Nubank (NUBR33) e Santander (SANB11) foram surpresas negativas do trimestre, diz Itaú BBA

Em análise sobre o fim da temporada de balanços, o Itaú BBA, destacou o Nubank (NUBR33) e o Santander (SANB11) como as duas companhias que tiveram os piores resultados.

Veja a repercussão do balanço do Nubank nas ações

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Para os analistas da casa, os resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22) ‘fora mistos’ para os grandes bancos, mas o Nubank decepcionou em termos de risco.

“Embora o Nubank tenha apresentado receitas e resultados melhores do que o previsto, a maior parte do crescimento de sua exposição ao crédito veio de cartões de crédito, levando a um mix mais arriscado que, aliado a um cenário de taxas de juros elevadas, pode pressionar qualidade de crédito daqui para frente”, diz o analista Marcelo Sá.

Itaú BBA destaca que a deterioração do crédito era um ponto comum esperado pelo mercado e pelos analistas, porém em magnitudes diferentes.

Como destaque positivo, o Banco do Brasil (BBAS3) foi citado como uma das companhias analisadas que ‘surpreendeu fortemente as estimativas’.

“[O Banco do Brasil] teve o NII subindo 11% no trimestre e a inadimplência (NPL, na sigla em inglês) subindo apenas 0,10 ponto porcentual, subindo apenas 0,10 ponto porcentual, juntamente com uma revisão de projeção para cima”, diz Sá, do BBA.

“Já os resultados do Bradesco (BBDC4) ficaram estáveis, enquanto o Santander apresentou os piores resultados, com as NIIs caindo 8% no trimestre e um aumento de 25% nas despesas de provisão”, segue.

Vejam quais foram os melhores e piores bancos do 2T22, segundo o BBA

  • Banco do Brasil – Destaque positivo
  • BTG Pactual (BPAC11) – Destaque positivo
  • Banco ABC (ABCB4) – Destaque positivo
  • Nubank (NUBR33) – Destaque negativo
  • Santander (SANB11) – Destaque negativo

Segundo o BBA, o BTG ‘mais uma vez superou as estimativas’, com qualidade superior ao primeiro trimestre e números fortes em todas as divisões.

“Os principais destaques foram sales & trading, com outro conjunto de receitas fortes, e asset management, com receitas acima do esperado. Wealth management, Investment Banking e corporate lending também contribuíram para o resultado consolidado, implicando um ROE (retorno sobre o patrimônio) próximo de 21,5% no primeiro semestre”, destaca o especialista.

Falando do ABC, a casa aponta que o banco se foi uma surpresa positiva e ficou acima das expectativas.

“O Banco ABC se destacou positivamente, superando nossas estimativas principalmente devido às receitas de prestação de serviços, aliadas a boas tendências para diversas unidades de negócios e boa qualidade de crédito”, diz.

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Números do Nubank do 2T22

Citado como um destaque negativo do trimestre, o Nubank teve prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões no período, 96% a mais do que os US$ 15,2 milhões registrados em igual período do ano anterior.

Já em termos ajustados, o Nubank teve lucro líquido de US$ 17 milhões, alta de 3,03% sobre igual período do ano passado.

Considerando só o Brasil, maior mercado para a fintech, a operação do Nubank passou a ficar no azul este ano, com lucro líquido contábil de US$ 13 milhões no primeiro semestre.

A receita líquida do banco foi de US$ 1,15 bilhão no trimestre, alta de 244% no comparativo anual.

BBA cortou preço-alvo de NUBR33

Recentemente o Itaú BBA reiterou recomendação de “underperform”, equivalente a “venda”, para as BDRs do Nubank, cortando o preço-alvo de R$ 4,50 para R$ 3,50.

Os analistas citaram permanecer cautelosos com os preços atuais para os papéis do Nubank e explica que a desaceleração do crédito pessoal e os índices de inadimplência estão altos.

“A dinâmica dos lucros provavelmente permanecerá negativa”, explicam os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard no relatório.

“Estimamos que a carteira de empréstimos pessoais cresça modestos 28% em 2022 e 7% em 2023. Nosso valor de R$ 19 bilhões em 2025 está provavelmente ~50% abaixo do que analistas otimistas carregam”, concluem os analistas sobre o Nubank.

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Eduardo Vargas

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