Nubank (NUBR33) ultrapassa ‘bancões’ e vira segundo maior banco do Brasil

Após um IPO que causou polêmica pela precificação considerada excessiva pelo consenso de mercado, agora o Nubank (NUBR33) voltou ao grupo das companhias com maior valor de mercado no Brasil.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-2.png

Com a retomada do otimismo devido aos últimos resultados trimestrais do Nubank, a fintech mostra uma valorização na casa dos 90% no acumulado de 2023.

Com isso, o valor de mercado foi catapultado e fez com que o roxinho passasse a valer mais do que gigantes como o Bradesco (BBDC4).

Atualmente o Nubank vale cerca de US$ 31,5 bilhões, dada a cotação dos papéis na NYSE. No câmbio atual, são cerca de R$ 160 bilhões.

Enquanto isso, o Bradesco vale R$ 154 bilhões e o Banco do Brasil (BBAS3) mostra um valor de mercado de R$ 129 bilhões.

O único banco brasileiro que fica na frente do Nubank é o Itaú (ITUB4), que ostenta um valuation de R$ 240 milhões – abrindo uma folga relevante ante o restante do ranking.

A conquista é um marco após a empresa realizar investimentos pesados – e que a mantiveram no vermelho – durante um tempo considerável para alcançar uma base sólida de clientes.

O próprio CEO, David Vélez, classificou recentemente seus clientes como “difíceis de agradar” por serem “fanáticos”.

Entre as marcas mais valiosas

Nessa toada, o banco digital passou a integrar a lista de marcas mais valiosas do Brasil da Interbrand, ocupando a sétima posição.

Juntamente com o Nubank, outros quatro bancos aparecem no ranking figurando como marcas mais valiosas. O líder, inclusive, é o Itaú (ITUB4).

Além disso, o Nubank também tem investido em outros nichos além do crédito para pessoas físicas de baixa e média renda – o que aumentava o receio de analistas acerca do risco de inadimplência.

Em coletiva após o evento de 10 anos da empresa, a Co-fundadora e Chief Growth Officer (CGO), Cristina Junqueira, destacou que o banco deve mostrar mais esforços em conquistar um público de alta renda nos próximos anos.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240.jpg

“Na alta renda, 63% já são clientes, têm cartão, mas não usam o Nubank como banco principal. Nosso objetivo é nos tornamos o banco principal desses clientes. O Ultravioleta é um produto importante, mas estamos trabalhando em uma proposta de valor mais holística”, disse Junqueira.

O CEO, David Vélez, também destacou que a empresa tem um patamar relativamente saudável de inadimplência, apesar do teor da exposição de crédito da fintech.

“Se quebramos isso por segmentos, na baixa renda temos inadimplência 50% menor do que o mercado. Essa vantagem cai à medida que a renda vai aumentando. Porque a vantagem que temos, em termos de dados e infraestrutura, fica menor em segmentos de mais alta renda”, disse.

Em outra ponta, o banco comunicou que entrará na modalidade de crédito consignado. Inicialmente o crédito consignado do Nubank ficará disponível somente para servidores públicos federais.

O movimento, vale destacar, ocorre em meio à uma suspensão da modalidade de concessão de crédito por parte de outros bancos, considerando a recente redução no teto de juros por parte do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPQ).

“Ao longo do semestre, pretendemos ampliar a oferta do NuConsignado gradualmente para a totalidade dos servidores públicos federais que já sejam clientes do Nubank”, disse o banco digital, em comunicado.

Último resultado do Nubank impressionou

As as ações do Nubank amanheceram em dispara com a repercussão positiva do mercado após a fintech divulgar seu maior lucro trimestral da história.

Segundo o resultado do Nubank, a companhia anotou US$ 141,8 milhões em lucro líquido no primeiro trimestre de 2023 (1T23) – cerca de R$ 736 milhões no câmbio atual.

Com esse ganho recorde, os papéis subiram para as máximas de 52 semanas, avançando cerca de 10% no intradia da Bolsa de Nova York, para uma cotação próxima de US$ 6,8 por ação.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

A projeção da casa era de R$ 228 milhões de lucro no 1T23, bem abaixo dos R$ 736 milhões reportados pela fintech.

“Esta é agora a segunda vez consecutiva que a empresa supera substancialmente nossas projeções, levando-nos a aumentar as estimativas e fazer uma atualização. Isso se deu principalmente pelos custos operacionais mais baixos (queda de 9% no trimestre), mas também de NII, que aumentou 18% no trimestre, com receitas de juros em rápido crescimento e custos de captação mais baixos”, disseram os especialistas do BBA.

“No geral, estamos confortáveis em aumentar nossas estimativas e reconhecer que o valuation ‘tradicional’ e de curto prazo levando em consideração os múltiplos será provavelmente ultrapassado. Com isso, nós aumentamos nossas estimativas de lucro para 2023 e 2024 em mais de 50%, para R$ 4,1 bilhões e R$ 9,2 bilhões, respectivamente, e atualizamos o preço-alvo das ações”, completaram.

Agora, o BBA mantém US$ 8,5 de preço-alvo para os papéis.

Dentre outros números, a receita líquida do Nubank foi recorde no primeiro trimestre, chegando a US$ 1,6 bilhão, o que representa um avanço FXN de 87% na comparação com igual etapa de 2022.

Enquanto isso, a Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC) registrou um crescimento FXN de 30% no 1T23, chegando a US$ 8,60 no período.

O Custo Médio Mensal de por Cliente Ativo chegou a US$ 0,80 no primeiro trimestre deste ano, cerca de 14% FXN maior que os US$ 0,70 auferidos no mesmo período de 2022.

O balanço trimestral do Nubank aponta que esse aumento se deu em razão da baixa quantia vista no ano passado, que foi gerado a partir de um ganho não recorrente.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião