Petróleo atinge maior valor em dez anos após uma semana de guerra e decisão da Opep

Uma semana depois do início do conflito armado entre Rússia e Ucrânia, o petróleo já beira os US$ 120 por barril, em recorde para a cotação da commodity nos últimos 10 anos. Nesta quinta (3) o Brent sobe a US$ 116,87 e o WTI, a US$ 114,19, em altas superiores a 3% nas últimas 24 horas.

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Além do conflito armado, que muda as perspectivas de oferta e demanda de petróleo no cenário internacional, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) concordou com um adição pequena na produção do óleo a partir de abril, de 400 mil barris por dia (bpd).

O incremento da produção é da mesma magnitude que o anunciado em julho do último ano, e que não foi cumprido pela organização, uma vez que alguns países não conseguiram atingir as metas individuais.

A decisão da ocorre um dia depois que os EUA e outros grandes países consumidores de petróleo disseram na que liberariam 60 milhões de barris de petróleo de seus estoques por conta dos preços.

“A situação nos mercados de energia é muito grave e exige toda a nossa atenção. A segurança energética global está ameaçada, colocando a economia mundial em risco durante um estágio frágil da recuperação”, afirmou o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol.

Assim, a partir de agosto, os cortes na produção de petróleo diminuirão oficialmente para 7,7 milhões de barris ao dia (mbpd) até dezembro.

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Apesar disso o ministro da Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse que as restrições efetivas seriam mais profundas porque os países que ‘superproduziam’ entre maio e junho realizariam cortes extras em agosto e setembro para compensar, de modo que os cortes efetivos seriam de 8,1 milhões a 8,3 milhões de barris dia.

Segundo a Capital Economics, a expectativa nunca foi de que a Opop+ fosse reverter totalmente seus cortes de produção até o fim deste ano.

“Mas agora estamos ainda mais céticos, à medida que a produção russa terá dificuldades com desafios operacionais associados às sanções”, diz o economista para Commodities, Edward Farned.

Nos próximos meses, a oferta ainda excedente sobre a demanda deve ajudar a trazer os preços para baixo novamente, espera a consultoria.

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“Parece cada vez mais que o mercado está precificando uma interrupção no fornecimento de pelo menos parte dos quase 4 milhões de barris por dia de petróleo que são vendidos nos EUA e na UE”, afirmou recentemente o presidente da Lipow Oil Associates em Houston, Andrew Lipow.

Petrobras opera em alta e com defasagem em relação ao petróleo

Com o pico dos preços nos últimos dias, a defasagem da Petrobras (PETR4) ante a paridade internacional se acentuou e, segundo estimativas de mercado, já atinge R$ 1 no diesel .

Trata-se do maior patamar desde que a empresa começou, em 2016, a vender combustíveis com preços alinhados à paridade de importação.

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A petrolífera já está há cerca de 50 dias sem mexer nos preços nas refinarias e um novo reajuste é questão de tempo, à medida que o agravamento da guerra na Ucrânia pressiona a cotação da commodity, segundo a XP Investimentos.

A companhia, contudo, surfa uma alta nos papéis coma  valorização expressiva da commodity. Do dia 22 até o início do pregão de quarta (2) foram 3% de alta nas ações da Petrobras. Nos últimos seis meses, a alta acumulada nas preferenciais já é de 31%.

Outras companhias do segmento, da mesma forma, apresentam melhora de perspectiva com as cotações. A PetroRio (PRIO3) engatou alta de 7,8% nos últimos cinco pregões, somando 55% de rentabilidade aos seus acionistas nos últimos seis meses.

Até mesmos as small caps, como a Enauta (ENAT3), ganham com o preço, considerando a valorização de 9% da companhia nos últimos cinco pregões, acompanhando o preço do petróleo.

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Eduardo Vargas

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