Quais os melhores investimentos com a Selic nas alturas?

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) de 10,75% para 11,75%. A escalada da taxa Selic tem feito investidores reverem suas carteiras de investimentos, isso porque os ativos de renda fixa estão se tornando cada vez mais atrativos.

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Uma pesquisa do C6 Bank revela que 60% das pessoas que investem já pararam para analisar se suas aplicações levam em conta as melhores opções do mercado depois que a taxa básica começou a subir.

Com a Selic retornando aos dois dígitos e com as perspectivas de mais altas nas próximas reuniões, alguns investidores chegam até se questionar se ainda vale a pena investir em renda variável, como ações.

Na análise dos especialistas, não é porque agora a renda fixa tem brilhado o olho que o investidor deve deixar os investimentos de renda variável de lado.

Os analistas sempre recomendam a diversificação na carteira do investidor. E é essa a resposta que os especialistas da XP dão para aqueles que querem deixar de alocar recursos em ações, isso porque nesse cenário de alta alguns setores da Bolsa de Valores podem continuar a serem resilientes.

Selic nas alturas, veja os melhores investimentos na Bolsa

Para a XP, os bancos são diretamente beneficiados por uma elevação da taxa Selic devido à diferença entre o custo de captação e os juros cobrados dos clientes, diretamente atrelado ao spread bancário.

“Com uma alta na taxa básica de juros, bancos tendem a aplicar uma taxa maior em empréstimos, porém o reajuste nos custos de captação é mais lento. Em outras palavras, a diferença entre o que os bancos recebem e pagam fica maior”, informou o relatório da corretora.

Para relembrar ,os ativos de bancos negociados na Bolsa são:

Além disso, outro setor a ser beneficiado é o das seguradoras que têm como fonte as aplicações feitas no mercado financeiro.

“Como uma grande parte dessas aplicações são em renda fixa com rendimentos atrelados à Selic, uma alta na taxa básica de juros leva a maiores retornos sobre o capital investido.”

São exemplos de seguradoras na Bolsa:

Outro setor que tem chamado bastante a atenção dos investidores nesse cenário de alta da Selic mas também de guerra entre Rússia e Ucrânia é o segmento de commodities.

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A rápida retomada das atividades econômicas após o afrouxamento das restrições impostas na pandemia, fez com que a retomada da produção de commodities não seguisse a mesma velocidade, desequilibrando a balança entre oferta e demanda.

Com menos quantidade disponível do que a necessária para abastecer as cadeias produtivas, os preços das commodities começaram a subir.

“Além disso, tanto a Rússia quanto a Ucrânia são dois países bastante relevantes no fornecimento de commodities para o mercado global. Com o aumento das tensões entre os dois países e, posteriormente, o início da guerra, o fornecimento de commodities por esses dois países foi amplamente impactado, reduzindo ainda mais a oferta global de commodities como, por exemplo, petróleo, minério de ferro, níquel, milho e trigo, aumentando ainda mais o patamar de seus preços.”

O aumento no preço de commodities eleva também as receitas das empresas ligadas à eles, o que pode elevar a distribuição de dividendos.

Veja algumas ações negociadas na Bolsa ligadas à commodities:

Renda fixa brilha aos olhos dos investidores

Mas o ativo que tem roubado a atenção dos investidores com a escalada da Selic é a renda fixa. Isso porque até investimentos “mais simples” como a poupança, tem demonstrado uma valorização com alta da taxa.

Cálculos feitos pelo head de educação do C6 Bank, Liao Yu Chieh, mostram como a alta da Selic impacta nos tipos mais comuns de investimento do brasileiro. Veja abaixo quanto rendem R$ 5 mil aplicados por um ano na poupança, Tesouro Selic e algumas modalidades de CDB:

Poupança: R$ 5.345,55

Tesouro Selic: R$ 5.544,09

CDB com Liquidez Diária (101% CDI): R$ 5.549,07

CDB de 1 ano (103% CDI): R$ 5.577,50

CDB IPCA + 5,85% a.a.: R$ 5.522,94

Para o analista de soluções financeiras da Ativa Investimentos, Rodrigo Beresca, o título de renda fixa atrelados ao IPCA (inflação) é uma boa opção para se investir agora. Isso porque o investidor estará com o ativo protegido contra a inflação.

“No caso de pré-fixados, a indicação é de rendimentos mais curtos até porque a gente ainda não sabe ao certo como vai terminar a taxa de juros, prevemos a 13,25% mas isso não significa que ela vai com certeza encerrar nesse valor”

Com isso a recomendação com esse cenário de alta da Selic é para títulos públicos, como Tesouro Selic e Tesouro IPCA, CDBs, CDIs, LCIs e LCAs.

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Poliana Santos

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