Por que investir em FI-Infra em 2023? Confira a visão de gestores

Os FI-Infra são fundos de renda fixa que investem em debêntures incentivadas. Desde 2019, esses fundos oferecem o “melhor dos mundos” para o investidor: renda recorrente, baixa volatilidade e isenção de impostos. Mas, diante de tantos outros ativos listados em bolsa, por que investir em FI-Infra em 2023?

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Para responder essa questão, o Suno Notícias conversou com gestores de Fundos de Infraestrutura, que afirmaram: “Para quem busca renda passiva sem querer correr grandes riscos, o FI-Infra torna-se uma excelente opção”.

Porém, como o produto é novo no mercado, muita gente ainda não conhece as características desses fundos, suas vantagens e riscos.

Basicamente, um fundo do tipo FI-Infra empresta seu capital para uma empresa construir um ativo de infraestrutura.

Vitor Duarte, gestor do SNID11, da Suno Asset, ressalta que a infraestrutura está conectada com outros setores que estão crescendo e precisam de rodovias, energia, saneamentos básico. Exatamente por esse motivo o FI-Infra ganha essa importância no mercado de capitais.

As principais características do FI-Infra

Os FI-Infra são fundos de investimentos listados em bolsa. “Por meio das debêntures incentivadas, os fundos oferecem empréstimo de dinheiro a empresas”, explica Ulisses Nehmi, gestor do JURO11, da Sparta Investimentos. Esses títulos incentivados são focados no setor de infraestrutura, contando com isenção de impostos.

Até 10 anos atrás, Nehmi ressalta que toda vez que uma empresa precisava de crédito para construir uma hidroelétrica, uma estrada, linhas de transmissão, eram basicamente os bancos públicos que faziam empréstimos para esses setores.

“Não existiam investidores no Brasil que estavam dispostos a correr risco de longo prazo”. Em 2011, teve a criação de lei que deu o benefício fiscal para a pessoa física financiar esses projetos de longo prazo. Isso abriu um “mundo” de possibilidades de investimentos.

Aymar Almeida, gestor da Kinea Investimentos e responsável pelo KDIF11, comenta que as empresas do setor de infraestrutura, para prestarem qualquer serviço, possuem um ativo por trás delas, seja ele um porto, estrada, linhas de transmissão e etc.

O FI-Infra, que financia os projetos, pode utilizar esses ativos como garantia dos empréstimos às empresas. Essas garantias são caras e preservam valor ao longo do tempo, comenta Almeida.

Outra característica importante do setor de infraestrutura são os contratos de longo prazo. Por exemplo, uma companhia de energia que possui linhas de transmissão tem um contrato de 30 anos para prestar o serviço, a um preço fixo corrigido pelo IPCA. Isso traz maior segurança e previsibilidade para o mercado.

Em que tudo isso contribui para o investidor incluir o FI-Infra no seu portfólio? Veja a entrevista do Suno Notícias com o Aymar Almeida e saiba mais sobre fundos de infraestrutura.

As vantagens de investir em FI-Infra

O setor de infraestrutura no Brasil tem um déficit muito grande e, por isso, possui maior necessidade de investimentos. De certa forma, a carência de investimentos do setor transforma o FI-Infra numa “peça-chave” para a economia nacional.

Como complemento, o setor de infraestrutura é regulado, com monopólios e concessões, trazendo previsibilidade de receitas e baixo risco.

O gestor da Suno Asset lembra que o FI-Infra é um fundo de renda fixa e por isso, não pode tomar muitos riscos.

“Os fundos de infraestrutura não podem comprar ações ou participações em empresas. Por isso, eles tendem a ter menor volatilidade quando comparado a outros ativos de renda variável”.

Vitor Duarte

Neste ponto, o gestor acredita que, para o investidor que está começando na bolsa, o FI-Infra é muito interessante, pois a variação do preço é bem menor que ações.

Os fundos FI-Infra têm outra vantagem que todo mundo gosta: sua dupla isenção de impostos. Isso significa que esses fundos são isentos tanto na venda das cotas quanto nos rendimentos.

Atualmente, a maioria dos FI-Infra possuem títulos que remuneram o investidor com um prêmio acima da inflação. O gestor da Sparta comenta que os títulos atrelados ao IPCA ganham do CDI em janelas de tempo mais longas.

Confira a entrevista completa do gestor do JURO11 sobre as vantagens de investir em FI-Infra:

Os riscos dos fundos de infraestrutura

Porém, o investidor precisa se lembrar que esses são produtos de crédito. De fato, os fundos de infraestrutura estão ganhando do CDI e dos títulos públicos, porque estão correndo mais riscos. “O investidor empresta seu dinheiro para uma companhia, correndo o risco daquela empresa”, comenta Aymar Almeida.

Porém, o setor de infraestrutura é menos arriscado que o imobiliário, principalmente por causa da regulação. Por exemplo, no setor elétrico, tem a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que define o aumento dos preços, as rodovias, saneamento, também tem suas agências reguladoras.

“Além disso, esses setores não têm concorrência. Em São Paulo, só tem uma concessionária de energia elétrica. Na de saneamento, só há a Sabesp (SBSP3), você não escolhe de quem vai comprar água encanada. Esses serviços são essenciais e com menor variação de demanda”, comenta Ulisses Nehmi.

Mesmo com as garantias das debêntures incentivadas, existe o risco de crédito. Ou seja, o investidor precisa saber o que ele está adquirindo quando compra cotas de um FI-Infra. E olhar apenas o dividendo sem compreender a estruturação das dívidas pode gerar uma “dor de cabeça” no futuro do investidor.

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Se o gestor concentrar somente em ativos de muita qualidade de crédito, provavelmente o fundo não será o maior pagador de rendimentos, afirma Duarte. Mas também não correrá tantos riscos de crédito.

Na Suno Asset, a ideia é comprar risco médio ou baixo, comenta o gestor. A preocupação da gestão é com uma carteira previdenciária e, por isso, o foco está no longo prazo. Isso é bom para o investidor, “principalmente para atravessar momentos de maior dificuldade econômica”, pondera Duarte.

O gestor do SNID11 também acrescenta que um fundo que distribuiu o maior provento no mês, não necessariamente está em vantagem. Pelo contrário, isso é um indicador de atenção de risco.

É claro que o investidor tem pode ter uma parcela de sua carteira em ativos mais arriscados, mas é necessário ter maior acompanhamento e atenção.

Por fim, se você quer se aprofundar no entendimento do risco x retorno dos FI-Infra, confira a entrevista completa com Vitor Duarte:

Gustavo Bianch

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