Natura (NTCO3) encontra “solução rápida” para reduzir endividamento com venda da Aesop

Os estudos da Natura & Co (NTCO3) para a venda de uma fatia minoritária da Aesop mostraram que a empresa busca uma solução rápida para diminuir o endividamento, que representa 4,35 vezes do seu Ebitda. O discurso da venda animou o mercado na última sexta (2), quando os papéis da companhia subiram 10,15% na B3. Contudo, no panorama anual, a perda ainda é superior a 50%.

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O anúncio veio depois do grupo ter informado ao mercado que poderia fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ou uma cisão do ativo, também com futuro IPO.

Nos últimos dias, a companhia explicou que também estuda a viabilidade de venda da participação minoritária da Aesop, o que pode ocorrer em um prazo mais curto e, caso seja concretizada, aliviaria o endividamento da Natura.

Somado a isso, o mercado não está convidativo para estreias na Bolsa. “Não tem solução de curto prazo sem melhorar endividamento”, descreveu um investidor institucional minoritário da Natura ao Broadcast.

Para ele, a venda da Aesop é uma decisão dolorosa, mas parece ser o caminho mais viável. O investidor também explicou que outra opção seria a venda da The Body Shop, mas esse ativo não é considerado tão sólido quanto o que está em negociação atualmente.

Débitos da Natura

Segundo o balanço do terceiro trimestre de 2022, a gigante do setor de cosméticos tem uma dívida total que representa 4,35 vezes o seu Ebitda. Caso seja considerada apenas a dívida líquida, essa proporção cai para 2,85 vezes o Ebitda. Reduzir esses patamares é uma métrica fundamental para a melhora dos resultados da Natura.

Fabio Barbosa, CEO da Natura & Co, disse no início de novembro que havia três possibilidades em estudo para a operação da Aesop, ao revelar que uma das opções também seria a entrada de fundos de private equity. “Não está nas cartas um estudo de venda total”, argumentou o executivo na ocasião.

Para a The Body Shop, que apresentou um resultado fraco no terceiro trimestre, Barbosa ressaltou que o foco será na melhora da operação. Já para a Avon, que também é motivo de incertezas para investidores, ele indicou que o foco será nas operações mais rentáveis da marca.

João Pedro Soares e Felipe Reboredo, analistas do Citi, avaliam que desbloquear valor por meio da venda de uma participação minoritária para um parceiro financeiro seria o melhor caminho, pois a empresa continuaria consolidando o negócio e até abriria as portas para um eventual IPO. Para eles, a Aesop poderia ser negociada em um múltiplo alto, entre 10 a 20 vezes seu Ebitda.

Para Danniela Eiger, analista da XP, a entrada de um fundo de private equity se mostra o caminho mais fácil para destravar valor e ajudar a reduzir o endividamento da holding. Na visão da especialista, apesar de ser um bom ativo, a Aesop não está entre os projetos que mais agregam à tese de investimentos na empresa, pois é pouco representativa para o todo. Assim, abrir mão de parte desse ativo não deve prejudicar a empresa-mãe

Segundo o Status Invest, as ações da Natura & Co fecharam o pregão de sexta (2) em alta de 10,15%, operadas em R$ 12,48. Nos últimos doze meses, o papel desvalorizou 53,05%.

Com Estadão Conteúdo

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Erick Matheus Nery

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