Oi (OIBR3): consórcio de Claro, Tim (TIMS3) e Telefônica (VIVT4) leva leilão

O consórcio formado por Claro, Tim (TIMS3) e Telefônica (VIVT4) arrematou a área de telefonia móvel da Oi (OIBR3) em leilão que ocorre nesta segunda-feira (14), de acordo com informações do jornal “O Globo”. A expectativa do mercado para o leilão da Oi é que o consórcio pague R$ 16,5 bilhões pelo ativo da operadora.

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A compra ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O SUNO Notícias mostrou que os agentes do mercado não esperavam novas propostas pela parte de telefonia móvel da Oi. Isso ocorria pois as operadoras já garantiram presença nos leilões do 5G e devem garantir faixas de operação para essa tecnologia.

Assim, como a Oi não entrou no leilão do 4G, em 2014, qualquer outra operadora que se interessasse pelos ativos teria que desembolsar outras quantias bilionárias para conseguir frequências da tecnologia no próximo leilão do 5G, o que encareceria ainda mais o negócio.

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“A Oi não entrou no leilão da frequência de 700 MHz e, se não for uma das três operadoras, quem comprasse teria que comprar as frequências de 5G. As três levam vantagem em todas as condicionantes”, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

A frequência de 700 MHz é importante para as operadoras, pois pode ser inserida no grupo de 5G nos próximos anos. Por isso, é alvo de disputa entre as companhias. Assim, como a Oi optou pela não aquisição, encareceria o projeto, já que sem qualquer faixa de 5G, uma companhia de telefonia móvel ficaria praticamente inviável no médio prazo.

Além disso, o desenho da oferta, com as três principais operadoras do Brasil na mesma jogada, fez com que outros players desistissem da disputa dada a vantagem financeira do combo.

“Se a oferta começa em R$ 16,5 bilhões, qualquer outra companhia estrangeira sabe que, para entrar na disputa, terá que desembolsar algo muito além disso. Isso fez com que a Oi esperasse que nenhuma outra empresa se interessaria”, afirmou, em condição de anonimato.

A operadora estima arrecadar R$ 26,9 bilhões com a venda de cinco grandes blocos de ativos. Desse montante, R$ 16,5 bilhões é o valor proposto pelo consórcio formado pelas operadoras Vivo (VIVT4), Tim (TIMS3) e Claro pelos ativos de telefonia móvel.

Além da telefonia móvel, a Oi também vendeu as torres, data centers e parte da rede de fibra ótica. Os recursos obtidos por meio dos leilões da Oi serão destinados a pagamentos antecipado de dívidas, com cortes dos valores na faixa de 50% a 55%.

Leilões da Oi começaram em novembro

A Oi detalhou suas expectativas para todos os leilões. Segundo a Oi, a empresa contava com, ao menos, R$ 26,9 bilhões de novos recursos com os leilões judiciais, sendo:

  • R$ 1,067 bilhão referente a torres, em 26 de novembro (já realizado).
  • R$ 325 milhões referentes a data centers, em 26 de novembro (já realizado).
  • R$ 16,5 bilhões relativos à operação móvel, em 14 de dezembro, cujo primeiro investidor também foi definido. (A empresa recebeu proposta vinculante das operadoras Claro, TIM Brasil e Telefônica)
  • R$ 6,5 bilhões (mínimo em dinheiro) referente à companhia defibra InfraCo, mais assunção de R$ 2,4 bilhões de dívida com a Oi.

Compra concentra mais o mercado

A compra do ativo de telefonia móvel da Oi pelas concorrentes vai provocar a maior concentração no setor de telefonia móvel dos últimos 15 anos.

O Brasil experimentou concentração mais alta nos tempos do monopólio do Sistema Telebrás para telefonia fixa. Mas isso acabou em 1997, com a privatização e divisão da rede em 12 grupos com atuações regionais.

Ao longo dos anos, porém, houve uma espécie de movimento reverso, com a junção desses grupos em conglomerados, como é o caso da própria Oi (antiga Telemar, que arrematou a Brasil Telecom).

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Vinicius Pereira

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