Oi (OIBR3): Leilão na 2ª feira deve atrair proposta única; 5G é tema central

Apesar da expectativa do mercado sobre a chegada de outros participantes, aumentando a oferta, o leilão da operação de telefonia móvel da Oi (OIBR3) deve ter somente a oferta de R$ 16,5 bilhões da Claro, Tim (TIMS3) e Telefônica (VIVT4), dona da Vivo, já que tais operadoras já garantiram presença nos leilões do 5G e devem garantir faixas de operação para essa tecnologia.

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Segundo fontes ouvidas pelo SUNO Notícias, como a Oi não entrou no leilão do 4G, em 2014, qualquer outra operadora que se interessasse pelos ativos teria que desembolsar outras quantias bilionárias para conseguir frequências da tecnologia no próximo leilão do 5G, o que encareceria ainda mais o negócio.

“A Oi não entrou no leilão da frequência de 700 MHz e, se não for uma das três operadoras, quem comprasse teria que comprar as frequências de 5G. As três levam vantagem em todas as condicionantes”, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

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A frequência de 700 MHz é importante para as operadoras, pois pode ser inserida no grupo de 5G nos próximos anos. Por isso, é alvo de disputa entre as companhias. Assim, como a Oi optou pela não aquisição, encareceria o projeto, já que sem qualquer faixa de 5G, uma companhia de telefonia móvel ficaria praticamente inviável no médio prazo.

Vantagem financeira também deve impedir novas ofertas pela Oi

Além disso, o desenho da oferta, com as três principais operadoras do Brasil na mesma jogada, fez com que outros players desistissem da disputa dada a vantagem financeira do combo.

“Se a oferta começa em R$ 16,5 bilhões, qualquer outra companhia estrangeira sabe que, para entrar na disputa, terá que desembolsar algo muito além disso. Isso fez com que a Oi esperasse que nenhuma outra empresa se interessaria”, afirmou, em condição de anonimato.

De acordo com o jornal “Valor Econômico”, a Highline, que chegou a oferecer  R$ 15 bilhões pelos ativos móveis da Oi não deve mais participar.

“Qualquer empresa que tivesse interesse [em participar] deveria se manifestar a sete dias [úteis] da publicação do edital. Nós não nos manifestamos e, portanto, não vamos participar do leilão”, disse Luis Minoru Shibata, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Highline ao jornal.

Dessa forma, sem a Highline, o caminho ficou aberto para a proposta me conjunto das três operadoras que já atuam no Brasil.

“Se até quem se posicionou a favor da compra não quis disputar com a Claro, Tim e Telefônica, imagina um player novo, sozinho, tentando entender a operação para entrar nesse mercado brasileiro. Difícil demais aparecer alguém”, afirmou uma segunda fonte com conhecimento do assunto.

A operadora estima arrecadar R$ 26,9 bilhões com a venda de cinco grandes blocos de ativos. Desse montante, R$ 16,5 bilhões é o valor proposto pelo consórcio formado pelas operadoras Vivo (VIVT4), Tim (TIMS3) e Claro pelos ativos de telefonia móvel.

Além da telefonia móvel, a Oi também vendeu as torres, data centers e parte da rede de fibra ótica. Os recursos obtidos por meio dos leilões da Oi serão destinados a pagamentos antecipado de dívidas, com cortes dos valores na faixa de 50% a 55%.

Leilões começaram em novembro

Ao divulgar os resultados do terceiro trimestre, a Oi detalhou suas expectativas para todos os leilões. Segundo a Oi, a empresa contava com, ao menos, R$ 26,9 bilhões de novos recursos com os leilões judiciais, sendo:

  • R$ 1,067 bilhão referente a torres, em 26 de novembro (já realizado).
  • R$ 325 milhões referentes a data centers, em 26 de novembro (já realizado).
  • R$ 16,5 bilhões relativos à operação móvel, em 14 de dezembro, cujo primeiro investidor também foi definido. (A empresa recebeu proposta vinculante das operadoras Claro, TIM Brasil e Telefônica)
  • R$ 6,5 bilhões (mínimo em dinheiro) referente à companhia defibra InfraCo, mais assunção de R$ 2,4 bilhões de dívida com a Oi.

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Vinicius Pereira

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