Minoritários da Kora Saúde (KRSA3) tentam barrar IPO na Justiça

Cinco acionistas minoritários da Meridional, subsidiária da Kora Saúde (KRSA3), entraram na Justiça contra a realização da oferta pública inicial de ações (IPO) da rede de saúde. Eles alegam que, após o fundo H.I.G. comprar o controle da Kora, foi desrespeitado um direito de preferência que possuíam na compra de participação da companhia. As informações são do Valor Econômico.

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O questionamento sobre o processo de venda está na Justiça desde 2018. Um dos minoritários, afirmou ao Valor que o H.I.G. contesta os direitos e que, para o fundo, o grupo estaria “na busca por um prêmio de consolo”. A realização do IPO da Kora Saúde impossibilitaria totalmente os minoritários de exercerem o direito de preferência.

A Kora Saúde chegou a colocar o fato em seu prospecto preliminar, apontando-o como um risco ao processo de abertura de capital. A decisão da justiça, segundo o documento, pode impactar a oferta ou até mesmo o papel depois da estreia, impossibilitando a liquidação financeira ou a negociação em bolsa das ações. Além disso, a rede afirma que pode ver seu valor de mercado afetado, prejudicando todos os acionistas.

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O grupo de minoritários em questão explora o serviço de radiologia do Meridional e mantém ainda outros negócios na subsidiária. No processo judicial, a Kora Saúde afirma desejar encerrar o contrato por o serviço prestado pelo grupo ser de “má qualidade” – segundo um dos minoritários, porém, o desentendimento acontece porque a controladora queria atuar sozinha nos hospitais do grupo, que são sete no total.

Meridional deu origem à Kora Saúde

O Meridional foi formado no Espírito Santo em 1994 por 14 médicos que optaram por empreender. Com o tempo, novos sócios chegaram e mais hospitais foram agregados. O problema entre os sócios, porém, são de longa data, começando ainda nos anos 2000.

Em 2003, o Meridional virou uma Sociedade Anônima e os sócios assinaram um contrato vigente até 2026, que concede preferência na venda de ações do Meridional a terceiros, com o objetivo de controlar a chegada de novos sócios.

Em 2010, foi criada a Vitória Participações, posteriormente batizada de Kora Saúde, para a qual alguns médicos transferiram suas participações no grupo, deixando de possuírem ações na pessoa física para irem para a jurídica.

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O estatuto da Kora Saúde prevê que se os acionistas desejarem vender ações, a preferência deve ser dada a um acionista com a mesma especialidade médica e, se não houver, repassada primeiramente aos demais acionistas.

No início, a cláusula era uma forma de manter médicos de várias frentes como acionistas do grupo. Segundo os minoritários, porém, ela deixou de ser levada a sério. Na venda para o H.I.G., os minoritários que entraram na Justiça afirmam terem sido avisados da movimentação apenas um mês depois de ela já ter sido fechada.

O grupo de minoritários diz ter 10% de participação na Meridional e diz, até hoje, não saber do preço da aquisição e outros detalhes da operação de 2018. A Kora Saúde e o H.I.G. afirmam que a movimentação foi feita diretamente com a controladora, e não com o Meridional. O fundo, após sua entrada, aumentou o capital da empresa e a participação dos acionistas minoritários teria ainda saído de 10% para 2%.

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Vitor Azevedo

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