Petrobras (PETR4): ‘Dividendos estão ameaçados’, diz BTG

Em análise sobre os resultados da Petrobras (PETR4) no quarto trimestre de 2022, especialistas do BTG Pactual destacaram que o patamar de pagamento de proventos atual e a última distribuição não devem ser vistos necessariamente como um bom sinal, dadas as mudanças na gestão da petroleira.

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“Apesar deste anúncio de distribuição dos dividendos da Petrobras ser positivo, não acreditamos que o mercado deva ser excessivamente otimista, pois o pagamento ainda parece ameaçado e a gestão futura provavelmente reduzirá os pagamentos a um nível bem abaixo do atual”, diz a casa.

Além disso, destacaram que os proventos não foram aprovados de uma forma consensual.

“Enquanto o governo controla a Petrobras, é possível que esse valor não seja pago, levando a um redução do payout total para ‘apenas’ R$ 29 bilhões (US$ 5,7 bilhões), ou 9% de yield”, analisam os especialistas.

O relatório firma preço-alvo de US$ 13,50 para as ADRs (American Depositary Receipts) da empresa, ao passo que as mesmas estão cotadas a cerca de US$ 10,70. Assim, a recomendação segue neutra.

Em se tratando dos resultados, analistas destacaram números levemente abaixo das projeções da casa.

“Em relação aos resultados do 4T22, a Petrobras decepcionou com números fracos. O Ebitda recorrente foi de R$ 76 bilhões (US$ 14 bilhões), ficando abaixo do consenso do mercado e 18% abaixo das nossas estimativas, apesar das receitas líquidas estarem bastante em linha com que esperávamos”, disse o BTG.

Segundo a casa, a ‘surpresa negativa’ no resultado da PETR4 veio nos custos, considerando US$ 7,8 de custo por barril de petróleo bruto, ao passo que a casa esperava US$ 7,3.

“O segmento de refino também decepcionou, com Ebitda de R$ 15 bilhões (US$ 2,9 bilhões) impactado por perdas de estoque de R$ 3,8 bilhões (US$ 0,7 bilhão). Com esses fatores e despesas maiores de depreciação, o lucro da empresa atingiu R$ 43 bilhões (US$ 8,2 bilhões), 18% abaixo do que esperávamos, embora compensado por impostos mais baixos e ganhos financeiros não monetários mais fortes”, completa a casa sobre o balanço da empresa.

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Presidente da Petrobras acena para ‘abandono da política de preços’

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fez uma nova sinalização de que não deve seguir mais a atual política de preços de paridade de importação (PPI) para os combustíveis durante a teleconferência de resultados da empresa.

“Devemos usar a nossa competitividade, nossas refinarias, nossa logística doméstica, o fato de ser a empresa líder no país, não monopolista, para buscar esse melhor preço”, disse.

“Vamos voltar a praticar o melhor preço doméstico para os nosso produtos usando todas as ferramentas para nos tornar atrativos para os nossos clientes”, continuou o presidente da Petrobras.

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Eduardo Vargas

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