Petrobras (PETR4) registra lucro de R$ 46,1 bilhões no 3T22, alta de 48%, acima das projeções

A Petrobras (PETR4) registrou lucro líquido de R$ 46,096 bilhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), o que corresponde a uma alta de 48% frente aos R$ 31,142 bilhões registrados entre julho e setembro de 2021.

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Enquanto isso, o lucro líquido recorrente da Petrobras foi de R$ 46,43 bilhões no 3T22, representando uma elevação de 166%, na comparação com os R$ 17,456 bilhões no mesmo período de 2021.

Em relação ao segundo trimestre de 2022, quando a estatal lucrou R$ 54,484 bilhões, houve queda de 15,1%, segundo a apresentação do balanço do 3T22 da Petrobras, anunciado nesta quinta-feira (3).

O balanço da Petrobras superou as expectativas dos analistas do consenso Refinitiv, que projetava um lucro de R$ 43,366 bilhões.

Esse resultado da Petrobras é explicado principalmente pela queda na cotação do Petróleo Brent, assim como pela ausência de ganho de R$ 14,2 bilhões referentes ao acordo de coparticipação em Sépia e Atapu, que aconteceu no 2T22.

“Estes fatores foram parcialmente compensados pela melhora no resultado financeiro (R$ 7,8 bilhões) refletindo a menor desvalorização do real frente ao dólar no 3T22 em comparação”, diz a estatal em seu comunicado.

O preço do petróleo caiu 11,4% na passagem de um trimestre ao outro, com média de cerca de US$ 100,98 por barril nos três meses entre julho e setembro.

Ebitda da Petrobras avança 50,5% no terceiro trimestre de 2022

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, o Ebitda ajustado da Petrobras, totalizou R$ 91,42 bilhões no 3T22, um crescimento de 50,5% na comparação anual e queda de 7% frente ao 2T22.

Já o Ebitda ajustado recorrente foi de R$ 92,27 bilhões de julho a setembro, alta de 44,5% no ano a ano e baixa de 7,1% na comparação com o segundo trimestre de 2022.

O fluxo de caixa livre da Petrobras registrou R$ 52,98 bilhões no 3T22, avançando 12,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado e recuo de 16,4%, quando comparado ao trimestre anterior.

O balanço trimestral da Petrobras mostra que a soma de exportações foi R$ 29,86 bilhões, com leve crescimento de 1,88% na comparação anual e de queda de 26,1% frente ao 2T22.

A estatal atribui essa queda no Ebitda ajustado do segundo para o terceiro trimestre de 2022, principalmente à desvalorização do Brent no período e menores vendas no mercado externo, devido ao aumento das exportações em andamento.

Sobre o montante total de exportações, a Petrobras destaca que além da desvalorização do Brent e dos derivados no mercado internacional, se observou menores volumes de exportação de petróleo e óleo combustível, sobretudo devido às exportações que ficaram em andamento para o 4º trimestre de 2022.

Receita da Petrobras sobe 32,6% no 3T22

A receita líquida de vendas da Petrobras teve alta de 32,6% na comparação anual, alcançando R$ 101,39 bilhões no 3T22. Em relação ao segundo trimestre de 2022, houve uma baixa de 6,2%.

Segundo o relatório dos resultados do 3T22 da Petrobras, a receita líquida se manteve praticamente estável em relação ao 2T22, enquanto a receita com derivados no mercado interno teve alta trimestral de 10%, mesmo com a queda dos preços internacionais, devido ao crescimento do volume de vendas de todos os derivados no terceiro trimestre deste ano.

Enquanto isso, a receita com petróleo no mercado interno teve queda de 22%, por conta das vendas para Acelen ficarem mais baixas, e pela queda na cotação do petróleo Brent.

“Em termos de composição de receita no mercado interno, o diesel e a gasolina continuaram sendo os principais produtos, respondendo juntos por 74% da receita de derivados no 3T22”, diz a Petrobras.

Dívida da Petrobras

A dívida líquida da Petrobras encerrou o mês de setembro em US$ 47,48 bilhões, recuo de 1,3% na comparação com mesma etapa do ano passado, quando registrou US$ 48,1 bilhões. Em relação ao 2T22, subiu 37,9%.

Desse modo, a relação de alavancagem, obtida pela dívida líquida e o Ebitda ajustado, ficou em 0,75 vez, frente a 0,60 vez (2º trimestre de 2022) e 25 vezes (3º trimestre de 2021).

Assim, a dívida bruta chegou a US$ 53,27 bilhões de julho a setembro, 8,9% do valor registrado no segundo trimestre de 2021 e 1,2% acima do valor do 2T22.

Petrobras aprova distribuição de R$ 43,7 bi em dividendos a acionistas

O conselho de administração da Petrobras aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 3,3489 por ação preferencial e ordinária em circulação, segundo fato relevante divulgado pela companhia nesta quinta-feira, 3. O montante total soma R$ 43,68 bilhões.

Deste total, o Tesouro Nacional deve receber aproximadamente R$ 12,52 bilhões. Além do valor pago diretamente à União, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar, receberão R$ 3,45 bilhões na forma de dividendos, que também podem ser computados como ganhos à União.

A data de corte será 21 de novembro para os detentores de papéis negociados na B3, a Bolsa brasileira, e 23 de novembro para as ADRs negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse, na sigla em inglês). Os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais, nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023.

Segundo o fato relevante, o dividendo proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos).

Resultados foram excelentes, diz diretor financeiro da estatal

Em carta divulgada junto ao relatório financeiro, o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Rodrigo Araújo, define os resultados da Petrobras como excelentes. Ele destacou o avanço na contratação de equipamentos para viabilizar o aumento sustentado e rentável da produção com foco no pré-sal.

“Assinamos os contratos de 3 novos FPSOs (navios-plataforma), P-80, P-82 e P-83, para o campo de Búzios, o maior em nosso portfólio e que representará

cerca de 1/3 da nossa produção em 2026. Com isso, resta apenas a contratação de 1 das quinze plataformas do nosso Plano Estratégico 2022-2026”, disse.

Araújo também destacou a elevação do caixa da Petrobras para patamar compatível com as necessidades da empresa (US$ 6,8 bilhões em caixa) e informou que a estrutura de capital da companhia foi mantida em níveis saudáveis. Não houve maiores comentários sobre o resultado em si.

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João Vitor Jacintho

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