‘Open banking’ coloca em risco até R$ 110 bi em receitas de bancos

Com a implantação do sistema de open banking no Brasil, os grandes bancos enfrentam a possibilidade de perder R$ 110 bilhões em receitas, segundo estimativa da consultoria Roland Berger.

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O modelo de open banking prevê o compartilhamento de informações financeiras de clientes e de respectivos produtos contratos entre as instituições — tal como um “banco aberto”. De acordo com estudo da empresa alemã de consultoria, com a nova agenda regulatória, “novas ofertas integradas emergirão, aumentando a concorrência e dando ao cliente capacidade para escolher o interface, isto é, escolher como, onde e por quem quer ser servido”.

E a maioria dos players internacionais apontou exatamente para o aumento da concorrência como o principal risco do open banking, conforme mostra o documento.

Dessa maneira, a Roland Berger ressaltou que, no Brasil, a concorrência entre players do mercado financeiro será travada em “dois campeonatos”. Um da experiência de cliente na “ponta” e outro da eficiência e da escala na gestão da “fábrica de produto”.

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Em sua análise, a empresa de consultoria ponderou que os grandes bancos são “naturais candidatos” a um posicionamento de “fábrica de produto”, enquanto, nesse cenário, a estratégia de experiência de cliente seria assumida por outros players, como bancos digitais, fintechs e big techs.

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Fonte: Roland Berger

Open banking e a disrupção no negócio de bancos

No estudo, a Roland Berger traça três cenários na sequência da implementação do open banking no Brasil. O sistema não é de todo novo. A União Europeia (UE) e o Reino Unido foram os pioneiros na implementação de iniciativas de open banking no mundo. Dessa forma, o primeiro cenário é baseado no resultado europeu, isto é, apenas alguns clientes de alta e baixa renda passariam a utilizar plataformas de investimento e carteiras digitais. Com isso, o poder de barganha também seria marginal.

Mas agora, o Brasil entra agora nesta tendência global e poderia se tornar a nova referência global no assunto. Neste caso, grande parte dos clientes de baixa renda e alta renda acabariam substituindo o seu interface de gestão da sua vida financeira. Além disso, a pressão concorrencial sobre a receita dos grandes bancos seria superior devido a emergência de comparadores de preço.

Existe ainda um terceiro cenário, de acordo com a empresa de consultoria alemã: o de revolução de mercado. Se ele vir a se concretizar, todos os segmentos de cliente terminariam por mudar de interface para a gestão das suas finanças e o poder de barganha seria muito elevado, reduzindo a capacidade dos bancos grandes gerarem margem financeira.

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De todo modo, todos os três cenários apresentam alguma pressão nas linhas de receita de grandes bancos hoje existentes, considera a Roland Berger.

O caminho das pedras e as pedras no caminho

Para evitar uma perda de receita e erosão de clientes significativas, a companhia recomenda no estudo uma ação rápida em 2021. “A manutenção da rentabilidade neste contexto será um desafio – é necessário acelerar a preparação da transformação do setor bancário“.

Para contornar os desafios trazidos pela implantação do open banking no Brasil, a consultoria salienta que os grandes bancos devem apostar em programas acelerados de adequação operacional neste ano.

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Se os titãs do sistema financeiro do Brasil conseguirão se adequar ou não ao novo ambiente, resta apenas esperar. Mas a avaliação da Roland Berger é de que “o open banking será a próxima transformação disruptiva no negócio dos bancos brasileiros”.

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Arthur Guimarães

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