Petrobras (PETR4) debate política de dividendos nesta sexta; veja projeções

O conselho de administração da Petrobras (PETR4) deve ser reunir nesta sexta-feira (28) para tratar da política de dividendos, além de uma possível recompra de ações da companhia, segundo apuração do jornal Valor Econômico e agência Reuters.

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O tema vinha sendo tratado internamente por um comitê técnico da estatal, a pedido do conselho. A previsão era de que o estudo fosse concluído e entregue aos conselheiros da Petrobras no fim deste mês.

A questão dos dividendos sempre foi vista como necessária para que a Petrobras eleve o volume de investimentos nos próximos anos, sobretudo em projetos para descarbonização e transição energética.

No início de junho, a estatal aprovou sua revisão para seu próximo plano estratégico, que deve vigorar de 2024 a 2028 e prevê investimentos de 6% a 15% em baixo carbono, ante 6% do plano anterior.

Petrobras: banco prevê um 2T23 forte e faz (boas) projeções sobre dividendos da empresa

Segundo o Itaú BBA, a tendência é de que o pagamento de dividendos fique em linha com as grandes petrolíferas. Além disso, analistas do banco projetam que a estatal registrará fortes resultados no segundo trimestre.

A atual política de dividendos da Petrobras tem sido alvo de críticas: analistas avaliam que a empresa precisa priorizar uma estratégia de alocação de capital em novos projetos, especificamente na expansão da capacidade de refino.

“Até o momento, as pistas que temos para a nova política de remuneração aos acionistas da Petrobras são de que o pagamento de dividendos deve estar em linha com as grandes petrolíferas. A empresa deve incluir a possibilidade de recompra de ações e dar flexibilidade na distribuição dividendos para permitir novos projetos e investimentos”, diz o BBA. 

Segundo a equipe do Itaú BBA, no geral, as principais empresas petrolíferas pagam dividendos trimestralmente, e as que possuem política declarada consideram um percentual de seu fluxo de caixa operacional com métrica de referência. No entanto, existem algumas empresas que não possuem uma política formal, o que resulta em dividendos futuros a critério da diretoria.

Avaliando o cenário, os analistas projetam dividendos entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3,5 bilhões, o que implica um dividend yield entre 3,3% e 4,3%. 

No relatório desta quinta-feira, o Itaú BBA avalia que a estatal deve entregar fortes resultados no 2T23, sustentada por sólidos números operacionais e um ambiente de preços que se mantém elevado para o petróleo e derivados. Mas, como existe a preocupação e incerteza em torno da nova política de dividendos, a instituição manteve recomendação neutra para a empresa.

Analistas projetam possíveis cenários para política de dividendos 

Considerando os retornos declarados e históricos dos principais acionistas, o Itaú BBA projetou os seguintes cenários possíveis para distribuição de dividendos:

  • A estatal pode manter um pagamento trimestral com base na atual política de dividendos
  • A empresa pode optar por distribuir 30% ou 35% do Fluxo de Caixa das Operações
  • A empresa distribua 50% do Lucro Líquido

O BBA destaca que a atual política de dividendos não está no estatuto da petrolífera, o que significa que a Petrobras poderá eventualmente optar por deixar de seguir esta política neste trimestre. Porém, dada a relevância que os dividendos da Petrobras têm na receita anual do governo, analistas avaliam que uma suspensão do pagamento de dividendos seria improvável neste momento.

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Petrobras pagará US$ 3,7 bilhões em dividendos em agosto, projeta Credit Suisse

A projeção do Credit Suisse é de que a saúde financeira e os números apresentados até então permitam à Petrobras distribuir uma cifra de US$ 3,7 bilhões em dividendos aos seus acionistas.

Vale lembrar que a Petrobras divulgará seu próximo resultado trimestral no dia 3 de agosto.

O Credit Suisse espera uma baixa nos resultados na comparação trimestral para os seus principais números, isso por conta de uma menor produção e de preços do barril do petróleo brent mais baixos ao longo do segundo trimestre.

O barril de petróleo Brent recuou cerca de 5%, a US$ 78, no período. No caso da produção, o Credit Suisse estima um recuo de 3% na base anual, para 2,08 milhões de barris por dia (bpd).

Além disso, a projeção dos analistas é de que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) seja de US$ 12,2 bilhões no trimestre, representando uma queda trimestral de 12% e de 39% na base anual.

A expectativa para o lucro líquido da Petrobras é de queda de 38% na base trimestral e 59% na base anual, para US$ 4,5 bilhões.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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