Venda do Kabum para Magazine Luiza (MGLU3) vira batalha judicial bilionária; entenda

A venda do Kabum para o Magazine Luiza (MGLU3) foi parar nos tribunais em meio a uma batalha jurídica bilionária. O alvo dessa guerra não é a varejista da família Trajano, mas sim o Itaú BBA, responsável pelo assessoramento financeiro da operação.

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De acordo com informações publicadas pelo jornal Valor Econômico, os irmãos e fundadores do Kabum Leandro e Thiago Ramos estão rompendo relações com o Magazine Luiza após o início do processo jurídico.

Os familiares questionam o trabalho do Itaú BBA durante as negociações. A transação de R$ 3,5 bilhões foi concluída no final de 2021.

Segundo os advogados dos fundadores do Kabum, o Itaú BBA teria atuado em meio a um conflito de interesses durante essa transação e não teria trabalhado para obter o melhor negócio aos irmãos.

Os juristas argumentam que o banco “manobrou para que propostas ou negociações com outros interessados fossem sabotadas, minadas ou abandonadas de modo que [os sócios do Kabum] fechassem negócio com o Magazine Luiza“.

Contudo, a tese é sustentada por indícios e suspeitas. Por isso, os advogados pediram a produção antecipada de provas, pois ainda não têm “fatos cruciais” nas mãos para abrir uma ação indenizatória.

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Itaú BBA rebate acusações

Nos trâmites do processo, o Itaú BBA contestou todas as acusações e afirmou que essa “manobra” da produção antecipada de provas está sendo solicitada porque a dupla não tem como sustentar a denúncia de suposta sabotagem na operação de venda do Kabum ao Magazine Luiza.

“O pleito, além de abusivo, em razão da tentativa de obtenção de informações protegidas por sigilo e que violam a privacidade dos envolvidos (direito fundamental),é também ostensivamente genérico e indeterminado”, afirmou a defesa do banco na Justiça.

De acordo com a reportagem, dentro do banco o processo é visto como uma forma de os irmãos saírem do Magalu antes do prazo previsto para o pagamento do “earn out”, que é em janeiro de 2024.

Em nota enviada ao Valor, o Itaú BBA lamentou a ação judicial e afirmou que ela tem, aparentemente, o único objetivo de causar constrangimento. O banco reforçou que a operação foi concluída em um processo competitivo transparente e que os irmãos estavam cientes de que poderia haver uma flutuação das ações do Magazine Luiza no mercado acionário.

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“Por fim, ressalta que atua sempre no melhor interesse de seus clientes, pautado nos mais severos padrões de diligência, para oferecer assessoria financeira de qualidade elevada”, ressaltou o BBA.

O Magazine Luiza não comentou o assunto e os fundadores do Kabum não responderam os pedidos de entrevista da reportagem.

Nos últimos doze meses, as ações MGLU3 amargam uma desvalorização de 41,05%, de acordo com o mapeamento do Status Invest.

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Erick Matheus Nery

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