Ouro fecha em baixa devido à valorização do dólar após payroll dos EUA

O contrato futuro de ouro encerrou em queda nesta sexta-feira (4), influenciado pelo dólar que sofreu uma valorização devido à divulgação do relatório mensal de empregos (payroll) de agosto dos Estados Unidos.

O ouro para dezembro recuou 0,18%, a US$ 1.934,30 (aproximadamente R$10.255) a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, o ouro caiu 2,06%.

O metal precioso é cotado na moeda dos EUA, deste modo o preço para os detentores de outras moedas é maior à medida em que o dólar sofre valorização.

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O dólar hoje teve alta após o resultado do payroll ter sido melhor do que o esperado, demonstrando que as taxas de desemprego nos EUA sofreram uma redução em função do número maior de empregos criados no mês de agosto.

Apesar de economistas apontarem que os dados reportados representam uma desaceleração econômica, o vice-presidente executivo da GoldMining Inc., Jeff Wright, afirmou que a economia norte-americana “está tendendo na direção certa”, o que consequentemente reduz a atração pelo ouro, conhecido por ser um ativo de segurança. “Em relação ao ouro, é um duplo negativo”, finalizou.

A Capital Economics afirma que os metais foram em grande medida pressionados nesta semana pela força do dólar, entretanto o quadro de recuo nos retornos dos bônus deve ainda impulsionar o ouro adiante.

A consultoria prevê que o metal precioso pode retomar a marca de US$ 2 mil a onça-troy até o fim deste ano.

Warren Buffett aposta no ouro

Na segunda semana do mês de agosto a gestora de Warren Buffett, Berkshire Hathaway, decidiu vender suas ações de bancos norte-americanos e aumentando a exposição ao ouro, metal que ganhou notoriedade no mercado financeiro durante a pandemia do coronavírus (covid-19).

A Berkshire Hathaway reduziu significativamente suas participações no JPMorgan Chase & Co. e Wells Fargo & Co. no segundo trimestre de 2020, de acordo com um documento regulatório divulgado no dia 14 de agosto.  A participação da empresa no Goldman Sachs Group Inc. e sua aposta no PNC Financial Services Group Inc. foi reduzida. Mas a Berkshire não está desistindo dos bancos, em vez disso, passou as últimas semanas construindo ainda mais sua participação no Bank of America Corp.

A volatilidade registrada no mercado acionário no segundo trimestre do ano é consistente com a perspectiva “extremamente cautelosa” de Buffett, disse David Kass, professor de finanças da Universidade de Maryland, em uma entrevista ao jornal Bloomberg. “Ele está mostrando extrema cautela ao basicamente diminuir seus principais investimentos bancários, exceto o Bank of America.”

Em troca, a Berkshire adquiriu uma nova participação, avaliada em cerca de US$ 564 milhões (cerca de R$ 3,09 bilhões), na Barrick Gold, uma mineradora de ouro. Embora o processo revele as participações supervisionadas por Buffett, bem como por seus representantes Todd Combs e TedWeschler,  a medida marca uma mudança significativa no portfólio de Warren Buffett, que em outros momentos já havia expressado desprezo pelo metal.

Buffett, presidente e CEO da Berkshire, já criticou investidores que optaram por apostar em ouro em vez de ações por temor de déficits orçamentários federais descontrolados. “O metal mágico não era páreo para a coragem americana”, disse Buffett em sua carta anual aos acionistas, divulgada em 2019.

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Kass chamou o investimento na empresa Barrick de “o maior choque” presente no documento de sexta-feira e sugeriu que o tamanho significa que poderia ser uma participação feita por Combs ou Weschler.

“Ainda assim, você pensaria que eles compartilhariam a filosofia cética de Warren Buffett de investir em ouro, que ele expressou em várias reuniões anuais, bem como em suas cartas aos acionistas”, disse Kass. “No entanto, isso de repente aparece em seu portfólio, quase como uma proteção contra possíveis tempos difíceis.”

Com informações do Estadão Conteúdo.

Rafaela La Regina

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