Petrobras (PETR4) não atenderá todos os postos de gasolina por ‘demanda atípica’

Pelo segundo mês consecutivo, a Petrobras (PETR4) não atenderá todos os pedidos de distribuidoras de combustíveis em dezembro ao ver uma ‘demanda atípica”.

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Com o movimento da Petrobras, os executivos do setor não descartam risco de desabastecimento em um contexto em que os preços da estatal dentro das refinarias não sejam vantajosos em comparação com produtos do exterior.

Vale frisar que, atualmente, em virtude de uma capacidade de produção aquém da demanda, o mercado de diesel brasileiro é atendido por importações.

A Petrobras já disse que os pedidos têm sido maiores do que o normal e defende que há outras empresas no Brasil habilitadas a importar os produtos.

“Assim como no mês de novembro, os pedidos de diesel encaminhados pelas distribuidoras para o mês de dezembro foram atípicos e superiores ao mercado esperado para este período”, disse a estatal, em nota à Reuters.

“Após avaliação de disponibilidade, considerando nossa capacidade de produção e oferta, o volume aceito foi inferior aos pedidos recebidos”, completou a empresa, que diz que “o atendimento do mercado segue normal, sem notícias de desabastecimento”.

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Reajuste de preços de combustível no radar

Faz cerca de um mês que a companhia não reajuste seus preços da gasolina e do diesel, segundo que o mercado projeta que os últimos aumentos não foram suficientes para que toda a defasagem – demonstrando uma defasagem de cerca de 6%.

Atualmente, a política de preços da companhia é baseada no preço de paridade de importação, ou PPI.

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A defasagem fica condicionada às cotações do preço internacional do segmento de petróleo, dado que a obrigação de importar produtos mais caros passa a ser de empresas privadas diante dos cortes nos pedidos de entrega pelas refinarias.

Segundo dados do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás), de outubro, a ausência de uma percepção clara de que o preço deve seguir o ritmo do mercado aumenta a segurança para investimentos no setor.

“O alinhamento de preços ao mercado internacional apresenta-se como a abordagem necessária para garantir o abastecimento do mercado aos menores custos para a população”, disse o instituto, que reúne as grandes petroleiras e distribuidoras de combustíveis que atuam no país – com inclusão da própria Petrobras.

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Diretor da Petrobras defende PPI

Em declaração feita em evento online da agência Epbr, patrocinado pela estatal, no dia 17 de novembro, o diretor de comercialização e logística da petroleira, Cláudio Mastella, defendeu a atual política de preços da estatal, baseada no preço de paridade de importação.

No mercado de petróleo e derivados, a competição é global. Não adianta imaginar que o Brasil é isolado do mundo”, disse, acrescentando que os preços “precisam ser realistas”.

O diretor da estatal também argumentou que o mercado brasileiro depende hoje das importações de derivados, o que justifica a alteração do preço doméstico do combustível com base nas oscilações da cotação do petróleo.

Segundo Mastella, caso os preços domésticos se descolem do cenário internacional, o país poderia sofrer com desabastecimento.

“O segundo efeito é desestimular atividade de refino. Com o tempo isso significa menos investimento e mais sucateamento das refinarias e mais importação a médio e longo prazos”, afirmou o executivo da Petrobras.

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Eduardo Vargas

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