Pátria estreia em segurança digital com compra de 2 empresas e já pensa em IPO

A gestora Pátria Investimentos comprou duas empresas de cibersegurança – a Neosecure e Proteus – em meio a uma alta de ataques hacker em todo o mundo. No total, a gestora informou que tem um orçamento de R$ 1,35 bilhão para investimentos no setor de cibersegurança, sendo que o valor já inclui ambas as aquisições.

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O plano do Pátria é comprar mais empresas do setor para criar uma plataforma anti-hacker que irá à bolsa de valores no Brasil ou nos Estados Unidos. Segundo o Valor Econômico, a oferta de ações (IPO) deve ocorrer a partir do segundo semestre de 2022.

As compras anunciadas agora, segundo a gestora de recursos, criam “a maior plataforma especializada em soluções de segurança da informação da América Latina, que movimenta US$ 7,2 bilhões (R$ 39,02 bilhões) ao ano na região”.

Deste modo, a empresa de cibersegurança do Pátria já nasce com meio bilhão de reais em faturamento anual, sendo presente no Brasil, Chile, Argentina, Peru e Colômbia.

A Proteus é paulista, com filial americana e pouco mais de 20 anos de mercado, com foco em análise e controle executivo de risco. Já a Neosecure foi fundada em 1999 no Chile, sendo uma empresa dedicada a enfrentar ameaças, protegendo os ativos e sistemas das organizações.

“Nesse contexto, os dois players têm mais de 20 anos de atuação e dispõem ao mercado um portfólio de soluções inovadoras ‘end to end’, desde a prevenção e detecção até a implementação de soluções para remediar ataques hackers”, diz o comunicado do Pátria sobre a compra.

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Pátria visa players para um mercado estratégico

A estratégia do Pátria é comprar players de um setor que demonstra um crescimento gradual e promissor. Cada vez mais empresas têm sofrido com problemas de segurança digital, como foi o caso da Renner (LREN3) e da CVC (CVCB3).

Além disso, segundo dados divulgados recentemente pela Netscout, o Brasil é o segundo país que mais sofreu com ciberataques no acumulado de 2021.

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Empresas grandes como o laboratório Fleury (FLRY3) e o frigorífico JBS (JBSS3) também foram alvos de problemas ocasionados por algum hacker – sendo que o segundo caso envolveu solicitação de pagamento pelos criminosos, que atingiram fábricas dos EUA.

Assim, o Brasil soma uma fatia de 7,1%  de todos os problemas do gênero em todo o mundo, que já são cerca de 6,4 milhões até o início de agosto.

Outro estudo relevante, da consultoria alemã Roland Berger, indica que o Brasil é o quinto país no mundo que mais sofre com os ataques cibernéticos. O país está atrás apenas de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e África do Sul no quesito.

Cotação PAX

Tornando-se uma companhia aberta em janeiro deste ano, na Nasdaq, a companhia vê uma desvalorização de 18% nas ações do Pátria, negociadas sob o ticker PAX, por US$ 16,32 por papel.

Somente nos últimos cinco dias, as ações do Pátria caíram 5,2%, revertendo a alta recente após a fusão com o Moneda, do Chile. A gestora figura como uma das maiores empresas do ramo de private equity da América Latina.

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Eduardo Vargas

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