Petrobras (PETR4): Após Bolsonaro e Lira, Mourão defende privatização e fim do monopólio

Depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter declarado que gostaria de privatizar a Petrobras (PETR4), foi a vez do vice-presidente Hamilton Mourão se mostrar favorável à venda da estatal.

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“No futuro, a Petrobras terá que ser colocada no mercado de modo que a gente rompa essa estrutura de monopólio, que no final das contas termina por prejudicar o País”, afirmou o general Mourão nesta quinta-feira (14), em sua saída do Palácio do Planalto.

Em entrevista a uma rádio de Pernambuco, o chefe do Executivo citou vontade de vender a companhia em meio à dificuldade do governo em conter a alta dos combustíveis.

“É muito fácil, ‘aumentou a gasolina, culpa do Bolsonaro’. Eu tenho vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras“, disse.

De acordo com Mourão, nas eleições de 2018, Bolsonaro decidiu não privatizar a companhia.

“Foi um assunto discutido desde a campanha eleitoral. Era decisão do presidente da República não mexer nem na Petrobras, nem no Banco do Brasil, nem na Caixa Econômica”, disse aos jornalistas presentes.

Bolsonaro tem um passado estatizante, mas nos últimos anos buscou modular sua visão para tentar alinhar-se ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

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Além da Petrobras, Mourão comentou ICMS

O vice-presidente ainda chamou sobre o projeto que altera o ICMS incidente sobre os combustíveis, aprovado ontem na Câmara, de “medida paliativa”.

“Na realidade, todos nós sabemos que o combustível está caro no mundo inteiro”, afirmou Mourão, que voltou a defender um fundo estabilizador de preços dos combustíveis.

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“Quando há essas sazonalidades, é importante que se tenha fundo estabilizador. Como constituir esse fundo é questão para economistas, para quando tiver intercorrências negativas você tenha condição de bancar, a empresa, sem prejudicar consumidores”, declarou.

Questionado sobre a decisão de Bolsonaro de não se vacinar contra a covid-19, Mourão preferiu não comentar.

Falas ecoam declaração de Lira

Na quarta (13), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foi pelo mesmo caminho do presidente ao questionar o papel da Petrobras no mercado brasileiro. “Não seria o caso de privatizar a Petrobras?“, perguntou.

Segundo o presidente da Câmara, a estatal atua hoje num “limbo entre o público e o privado”, e criticou o “monopólio absurdo” que a empresa tem no mercado de gás.

Para o deputado, a Petrobras, apesar de ter uma parte de capital privado, é “predominantemente pública e, por essa razão, é importante rever sua política de investimento energético”.

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Um dia depois, Lira declarou que a Câmara está discutindo propostas para baratear o preço do gás de cozinha.

Lira voltou a fazer criticas ao monopólio que a Petrobras tem sobre o produto e complementou dizendo que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) também pode ser acionado para intervir na estatal.

“A Câmara está atenta, deputados estão debruçados sobre isso e há uma possibilidade clara de se acionar o Cade para intervir nessa questão do monopólio, porque o preço do gás no Brasil, com as condições e as jazidas que nós temos, é inadmissível. Todas as medidas legislativas que forem possíveis para a discussão da matéria, com seriedade e sobriedade, a Câmara dos Deputados está disposta a fazer, porque essa questão está colocando o brasileiro numa situação de muita dificuldade”, acrescentou.

Cotação de PETR4

No pregão desta sexta-feira (15), as ações da Petrobras estão cotadas a R$ 29,65, beirando um patamar visto somente em 2010 e no fim de 2019. A máxima histórica dos papéis preferenciais da companhia se deu em 2008, quando as ações ficaram no patamar de R$ 60.

Atualmente, além do imbróglio político, a Petrobras conta com a influência direta dos preços das commodities, considerando que o petróleo Brent está cotado a US$ 84,8.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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