a partir de amanhã (18), as ações da Raia Drogasil vão passar a ser negociadas como “ex-dividendos”, ou seja, sem direito aos proventos da companhia.

Banco do Brasil (BBAS3) ou Itaú (ITUB4): XP prevê que resultados do 1T24 vão animar mais o mercado

  • Banco do Brasil (BBAS3) deve continuar sua trajetória de crescimento robusto na carteira de crédito, em conformidade com o guidance (desempenho) estabelecido de 8% a 12% no primeiro trimestre deste ano (1T24), prevê a XP Investimentos em relatório divulgado ao mercado sobre as projeções dos principais bancos no primeiro trimestre de 2024. Com desaceleração acima do previsto no setor do agronegócio, os analistas projetam resultado líquido das operações correntes de R$ 8,7 bilhões, resultando em uma rentabilidade do capital próprio (ROE) de 21,3%.
  • Os estrategistas dizem também que o banco deve ter um aumento na margem financeira bruta de 14% em comparação com o ano anterior, embora tenha havido uma diminuição de 6,6% em relação ao trimestre anterior (4T23), principalmente devido a operações de crédito mais modestas. Em relação à taxa de inadimplência (NPL acima de 90), é previsto um ligeiro aumento de 10bps para 3,0%, um dos mais baixos do setor, refletindo o perfil defensivo da carteira do BB.
  • Para o Itaú (ITUB4), a XP espera um crescimento de apenas um dígito na carteira de crédito do banco, impactado pelas festas de fim de ano e pelo menor número de dias úteis. A Receita de Juros Líquida do Itaú (NII) deverá ser impulsionada pelo aumento da carteira de crédito, enquanto o NPL deve se manter estável. O custo do crédito deve continuar a sua tendência descendente, resultando em um sólido crescimento do resultado líquido do Itaú e um ROE de 16,1%.

Braskem (BRKM5): Safra retoma cobertura e vê incertezas na tese de investimento; ações caem

  • O Banco Safra retomou a cobertura da Braskem (BRKM5) com uma recomendação neutra e preço-alvo de R$ 27 por ação para os próximos 12 meses, o que implica um potencial de valorização de 18%.
  • Nesta quarta-feira (17), as ações da Braskem fecharam em queda de 2,09%, cotadas em R$ 22,44. 
  • De acordo com as estimativas do Safra, a Braskem está sendo negociada atualmente a um múltiplo EV/EBITDA de 8,2x para 2024, acima de sua média de 5 anos de 5,7x e com um desconto de 19% em relação a seus pares, ficando abaixo do desconto histórico de 5 anos de 21%.
  • Sobre o risco envolvendo a Braskem em Alagoas, os analistas avaliam que o valor final do passivo relacionado ao evento no Estado ainda é incerto, pois as decisões judiciais finais sobre alguns dos processos ainda estão pendentes. 
  • “As provisões atuais são baseadas em estimativas e premissas que podem ser alteradas no futuro devido a novos fatos e circunstâncias. Essa incerteza não apenas representa um risco de valuation, mas também pode atrasar a conclusão da venda da participação da Novonor na Braskem”, diz o Safra. 
  • Além disso, o Safra vê uma maior produção de produtos à base de biomassa, como o polietileno (PE) verde ou o início da produção de polipropileno (PP) verde, fornecendo alguma proteção contra os ciclos petroquímicos, já que esses produtos tendem a ser precificados com base em custo mais.

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Oi (OIBR3) suspende Assembleia de credores pela 4ª vez; entenda

  • Oi (OIBR3) adiou mais uma vez a Assembleia Geral de Credores (AGC). Esta é a quarta suspensão da reunião.
  • Desde 5 de março, quando começou a AGC da Oi, a reunião sofre com adiamentos em razão de detalhes técnicos e melhor organização dos credores para a ocorrência.
  • Nesta quarta-feira (17), a Assembleia foi adiada para que credores financeiros internacionais possam finalizar os termos do acordo acertado com a companhia em 10 de abril. A decisão teve aprovação de 58,51% dos participantes, que têm créditos negociados no processo de recuperação judicial da Oi.
  • “Estamos muito perto de ter o plano finalizado, com todas as variáveis do texto para consideração dos credores, mas ainda precisamos de algumas horas de trabalho para chegar lá”, afirmou Giuliano Colombo, advogado que representa bondholders, ressaltando que as negociações evoluíram nas últimas semanas.
  • A AGC agora está prevista para ser retomada na quinta-feira (18), a partir das 14h, no Rio de Janeiro.
  • O “stay period”, período de veto à execução de dívidas da Oi, também foi prorrogado até amanhã.
  • Segundo o diretor jurídico da Oi, Thalles Paixão, a empresa aceita a proposta que foi encaminhada pela maioria dos credores.
  • Paixão enfatizou, porém, a necessidade de injeção de recursos na tele. “A companhia tem uma necessidade muito grande de liquidez, e o cronograma cada dia mais fica mais desafiador”, alerta Paixão.

Arezzo (ARRZ3) e Grupo Soma (SOMA3): empresas perdem R$ 2,5 bi em valor de mercado após fusão, diz coluna

  • Dois meses após o anúncio da fusão entre Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3), anunciada em 31 de janeiro, as empresas vêm enfrentando dificuldades em convencer investidores dos ganhos do negócio do que em cravar a tendência da próxima estação, segundo a coluna do Broadcast/Estadão.
  • À época do anúncio, lembra a publicação, a Arezzo (ARZZ3) valia R$ 6,97 bilhões, enquanto o valor de mercado do Grupo Soma era de R$ 6,05 bilhões. Atualmente, a Arezzo vale R$ 5,7 bilhões – mesmo tendo se tornado uma empresa bem maior – enquanto o Grupo Soma (SOMA3), incorporado, perdeu quase 20% de seu valor de mercado e vale R$ 4,85 bilhões.
  • Entre os motivos, diz o Broadcast, estão dúvidas quanto à capacidade de integração das companhias, questionamentos sobre a saúde da operação da Hering (comprada pelo Soma em 2021) e o endividamento da empresa.
  • Vale lembrar que o Grupo Soma adquiriu a Hering há quase três anos. Em abril de 2021, a companhia pagou R$ 5,1 bilhões pela concorrente, com o objetivo de formar o que é chamado de “house of brands” e se tornar uma grande gestora de marcas desejadas pelos consumidores – desde então, o valor de mercado do Soma caiu quase 60%, ressalta a coluna.
  • A Arezzo também tentou adquirir a Hering 11 dias antes do Grupo Soma, por R$ 3,2 bilhões.

Bradesco BBI troca B3 (B3SA3) por Sabesp (SBSP3); veja 3 mudanças na carteira de ações

  • De olho no índice MSCI Brasil, o Bradesco BBI removeu a B3 (B3SA3), Allos (ALOS3) e Vamos (VAMO3) de seu portfólio.
  • Em relatório dos analistas Thiago Pereira e Murilo Riccini, o banco defendeu que o mercado de ações do Brasil continua atrativo.
  • Apesar do desempenho abaixo do esperado no acumulado do ano, considerando a queda de 12,3% do índice MSCI Brasil em dólar, o BBI defende que ainda há condições para que o índice de ações registre ganhos próximos a 30% para o resto do ano, acima da taxa Selic média – na faixa dos 10% até o final do ano, segundo a casa.
  • “Nossa visão positiva baseia-se na materialização esperada de eventos econômicos globais e domésticos favoráveis”, dizem os analistas.
  • No relatório, os principais impulsionadores esperados para o mercado brasileiro são:
  • Ajuste fiscal do Brasil;
  • Taxas de juros mais baixas;
  • Crescimento sólido dos lucros;
  • Menos ruído político;
  • Ciclo de flexibilização monetária global.
  • Baseando-se no benchmark do índice MSCI Brasil, de ações selecionadas pela Morgan Stanley, a equipe do Bradesco BBI prevê que o crescimento do lucro por ação pode crescer até 10% em 2024 e 2025.
  • Com isso, o Preço/Lucro (P/L) futuro para 2024 fica 40% abaixo da média de 10 anos.

Da Petrobras ao Banco do Brasil, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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