Musk terá seus tuítes sobre a Tesla pré-revisados após acordo judicial

Na última quarta-feira (1) foi assinado um acordo entre o fundador da Tesla, Elon Musk, e a Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC). No trato, está definido que os tuítes do fundador sobre a empresa deverão ser revisados antes da publicação.

A SEC é um órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos e denunciou no dia 25 de fevereiro Musk por violar um acordo feito no ano anterior. No acordo dizia que qualquer informação sobre a Tesla, deveriam ser primeiramente aprovados pelo departamento jurídico da empresa.

Entretanto, no dia 19 dia de fevereiro, o fundador postou em seu Twitter que a empresa produziria 500 mil carros em 2019. Porém, de acordo com a projeção da companhia, será produzido no máximo 400 mil veículos.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-3.png

O Acordo

A decisão do acordo foi aprovado pela juíza Alison Nathan, em Nova York. A SEC queria uma punição ao fundador que poderia resultar em pagamento de multa e possível detenção. Além disso, em um caso extremo um afastamento de cargos executivos ou diretivos de empresas com ações negociadas na bolsa.

Após ter publicado que a Tesla produziria 500 mil carros, Musk, corrigiu a informação afirmando que tinha cometido um erro. Entretanto, a SEC não acreditou que o próprio fundador seria capaz de postar um tuíte mesmo depois de ter firmado acordo com o órgão.

Saiba Mais: Cápsula da SpaceX, empresa de Elon Musk, retorna com sucesso à Terra

No entanto, este parecer da juíza evita que Musk seja acusado por violar o acordo afirmado no ano anterior com o órgão. Está detalhado no novo trato quais assuntos sobre a Tesla deverão passar por aprovação antes de serem tuitadas, são elas:

  • Condições financeiras, incluso relatórios ou projeções futuras;
  • aquisições;
  • fusões;
  • parcerias ou sociedade com outras empresas;
  • número sobre produção
  • entrega ou vendas de veículos que não tenham sido compartilhados publicamente;
  • projetos de novas linhas de negócio que sejam diferentes de segmentos de automóveis;
  • mudanças no status de crédito e financiamento;
  • decisões legais ou regulatórias que não sejam públicas;
  • qualquer informação que exija o documento K8;
  • e qualquer outro assunto que a Tesla acredita ser necessário pré-aprovação antes da publicação

É compreendido por documento K8, documentos referentes ao comando da empresa.

Entenda o caso

Em agosto de 2018, Musk anunciou em seu Twitter que estava cogitando retirar a empresa da bolsa de valores. Além disso, ele afirmou que tinha financiamento para recomprar as ações da empresa, por um valor de US$420. No entanto esse valor estava muito acima da cotação do papel da Tesla.

Saiba Mais: Uso de maconha pode custar a Elon Musk autorização do Pentágono

Ademais, essa publicação gerou descrença por parte dos especialistas no setor de automóvel. Dias depois, o fundador reconheceu que não havia dinheiro para efetivar a operação. Porém, no período em que fez o anúncio as ações da Tesla cresceram em valor na bolsa.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240.jpg

Portanto, após o crescimento das ações depois do comunicado do fundador, a SEC e alguns investidores processaram Musk e a Tesla. O motivo foi inflarem artificialmente o valor de mercado da empresa.

Com isso, Musk e SEC fizeram um acordo em que a empresa pagaria US$ 20 milhões, e o fundador deixaria presidência da companhia temporariamente. Além disso, a Tesla se comprometeu em supervisionar as comunicações de Musk.

Poliana Santos

Compartilhe sua opinião