Operação policial prende oito funcionários da Vale

Oito funcionários da Vale (VALE3) foram presos nesta sexta-feira (15) acusados de serem responsáveis pela tragédia em Brumadinho (MG). As prisões ocorreram durante a madrugada em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

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Segundo o Ministério Público, a operação tem como objetivo “apurar responsabilidade criminal pelo rompimento de barragens existentes na Mina Córrego do Feijão, mantida pela empresa Vale, na cidade de Brumadinho”.

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Todos os oito presos são funcionários da Vale. Quatro deles são gerentes – dois dos quais executivos – e quatro são integrantes de áreas técnicas.

Os funcionários da vale presos na operação são:

  • Alexandre de Paula Campanha
  • Artur Bastos Ribeiro
  • Cristina Heloíza da Silva Malheiros
  • Felipe Figueiredo Rocha
  • Hélio Márcio Lopes da Cerqueira
  • Joaquim Pedro de Toledo
  • Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo
  • Renzo Albieri Guimarães Carvalho

Alexandre de Paula Campanha foi acusado por um dos engenheiros da empresa TÜV SÜD, Makoto Namba. A empresa alemã foi contratada pela Vale para atestar a segurança das barragens. Entretanto, Campanha teria feito pressão sobre os engenheiros da empresa para obter laudos positivos sobre Brumadinho. Namba afirmou ter sido pressionado por Campanha a assinar o documento sobre a barragem que se rompeu.

O desastre de Brumadinho

A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou no dia 25 de janeiro. A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.

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Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 165 pessoas morreram e 160 estão desaparecidas.

O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.

A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total da mineradora.

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A Vale informou em nota o início de uma sindicância interna para apurar as causas do rompimento da barragem. “Os resultados preliminares foram compartilhados hoje com as autoridades federais e estaduais que estão acompanhando o caso”, informou a mineradora no documento.

Segundo desastre da Vale

Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.

A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas produtoras de minério de ferro se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.

 

Carlo Cauti

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