Radar: Méliuz (CASH3) acelera e lidera altas na Bolsa, fazenda do FII BTRA11 pede recuperação judicial; Hypera (HYPE3) vai pagar R$ 194,7 mi em JCP

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta (21), sem restrições, a compra dos 51% de participação da Petrobras (PETR4) na Gaspetro pela Compass, da Cosan (CSAN3).

O placar do julgamento foi apertado: três conselheiros votaram por impor condições e quatro pelo aval sem restrições. Como antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, parte do conselho demonstrou preocupações de que a transação da Gaspetro crie uma nova “gigante do gás”, com a Compass passando a ter uma participação de mercado muito grande, principalmente em Estados como São Paulo e Santa Catarina.

A principal divergência durante o julgamento foi sobre a necessidade de tornar ou não obrigatória a venda de 12 distribuidoras pela Compass. Durante o processo, a empresa apresentou, voluntariamente, um plano de negócio que prevê o desinvestimento de uma dúzia de empresas, de um total de 18 adquiridas no negócio.

Segundo o Broadcast apurou, as empresas a serem vendidas estão localizadas em Estados como Acre, Roraima e Alagoas e não incluem mercados consumidores do Sul e Sudeste.

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O relator do processo, Luiz Hoffmann, votou pela aprovação da compra da Gaspetro sem restrição por entender que a intenção apresentada pela Compass de se desfazer de distribuidoras é suficiente. “Quando a Compass vem aos autos e explica seu plano de negócios, eu não posso tratar isso como uma informação irrelevante. É uma informação essencial e que, se não comprovada, pode levar a revisão da operação”, completou o conselheiro Gustavo Augusto, que acompanhou o voto do relator.

Já o conselheiro Luiz Braido apresentou voto divergente em que tornava obrigação a venda, em até três anos, das 12 empresas. O voto também determinava que a Compass e demais empresas da Cosan não poderiam celebrar novos contratos de comercialização de gás no mercado livre nas regiões em que tivesse controle em companhias regionais de distribuição.

“A Compass informou que as vendas fazem parte do seu plano de negócio, porém planos de negócio podem mudar, principalmente quando há incentivos”, completou o conselheiro Sérgio Ravagnani, que votou com Braido.

A maioria acompanhou o relator, levando à aprovação do negócio sem restrição.

Além da Petrobras, confira outros destaques desta segunda-feira:

Fazenda do FII BTRA11 pede recuperação judicial; cotas despencam 16,49%

  • Os arrendatários da Fazenda Vianmancel, que faz parte do Fundo Imobiliário BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11), estão pedindo recuperação judicial. O ativo representa aproximadamente 24% do total do FII BTRA11. A operação está em cerca de R$ 81 milhões. O fundo tem valor de mercado de R$ 342,2 milhões.
  • Nesta quarta-feira (22), o BTRA11 afundou 16,49%, cotado a R$ 84,92. Na abertura do dia, o valor era de R$ 101,69.
  • O BTG Pactual (BPAC11) celebrou um compromisso de compra e venda com Milton Paulo Cella, dono anterior da Fazenda Vianmancel, para a aquisição do ativo em agosto de 2021. No total, a transação adicionaria mensalmente R$ 0,22 por cota nos dividendos dos cotistas, na época do negócio.
  • Após o fechamento do mercado nesta quarta (22), o fundo divulgou um fato relevante reconhecendo o pedido de recuperação judicial realizado pelos arrendatários, mas que não detinha os autos do processo, já que a ação corre em sigilo. O BTG também informou que há outras ações judiciais movidas por um credor de Cella, que questiona a operação entre o fundo e o antigo proprietário.
  • Localizada em Nova Maringá, no Mato Grosso, a fazenda possui área total de aproximadamente 3.148 hectares e produz, majoritariamente de milho e soja. O fundo destaca ainda que, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a região liderava os rankings nacionais em produção de soja, milho, algodão dentre outros, no período da aquisição.
  • De acordo com fato relevante enviado pelo BTG Pactual no período, o objetivo é “a aquisição de terras agrícolas produtivas (rurais e urbanas) e em fase de transformação (oportunisticamente) localizadas nas principais regiões do território brasileiro”.
  • No documento judicial, a solicitação foi feita por Milton Paulo Cella, Roseli Amália Zuchelli Cella e Vitor Augusto Cella, e o texto aponta um passivo de R$ 327,6 milhões.
  • “Requerem, inicialmente, o diferimento das custas processuais, ao argumento de que, tomando-se por base o valor da causa, o total das custas de distribuição perfaz a quantia de R$ 87.895,00, e que não possuem condições, ‘neste momento, de pagar integralmente o valor (…) sem prejudicar diretamente seu fluxo de caixa’. Alternativamente, pugnam pelo parcelamento, como previsto pelo Código de Processo Civil”, diz trecho.

Americanas (AMER3) demitiu cerca de 400 pessoas nos últimos dois meses

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  • A Americanas (AMER3), dona da Submarino e Shoptime, realizou aproximadamente 400 demissões no país nos últimos dois meses, de acordo com o site layoffsbrasil.com, que foca em recolocação de profissionais de tecnologia.
  • Conforme apuração realizada pela agência Reuters, a varejista disse em nota que, “como uma das maiores empregadoras do país e com mais de 43 mil colaboradores em todas as regiões, ajustes de quadro e adequação de perfis profissionais garantem eficiência e a estratégia de longo prazo em seus negócios”.
  • A Americanas não detalhou quantos profissionais foram desligados. O site Layoffs Brasil aponta que as áreas em que houve demissões são majoritariamente de tecnologia: UX Research, Product Design, UX Writer, Product Manager, QA, Legal, Tech Recruiter, Back-end, Customer Experience, Marketing, UX Design e Product Owner.
  • O episódio ocorre em momento de alto crescimento para companhias que focam em tecnologia.
  • Com o cenário de altos juros no país, além da inflação elevada, muitas dessas empresas têm repensado suas estratégias.
  • Nesta terça (21), a fintech de pagamentos Ebanx anunciou a demissão de cerca de 20% dos empregados, cerca de 340 pessoas, citando o “ambiente macroeconômico”.
  • O site também apontou que a Shopee, plataforma de e-commerce de Singapura e que agitou o setor no Brasil, também fez cerca de 50 demissões recentemente.

Cade aprova com restrições compra da Extrafarma pela Pague Menos (PGMN3)

  • Foi aprovada pelo Cade nesta quarta-feira (22) a compra da Extrafarma, da Ultrapar (UGPA3), pela Pague Menos (PGMN3). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu aval à operação com restrições.
  • Com isso, o grupo farmacêutico passa a contar com cerca de 1,5 mil lojas e torna-se o segundo maior do país em número de dependências.  O primeiro é a Raia Drogasil.
  • A Pague Menos terá que vender, em 180 dias, oito unidades da Extrafarma no Nordeste para obter o aval do Cade.
  • De acordo com o conselheiro Gustavo Augusto, relator do caso, a ação torna-se necessária para evitar uma maior concentração excessiva do negócio nas localidades específicas da região nordeste do país.
  • Uma das empresas interessadas em adquirir as farmácias da região é a rede Bruno Farma (Drogaria Ultrapopular Itapipoca).
  • Em 2021, a Ultrapar Participações vendeu a totalidade das ações da Extrafarma (Imifarma Produtos Farmacêuticos e Cosméticos S.A.) para o grupo farmacêutico Pague Menos.
  • O valor total da venda da Extrafarma é de R$ 700 milhões e está sujeito a ajustes devido a variações de capital de giro e à posição da dívida líquida da companhia no fechamento da operação.

Hypera (HYPE3) vai pagar R$ 194,7 milhões em JCP; veja valor por ação

  • A Hypera (HYPE3) anunciou nesta quarta-feira (22) que vai pagar R$ 194,7 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas.
  • O valor dos proventos por ação será de R$ 0,30, que serão pagos até o final do exercício social de 2023.
  • Apenas os investidores com ações da Hypera no dia 27 de junho de 2022 poderão receber os rendimentos. A partir do dia 28 de junho, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
  • Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
  • O valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%, resultando em aproximadamente R$ 0,26 por ação.

IRDM11 revela estratégia para aumentar distribuição de dividendos

  • A gestão do fundo imobiliário Iridium Recebíveis Imobiliários FII (IRDM11) comunicou aos cotistas nesta terça-feira (21) sua estratégia para o crescimento de seus resultados. A gestora também explicou seu regime de distribuição de dividendos, mostrando que existem valores que ainda poderão ser distribuídos ao longo do ano.
  • No geral, os CRIs que fazem parte da carteira do fundo pagaram proventos maiores devido ao crescimento da receita de juros e da correção monetária.
  • Além disso, a gestora revelou que os FIIs que compõem o portfólio do fundo também trouxeram um rendimento expressivo, mesmo com a ênfase em reduzir sua exposição no segmento. Diante disso, o IRDM11 afirmou que optou por escolher fundos de papel em relação aos fundos de tijolo.
  • A gestora também destacou a recente alta nos índices mensais de preços, em especial o IPCA, sendo que alguns ativos atrelados ao índice tiveram resultados acima do que geraram em caixa no mesmo período. Porém, essa variação será distribuída ao longo dos próximos meses.
  • A gestão do IRMD11 ressaltou que a carteira do fundo permanece adimplente. Porém, o caixa está um pouco abaixo do esperado e o processo de reciclagem da carteira de CRIs e FIIs continua: o objetivo é melhorar o retorno e mitigar os riscos.
  • O fundo diz que existem atualmente spreads de crédito maiores nas emissões primárias de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Por isso a gestora manterá uma postura ativa, priorizando a utilização do caixa e a redução da posição em FIIs, para aumentar a posição em CRIs, elevando a taxa média de retorno da carteira.
  • Prova disso são os dividendos do IRDM11, que foram maiores este mês, distribuindo R$ 1,35 por cota. Isso equivale a uma remuneração líquida de imposto de renda de 159,19% do CDI, sendo o maior rendimento do fundo pago em 2022.

Méliuz (CASH3) sobe 7,6% e lidera maiores altas do Ibovespa; entenda os motivos

  • A Méliuz (CASH3), nesta quarta-feira (22), subiu 7,69% no Ibovespa, cotada a R$ 1,26.
  • Durante o dia, a fintech de criptomoedas Alter, adquirida pela Méliuz há mais de um ano, anunciou que vai descontinuar sua plataforma.
  • “A infraestrutura do Alter será encerrada totalmente em 6 de agosto de 2022 e os serviços serão encerrados. Por isso, não será possível manter seus bitcoins e reais em sua AlterConta”, diz nota no site da empresa de cripto.
  • Alexandre Achui, head da Mesa Private de ações e sócio da BRA, destaca que a fusão entre a Méliuz e Alter foi realizada em março, e o fim a operação não foi uma surpresa no mercado: “Mas, como a ação da Méliuz caiu mais de 38% neste mês, alguns investidores consideram que a queda para por aqui”, disse.
  • A notícia animou investidores pessoas física. O comunicado da Alter diz: “Os usuários da empresa de negociação de criptoativos encontram a possibilidade de abrir uma conta na Méliuz de forma gratuita e transferir os seus reais e bitcoins de forma rápida, fácil e segura. Quem era cliente Alter agora poderá criar uma conta no Méliuz e, desta maneira, ter à sua disposição alguns serviços, caso do cashback nas melhores lojas online, compra e venda de bitcoins a partir de R$ 1.”
  • Agora, a companhia poderá disponibilizar cashback em compras de criptoativos.
  • No ano, a a ação da Méliuz já desvalorizou 58,69%.

CEB (CEBR3) pagará R$ 265,7 milhões em dividendos; veja valor por ação

  • A Companhia Energética de Brasília, a CEB (CEBR3) divulgou nesta quarta-feira (22) que vai pagar R$ 265,7 milhões em dividendos aos seus acionistas.
  • A remuneração será feita em 24 de junho, referente a dividendos aprovados em assembleia em 27 de abril.
  • O valor por ação vai ser divido da seguinte forma:
  • Ações ordinárias: R$ 3,54
  • Ações preferenciais classe A: R$ 3,54
  • Ações preferenciais classe B: R$ 3,89
  • Apenas os investidores com ações da CEB no dia 27 de abril terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 28 de abril, as ações passaram a ser negociadas sem direito aos dividendos.
  • Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.

Rede D’Or (RDOR3) aumenta posição acionária na SulAmérica (SULA11)

  • A SulAmérica (SULA11) comunicou nesta quarta-feira (22) que a Rede D’Or (RDOR3) aumentou sua posição acionária na empresa.
  • Em comunicado, o grupo hospitalar relatou a aquisição de ações da SulAmérica, em conjunto com outros veículos de investimento de seus acionistas controladores.
  • No total, os investidores passam a deter 64.217.141 units da SulAmérica, representadas por 64.217.141 ações ordinárias (SULA3) e 128.434.282 ações preferenciais (SULA4).
  • A participação, portanto, agora equivale a aproximadamente 15,08% do capital social da SulAmérica, sendo 10,03% do total de ações ordinárias e 20,16% do total de ações preferenciais.
  • A Rede D’Or informou que a aquisição decorre da estratégia de investimento da empresa e acionistas controladores, “no contexto da operação de combinação de  negócios entre a Rede D’Or e a SulAmérica, objeto do fato relevante divulgado por ambas as companhias no dia 23 de fevereiro de 2022″.
  • O fato relevante enviado pela SulAmérica à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) destaca que o aumento acionário não altera a composição do controle ou a estrutura administrativa da empresa.

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Da Petrobras à Rede D’or, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

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