Demitido por telefone, presidente da Petrobras (PETR4) foi o CEO que ficou menos tempo no cargo

José Mauro Ferreira Coelho foi demitido do cargo de presidente da Petrobras (PETR4) pelo telefone nesta segunda (23). O executivo soube que deixaria a estatal meia hora antes do anúncio oficial do governo sobre seu desligamento. As informações são do colunista Lauro Jardim, de O Globo.

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Coelho soube da demissão pelo ministro das Minas e Energia Adolfo Sachsida, diz Jardim. O executivo foi o CEO que ficou menos tempo no comando da Petrobras desde a criação da estatal, em 1953, pelo presidente Getulio Vargas.

Foram 39 dias no cargo. José Mauro superou o general Osvino Ferreira Alves (1897-1981). O militar, nascido no Rio de Janeiro, ficou no posto de 28 de janeiro de 1964 a 3 de abril. Acabou, na verdade, sem o cargo e, em seguida, preso pelo governo militar – que dia antes tirou o presidente João Goulart do poder no golpe que instaurou a ditadura. Ferreira Alves permaneceu assim 66 dias como presidente da Petrobras.

Antes de ser tirado do posto, José Mauro Coelho havia alertado o ministério das Minas e Energia um documento em que alertava para o risco de desabastecimento de diesel no país, com a diminuição da oferta do produto no segundo semestre, de acordo com informações apuradas pela agência Reuters.

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Ciro Nogueira atribui troca na Petrobras à chegada de Adolfo Sachsida

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou nesta terça-feira, 24, que a troca de comando na Petrobras era algo esperado. Ele atribuiu a mudança à posse de Adolfo Sachsida no Ministério de Minas e Energia.

“Tivemos a troca do comando do ministério, para o ministro Sachsida. Acho que a política que diz respeito a esse setor no país, apesar de a Petrobras ter sua independência de gestão, tem que estar completamente alinhada com o novo ministro. Então, já era esperado”, disse o ministro em entrevista ao SBT News.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, demitiu José Mauro Coelho da presidência da Petrobras e indicou para o cargo o secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade.

Coelho foi demitido em meio à revolta do chefe do Executivo com o aumento dos preço dos combustíveis.

O mesmo aconteceu com Bento Albuquerque, demitido do Ministério de Minas e Energia e substituído por Sachsida, que também integrava a equipe de Guedes.

De acordo com Ciro Nogueira, José Mauro também foi demitido pela relação com Albuquerque. “O José Mauro é um grande brasileiro, tentou fazer todo possível, mas tinha alinhamento maior com outro grande brasileiro, que era o ministro Bento. Estamos vivendo outro grande momento”, declarou Nogueira na entrevista.

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Governo quer dar ‘previsibilidade’ a reajustes pela Petrobras, diz Mourão

Um dia após a nova troca de comando na Petrobras, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que o governo federal deseja dar “previsibilidade” aos reajustes dos combustíveis anunciados pela Petrobras. O Ministério de Minas e Energia anunciou na noite da segunda-feira, 23, que o presidente da República, Jair Bolsonaro, decidiu demitir José Mauro Coelho da presidência da Petrobras e indicar para o cargo o secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade.

Coelho foi demitido em meio à pressão de Bolsonaro por uma contenção no aumento dos combustíveis em ano eleitoral. O mesmo motivo tyirou antecessor, Joaquim Silva e Luna, do cargo.

De acordo com o vice-presidente da República, o governo quer evitar flutuações nos preços. A estatal define os preços dos combustíveis com base na variação do petróleo no mercado internacional, política criticada por Bolsonaro, mas também por outros pré-candidatos nestas eleições, como o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

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“O que eu tenho visto é que querem dar uma certa previsibilidade. Em uma análise, vamos dizer, prospectiva do momento, aquelas flutuações que têm ocorrido semanalmente, você aguardar para ver qual é a diferença do vento mesmo. Eu acho que é isso que eles estão querendo fazer”, afirmou o vice-presidente a jornalistas no Palácio do Planalto. “Não vou dizer que é prazo de 100 dias, mas aguardar o momento. Numa semana, o barril vai para 112, na semana seguinte vai para 98. Se ficar nesse zigue-zague, fica ruim”, acrescentou.

Mourão ainda confirmou que a troca foi ordem de Bolsonaro. “Isso aí é decisão tomada pelo presidente. Ele sabe as pressões que está sofrendo. Então, segue o baile. Vamos aguardar o que o Caio pode fazer. O que eu vejo no Caio é que ele é um cara competente. É um cara que foi muito bem-sucedido na iniciativa privada, veio para o governo”, declarou o general, que lembrou, no entanto, que o nome do braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, terá de passar pelo crivo do Conselho de Administração da Petrobras.

“Está dentro da atribuição do presidente. Ele tem a prerrogativa de nomear o presidente da Petrobras. É óbvio que vai passar lá pelo conselho de acionistas, vai ter uma reunião do conselho de administração, não é de hoje para amanhã que isso vai acontecer… Vai levar aí, na minha visão, 30 ou 40 dias para isso acontecer”, disse Mourão aos jornalistas.

Com informações do Estadão Conteúdo

Marco Antônio Lopes

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