Magazine Luiza (MGLU3) reverte lucro e registra prejuízo líquido de R$ 166,8 milhões no 3T22

O Magazine Luiza (MGLU3) divulgou nesta quinta-feira (10) seu balanço do terceiro trimestre de 2022 (3T22). A varejista reverteu o lucro de R$ 143,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado e apresentou um prejuízo líquido de R$ 166,8 milhões, impactado principalmente pelo aumento das despesas financeiras.

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No quesito ajustado, ou seja, desconsiderando efeitos não recorrentes, como créditos tributários e honorários, o resultado do Magazine Luiza mostrou prejuízo líquido de R$ 146 milhões, frente ao lucro líquido ajustado de R$ 22,6 milhões do 3T21.

O resultado do Magazine Luiza no 3T22 ficou abaixo das expectativas do consenso Refinitv, que projetava um prejuízo de R$ 60 milhões.

Receitas do Magazine Luiza

A receita bruta total foi de R$ 10,7 bilhões, com alta de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa atribui esse resultado ao crescimento das novas categorias, parcialmente compensado pelo menor volume de vendas nas categorias de bens duráveis.

As receitas do Magazine Luiza no setor de serviços de varejo cresceram 17,8% no 3T22, sobretudo devido ao crescimento do Marketplace e do Magalu Pagamentos.

Já a receita líquida foi de R$ 8,8 bilhões no terceiro trimestre de 2022, um aumento de 2,26% quando comparado ao 3T21, estando em linha com a variação da receita bruta total.

O lucro bruto ajustado do Magazine Luiza alcançou os R$2,5 bilhões no 3T22, com crescimento anual de 15,3%.

A margem bruta foi de 27,9% entre os meses de julho e setembro, com crescimento de 3,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2021. Essa alta, segundo a Magalu, reflete o crescimento da receita de serviços, sobretudo daqueles associados ao Marketplace.

Além disso, “o repasse gradual da inflação de custos e do aumento da taxa de juros para o preço final contribuiu para o aumento da margem bruta de mercadorias”, destaca o balanço do Magazine Luiza.

O Ebtida ajustado, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 527,5 milhões no 3T22, uma alta anual de 50,3%. A projeção do mercado financeiro, no consenso Refinitiv, era de R$ 549 milhões.

Desse modo, a margem Ebitda ajustada passou de 4,1% para 6%, alcançando o maior valor trimestral desde 2020, após expansão de 1,9 ponto percentual.

Vendas do Magalu

O total de vendas do Magazine Luiza foi de R$ 14 bilhões no terceiro trimestre de 2022, com avanço de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.

No segmento de e-commerce as vendas alcançaram R$ 10 bilhões no período, com aumento anual de 3% no 3T22. As vendas do marketplace (3P) chegaram em R$ 3,5 bilhões, com avanço de 1% em relação ao 3T21.

O resultado foi positivo para a empresa, já que e-commerce brasileiro teve uma queda de 10,5% segundo a Neotrust no terceiro trimestre de 2022.

“A expansão do marketplace é mais acelerada nas novas categorias. No 3T22, as vendas de itens de novas categorias, como moda, casa e jardim, esporte, beleza e acessórios automotivos, cresceram no patamar de dois dígitos. Neste trimestre, as categorias de moda e beleza cresceram 45% e 52% respectivamente no marketplace do Magalu”, destaca a empresa.

As vendas nas lojas físicas do Magazine Luiza atingiram R$ 4 bilhões no terceiro trimestre de 2022, com expansão de 1% em relação ao 3T21.

“Crescemos vendas, margem bruta e margem Ebitda. A principal diferença para a última linha está na despesa financeira, porque o CDI saiu praticamente de 2% para 14%. Isso é temporário. A boa notícia é que a taxa de juros já parou de subir e que a expectativa para o ano que vem é de que ela comece a cair”, disse Belíssimo ao Broadcast. As expectativas de início de queda de juros da companhia estão ancoradas no Boletim Focus, complementa.

Ele afirma que, com juros menos agressivos, a companhia vai conseguir melhorar suas vendas e reduzir sua despesa financeira com antecipação de recebíveis. Belíssimo diz não poder responder se a empresa só voltará a dar lucro quando os juros indicarem queda. No entanto, diz que a companhia tem buscado formas de reduzir não só suas despesas operacionais, mas também as financeiras. Exemplo disso é o aumento da participação de pagamentos via PIX, por ser à vista, o que evita que a empresa tenha de antecipar recebíveis.

Do lado das vendas, a empresa tem buscado aumentar a participação de novas categorias por meio de seus lojistas virtuais. Assim, consegue diminuir a dependência de crédito para vender, já que começa a comercializar mais itens de tíquete médio menor. Nesse trimestre, as categorias de moda e beleza cresceram 45% e 52% respectivamente no marketplace do Magalu.

Mesmo com o avanço significativo de novas categorias, a queda de vendas em bens duráveis, atingidos em cheio pela alta de juros, puxa o total para baixo.

No e-commerce com estoque próprio, as vendas evoluíram 3,5% e, no marketplace, atingiram R$ 3,5 bilhões, com crescimento de 0,9%. “Ganhamos mercado aumentando a rentabilidade (margens) ao mesmo tempo. Geralmente é fácil subir margens perdendo mercado, mas conseguimos as duas coisas ao mesmo tempo”, diz Belíssimo.

MagaluPay

O volume total de transações processadas (TPV) da fintech da companhia atingiu R$ 22,1 bilhões no trimestre, com alta de 19,6%. O MagaluPay, por sua vez, superou a marca de 7,8 milhões de contas digitais.

Na joint venture com o Itaú (ITUB4), a Luizacred, houve R$ 30 milhões de prejuízo, dos quais cerca de R$ 15 milhões entram no balanço da varejista. Na parte de inadimplência, os créditos não performados acima de 90 dias representaram 9,2% do total, voltando a índices históricos do período pré-pandemia, que eram mais altos, segundo Belíssimo.

Caixa

No trimestre encerrado em setembro, a geração de caixa operacional foi de R$ 324 milhões, influenciada pela variação do capital de giro. O Magalu encerrou o período com uma posição de caixa líquido ajustado de R$ 1,8 bilhão e uma posição de caixa total no valor de R$ 9 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$ 2,1 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$6,9 bilhões.

Cotação do Magazine Luiza nesta quinta (10)

As ações do Magazine Luiza encerraram a sessão em forte queda de 10,96% nesta quinta-feira (10), a R$ 3,98.

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Com Estadão Conteúdo

João Vitor Jacintho

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