Como investir em fundos de infraestrutura? Veja formas de ganhar com os FI-Infra

Os fundos de infraestrutura, também chamados de FI-Infra, são uma importante alternativa de investimento que os investidores com foco no longo prazo podem incluir em seus portfólios.

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A B3 passou a permitir a negociação dos fundos de infraestrutura na Bolsa de Valores a partir de 2020. Desde então, são 11 FI-Infra listados no mercado secundário brasileiro e esse número tende a crescer cada vez mais nos próximos anos.

Mas como investir em fundos de infraestrutura? Quais são as formas que o investidor pode usar para se expor a esse tipo de fundo? Confira a seguir.

Como investir em fundos de infraestrutura?

Em entrevista ao Suno Notícias, Gabriel Esteca, cofundador e Head de Investimentos em Infraestrutura da Bocaina Capital, explica que os fundos de infraestrutura são um tipo de veículo criado pela ICVM 606 em 2019 para adaptar os fundos tradicionais de renda fixa.

Com isso, os FI-Infra permitem melhores condições de prazo de alocação, concentração e enquadramento para investimento nas debêntures incentivadas.

Os fundos de infraestrutura investem tanto em renda fixa quanto na renda variável. No entanto, são classificados como ativos de renda variável.

Existem duas formas distintas de investir em fundos de infraestrutura. A primeira delas se refere aos fundos do tipo condomínio aberto, em que o investidor integraliza e resgata cotas, geralmente com prazo D+30, disponíveis nas plataformas de investimento e também nos bancos.

“Este tipo de fundo tende a gerar maior preocupação com o nível de liquidez do portfólio para estar sempre capaz de criar a liquidez necessária para seus saques”, diz Gabriel Esteca”.

Outra forma de investir em fundos de infraestrutura é optar pelos listados na B3, como o BODB11 (fundo de infraestrutura da Bocaina Capital). Nesse caso, os fundos são do tipo condomínio fechado, mesmo tipo de condomínio dos fundos imobiliários.

“As cotas são negociadas entre os investidores em vez de ensejarem resgates e necessidade de criação de liquidez por parte do portfólio investido do fundo, por meio da venda de ativos. Isso permite a captura de prêmios de liquidez e de duration pela gestão do fundo”.

Os fundos de infraestrutura são negociados na B3 com ticker final 11, sendo importante não confundir com os fundos imobiliários, que também possuem essa numeração. Atualmente, os FI-Infra listados na Bolsa de Valores brasileira são:

FundoTicker
FIC FI BCNABODB11
FIC INFR BTGBDIF11
FIC IE CAPCPTI11
FIC INTERBIDB11
FI ITAUINFRAIFRA11
KINEA INFRAFKDIF11
ORAMA INFRAOGIN11
FIC FI RB ESRBIF11
SPARTA CDIICDII11
SPARTA INFRAJURO11
FIRF XP IEXPID11

Cabe ao investidor analisar os riscos envolvidos e a estrutura de alocação e gestão de cada um dos fundos de infraestrutura antes de escolher se algum de fato fará parte da sua carteira de investimentos.

Caso invista em um FI-Infra listado na B3, por exemplo, é só buscar pelo ticker do fundo desejado e realizar uma ordem de compra por meio de uma corretora ou banco.

Esse investimento também pode ser feito juntamente com o assessor ou gerente de conta do investidor. Nesse caso, é necessário solicitar à instituição financeira as alternativas associadas a esse produto e escolher qual dos FI-Infra se adequam melhor ao seu perfil.

Vantagens de investir em fundos de infraestrutura

Investir em FI-Infra gera diversas vantagens ao investidor, como isenção fiscal nos rendimentos e ganhos de capital obtidos na negociação de cotas, proteção contra a inflação, diversificação e gestão profissional, assim como o pagamento de rendimentos mensais.

“Os FI-Infra têm um apelo que é perene, devido ao perfil de risco do setor de infraestrutura que tende a ser melhor que outros setores, e pelo fato de ser um veículo isento de imposto de renda para a pessoa física”, explica Gabriel Esteca”.

Além disso, as debêntures de projetos de infraestrutura, de forma geral, contam com um pacote de garantias reais robusto, incluindo alienações e cessões fiduciárias dos ativos que o projeto dispõe, como equipamentos, ações e recebíveis.

“Essa característica permite que os fundos de infraestrutura tendam a ter um grau de qualidade de risco mais robusto do que títulos sem essas garantias”.

Os projetos de infraestrutura tendem a ser monopolistas. Isso significa, por exemplo, que uma concessionária de saneamento de uma cidade será a única empresa que vai explorar esse serviço naquela região, ou então que uma concessionária rodoviária terá prioridade para cobrar pedágio no trecho concessionado.

Os fundos de infraestrutura, portanto, permitem que o investidor possa ter uma rentabilidade interessante, ao mesmo tempo que possuem um perfil de risco mais estável que outros setores que dependem de forma mais contundente de fatores mercadológicos, como varejo e commodities.

Os fundos de infraestrutura representam uma ótima opção de investimento para diversificar a carteira, já que contam com um alto potencial de retorno para quem investe focado no longo prazo.

Além disso, o investidor de FI-Infra tem a oportunidade de gerar rendimentos contribuindo com o crescimento dessa indústria e também da infraestrutura brasileira.

Por essas razões, investir em fundos de infraestrutura pode valer muito a pena do ponto de vista do cotista, desde que ele faça uma análise cautelosa e com critérios técnicos para escolher os ativos.

Por que vale a pena investir em FI-Infra em 2023

Para 2023, as perspectivas para os fundos de infraestrutura continuam positivas, uma vez que é um setor que sempre demanda recursos, apresentando projetos intensivos em capital.

“Os investimentos em saneamento, energia, iluminação pública, transportes e logística, telecomunicações, entre outros devem continuar relevantes em 2023”, destaca o cofundador da Bocaina Capital.

No entanto, antes de investir em FI-Infra, é necessário verificar quais são as melhores opções e gerenciar a exposição de sua carteira de investimentos nesses ativos de forma adequada, já que os FI-Infra, embora apresentem diversas vantagens e diferenciais interessantes, não estão isentos de riscos.

Em outras palavras, o investidor deve avaliar se os fundos de infraestrutura estão dentro do seu nível de tolerância de risco e de seus objetivos de rentabilidade, assim como definir o percentual da carteira que vai estar alocado neste ativo.

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João Vitor Jacintho

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