Ações do Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) ganham força no Ibovespa hoje; veja o que está acontecendo

As ações de Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em alta nesta segunda-feira no Ibovespa. As da Via (VIIA3) também encerraram o pregão com ganhos.

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Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) avançaram 1,67%, cotados a R$ 3,05. Os ativos da Via ganharam 0,60, a R$ 1,69. Foi o segundo dia seguido de altas.

Cotação MGLU3

Gráfico gerado em: 21/08/2023
1 Dia

O mercado reagiu a especulações de que o governo pode voltar a elaborar um programa de incentivos para venda de eletrodomésticos da linha branca.

Em julho, o presidente Luís Inácio Lula da Silva cogitou baixar os impostos da chamada “linha branca” de eletrodomésticos, como geladeira, máquina de lavar e televisão.

Foi o que Lula disse em 12 de julho durante a cerimônia de reabertura do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília. Também esteve no evento, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a quem o presidente se dirigiu, durante o discurso.

Lula defendeu a volta das pessoas à atividade econômica e que o governo estimule o consumo da população, desde que seja de forma consciente.

As ações de consumo doméstico, no entanto, caíram no Ibovespa nesta segunda.

No cenário do Ibovespa hoje, os papéis do consumo doméstico reverteram os ganhos obtidos na última sexta-feira e marcaram presença entre as principais quedas. Esse movimento foi influenciado pelo aumento das taxas de juros futuros e pela elevada aversão ao risco na bolsa brasileira. O Carrefcour (CRFB3) cedeu 4,14%, a R$ 11,36. Arezzo (ARZZ3) caiu 3,26%, a R$ 76,53.

Juros futuros sobem

Os juros futuros subiram nesta segunda-feira, 21, num movimento capitaneado pelo exterior, mais precisamente pela escalada dos yields dos Treasuries, com a T-Note de dez anos tocando as máximas desde 2007. A piora do câmbio deu a sua contribuição – o dólar nas máximas do dia chegou perto dos R$ 5. Internamente, há desconforto com o cenário de reformas, cuja tramitação ainda não avançou desde o retorno do Congresso há três semanas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 12,435%, de 12,430% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,51% para 10,61%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 10,48% (10,32% na sexta-feira). O DI para janeiro de 2029 marcava 10,98%, de 10,84%.

A trajetória das taxas nesta segunda-feira esteve novamente apoiada na curva dos títulos do Tesouro dos EUA. O juro da T-Note de dez anos chegou a 4,352%, maior nível desde novembro de 2007, enquanto o do papel de 2 anos tocou máxima nos 5,01%.

A nova rodada de alta não teve gatilho específico, vista como continuidade das tensões recentes com a possibilidade de juros elevados por muito tempo nos EUA, e possíveis consequências para o setor financeiro e dívida pública americana. Não se descarta, contudo, que o mercado esteja se antecipando a possíveis alertas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em seu discurso na sexta-feira, no simpósio de Jackson Hole, evento em que a autoridade monetária costuma antecipar seus movimentos na política monetária.

Outro problema é a China. A redução de juros anunciada pelo banco central frustrou o mercado, elevando a preocupação com o ritmo da economia. A taxa para empréstimos de um ano foi reduzida para 3,45%, ante expectativa de 3,40% e a taxa de cinco anos se manteve inalterada em 4,20%, ante media de 4,05%.

Os juros por aqui também foram contaminados pelo aumento da pressão sobre o câmbio, que é variável-chave para preços. Na máxima, o dólar chegou nesta segunda a R$ 4,9970, para fechar em R$ 4,9787. “O cenário de melhora da inflação estagnou nas últimas semanas, não só pela fraqueza do real, mas também porque o movimento de redução das expectativas de inflação igualmente parou de evoluir”, destacou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

IPCA e Focus

Assim como a Magazine Luiza e a Via, Petz (PETZ3) também valorizou: 2,45%, a R$ 5,44). Já a Lojas Renner (LREN3) recuou 1,44%, a R$ 17,11.

Na manhã desta segunda-feira, destaque para o Boletim Focus, que trouxe projeção um pouco maior para o IPCA deste ano, a 4,90%, comparada a 4,84% no boletim da semana anterior, e o câmbio projetado passando, no mesmo intervalo, de R$ 4,93 para R$ 4,95 com manutenção do PIB e da Selic, sem variações, no fechamento do ano, observa Roseane Duarte, analista da Toro Investimentos.

Como pano de fundo, na semana passada terminou o período de divulgação dos resultados do segundo trimestre das empresas no Brasil. “Em resumo, os resultados vieram muito machucados pelo impacto das altas taxas de juros, tanto diretamente, com o incremento das despesas financeiras das empresas, como na própria parte operacional, com a dificuldade de fazer com que o faturamento cresça”, diz Eduardo Cavalheiro, fundador e gestor da Rio Verde Investimentos.

Mesmo com a pequena redução da Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano decidida no início de agosto, “o mercado de crédito segue restrito, com muitas empresas ainda encontrando dificuldade para rolar seus financiamentos, em ambiente também difícil para os bancos, o que ainda amarra a economia”, acrescenta o gestor, prevendo melhora nos resultados das empresas apenas no médio prazo, à medida que os efeitos da redução da Selic se transmitam à atividade econômica.

Magazine Luiza, Via: 300 maiores varejistas batem R$ 1 trilhão em vendas em 2022

Cinco empresas dominaram as vendas online no Brasil em 2022: Amazon (AMZO34), Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3), Mercado Livre (MELI34) e Via (VIIA3). Em 2022, o faturamento delas somou R$ 203,4 bilhões, considerando vendas de produtos de estoque próprio e de terceiros. A quantia representou no ano passado 78% do e-commerce nacional.

Os dados são da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), que rankeou as 300 maiores varejistas em faturamento, avaliando a participação e vendas totais dos marketplaces segundo apuração da consultoria NielsenIQ.

A maior fatia do faturamento foi para o Mercado Livre (MELI34), com R$ 80,5 bilhões em 2022. A seguir é possível conferir a parcela de cada um dos markeplaces:

  • Mercado Livre (MELI34): R$ 80,5 bilhões;
  • Americanas (AMER3): R$ 44,3 bilhões (número anteriores à crise de inconsistências contábeis);
  • Magazine Luiza (MGLU3): R$ 43,3 bilhões;
  • Via (VIIA3): R$ 20,5 bilhões;
  • Amazon (AMZO34): R$ 14,6 bilhões.

300 maiores empresas de varejo do país vendem mais de R$ 1 tri

Pela primeira vez, após enfrentarem o atípico ano de 2021 e o cenário econômico de muitos percalços pós-pandemia, as 300 maiores empresas varejistas brasileiras bateram um recorde de faturamento. O R$ 1,046 trilhão representou um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 19,9%, de 2022 ante 2021. O desempenho do varejo geral avançou nominalmente 14,1%.

O presidente da SBVC, Eduardo Terra, informou ainda que 96% das varejistas tiveram crescimento de vendas no ano passado, sendo que 89% delas registraram avanços de faturamento acima da inflação.

Outros pontos interessantes abordados na pesquisa são:

  • O Carrefour (CRFB3) é a maior empresa de varejo do País, com um faturamento de R$ 108 bilhões;
  • O ranking ainda é dominado por empresas de Supermercados, com 152 representantes, dos quais quatro estão no top 10 do varejo;
  • O setor de Moda, Calçados e Artigos Esportivos é o segundo com maior presença no ranking, com 38 empresas;
  • O Grupo Boticário é a empresa com mais lojas no Brasil, com 3.828 pontos de venda.

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10 maiores empresas de varejo do Brasil – Carrefour, Assaí, Magazine Luiza e mais

Segundo o ranking da SBVC, as 10 maiores companhias varejistas do Brasil e seus respectivos faturamentos em 2022 foram:

  1. Grupo Carrefour Brasil (CRFB3): Faturamento de R$ 108 bilhões;
  2. Assaí (ASAI3): R$ 59,7 bilhões;
  3. Magazine Luiza (MGLU3): R$ 44,7 bilhões;
  4. Via (VIIA3): R$ 39 bilhões;
  5. Americanas (AMER3): R$ 34,4 bilhões;
  6. Raia Drogasil (RADL3): R$ 30,9 bilhões;
  7. Grupo Boticário: R$ 23,6 bilhões;
  8. Natura&Co (NTCO3): R$ 20,7 bilhões;
  9. Grupo Mateus (GMAT3): R$ 20,4 bilhões;
  10. GPA Alimentar (PCAR3): R$ 18,4 bilhões.

Magazine Luíza e Via: banco prefere (e indica) outra empresa do varejo

Os analistas do BTG Pactual estão de olho em outra empresa do varejo – e destacam em relatório mais duas companhias do setor.

O setor de varejo está fortemente ligado ao cenário macroeconômico, e há perspectivas favoráveis à frente, segundo o BTG Pactual. O relatório sobre as varejistas elaborado pelo banco destaca a performance da Via e do Magazine Luiza no 2T23, detalha o quadro de dificuldades para as companhias – e aponta outra empresa que pode brilhar ainda em 2023.

Por outro lado, houve mudanças nos últimos meses, aponta o BTG. “Embora o beta do setor varejista já seja baixo, algumas empresas ainda apresentam potencial para uma queda no beta (e no custo de capital próprio), principalmente se as taxas de juros caírem mais rapidamente, o que poderia gerar uma reação positiva de curto prazo”, dizem os analistas.

Varejo: segmento de alta renda continua sólido, diz BTG

Segundo o BTG, varejistas de alta renda vêm apresentando resultados sólidos, enquanto outras empresas enfrentam pressões nas margens e na expansão.

O banco assinala que Arezzo (ARZZ3) e Track&Field (TFCO4) tiveram um bom desempenho no 2T23, embora com desaceleração em comparação com trimestres anteriores. “O crescimento das vendas no varejo foi desigual no 2T23, com foco nas famílias de renda mais alta”, explicam os analistas.

Mercado Livre (MELI34) em momento melhor

No segmento eletrônico, o Mercado Livre (MELI34) continua como destaque, lembra o BTG.

“O volume bruto de mercadorias (GMV) online para MELI, MGLU e VIIA cresceu 16% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 41 bilhões em vendas online. O Mercado Livre teve um crescimento anual de 25% no Brasil, atingindo R$ 24,8 bilhões em GMV nos últimos doze meses”, apontam os analistas, que consideram a principal empresa do setor para este 2º semestre.

Os resultados consolidados do setor de varejo no 2T23 mostraram um crescimento de 8,4% na receita (1,4% abaixo das projeções), queda de 0,4% no Ebitda (3,8% acima das projeções), com margem reduzida em 80 pontos-base.

De acordo com a equipe do BTG, além dos desafios macroeconômicos, varejistas como a Magazine Luiza e a Via estão lidando com alavancagem financeira, pressões na margem de lucro e desaceleração na demanda, ocorrida desde o quatro trimestre de 2022. “Isso piorou a alavancagem operacional e a dinâmica de capital de giro, uma tendência comum no primeiro semestre de 2023.”

Fatores como taxas de juros mais altas e risco país impactaram o custo de capital próprio e levaram as ações da Via e do Magazine Luiza terem um desempenho inferior em 2022 e início de 2023. Já a Via, dona da Casas Bahia e do Ponto, divulgou no último dia 10, o seus resultados do segundo trimestre de 2023. A varejista apurou um prejuízo líquido de R$ 492 milhões. O resultado da Via no 2T23 reverte o lucro de R$ 6 milhões apresentado no mesmo período de 2022. A empresa garante, porém, que um novo ciclo está por vir e aproveitou o momento para divulgar o plano de ação da nova gestão da companhia.

O Magazine Luiza reportou na última segunda (14) um prejuízo líquido ajustado de R$ 198,8 milhões no segundo trimestre de 2023, valor 77,3% maior do que o prejuízo anotado um ano atrás. A companhia citou maiores despesas financeiras com os juros altos e disse que cada ponto percentual da taxa Selic representa uma economia anual de R$ 150 milhões.

Com Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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