Madero protocola pedido de IPO no Novo Mercado da B3

O Madero protocolou, na noite da última segunda-feira (2), seu pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

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O Madero ainda não definiu um cronograma para a listagem das ações na B3, nem o montante de recursos que pretende movimentar.

A companhia, contudo, já informou que será um oferta pública, ou seja, destinada para todos os investidores que tiverem interesse, com base na Instrução 400 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com uma tranche primária (quando os recursos vão direto para o caixa a empresa) e outra secundária.

Os acionistas vendedores serão as pessoas físicas Luiz Renato Durski Junior, Kethlen Ferreira Ribas Durski, Ariel Leonardo Szwarc, Rafael de Oliveira Mello, Nicolas Raymond Gorguet, Luiz Adriano Urbanski e Murillo Piloto Proença, além do fundo de investimento Madrid.

Segundo o prospecto, a companhia pretende utilizar os valores líquidos da abertura de capital para investir na expansão de novos restaurantes, renovação da frota e cozinhas centrais (50%), além do pagamento de contratos financeiros (50%).

O IPO será coordenador pelo líder BTG Pactual (BPAC11), com a participação de Bank of America, Bradesco BBI, Itaú BBA, UBS BB e JP Morgan.

A empresa será listada no Novo Mercado, mais alto nível de governança corporativa da B3, com o ticker MDRO3.

Dívidas não impedem Madero de seguir com IPO

A abertura de capital do Madero, que um dia já foi cogitada de acontecer na Nasdaq e não no Brasil, está indo para frente mesmo com as dívidas e dificuldades da companhia.

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No balanço do primeiro trimestre da empresa, é citado que, por falta de garantias de que conseguirá renegociar dívidas, há “dúvidas substanciais sobre a capacidade da companhia de continuar em funcionamento” pelos próximos 12 meses.

No relatório, o grupo reporta um montante de R$ 2,4 bilhões em obrigações com bancos, fornecedores e tributos. Uma fatia de 31% dessa dívida vence dentro do prazo de um ano.

O momento de crise foi agravado pela pandemia desde o ano passado, com as restrições de mobilidade que fecharam os restaurantes.

Além disso, a companhia viu sócios como o apresentador Luciano Huck, que tinha uma participação minoritária, deixando o negócio rapidamente, por valor simbólico.

Fundada pelo empresário Junior Durski, o Madero recentemente fez ousada expansão pelo Brasil. Em 2019, vendeu, por R$ 700 milhões, 22% de seu capital para o fundo americano Carlyle (que repassou seus ativos no Brasil à SPX). O IPO vem para dar um gás a essa retomada.

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Jader Lazarini

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