Grana na conta

Localiza (RENT3) pode gastar R$ 1,2 bi a mais na compra da Unidas (LCAM3)

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permitiu, na última terça-feira (5), que gestoras de investimento tenham acesso a uma linha de financiamento mais barata e isonômica em relação aos acionistas da Unidas (LCAM3) na fusão com a Localiza (RENT3), o que antes não era permitido devido ao dispositivo de instrução 555. Essa decisão deve afetar o valor da operação de fusão entre as duas empresas.

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A requisição para a dispensa procura viabilizar que gestoras com fundos participantes na Unidas tivessem seus direitos patrimoniais cumpridos. No acordo da transação, a Localiza ofereceu inicialmente uma linha de financiamento que somava até 20% do valor de mercado total da Unidas, com prazo de 3 anos e taxas de 3,5% ao ano.

Na época do acordo, em setembro de 2020, a Selic estava a 2%. Com as altas do último ano, as gestoras — investidoras da Unidas — buscaram um acordo de isonomia.  Quando ele foi firmado, a taxa básica de juros já estava em 13,25%.

Desta forma, o negócio pode sair R$ 1,2 bilhão mais caro para a Localiza. Os fundos envolvidos são Helius Capital, Verde, Vinland Capital, Atmos e Dynamo.

O argumento das gestoras era que haveria um tratamento assimétrico e o financiamento era “parte indissociável” do negócio. Ressaltaram ainda que a permissão não resultaria em riscos incomuns em relação ao mercado com a participação pretendida na operação.

As gestoras recorreram à Superintendência de Supervisão de Investidores Institucionais (SIN), que afirmou não haver tratamento assimétrico contra os fundos caso o dispositivo fosse mantido, já que eles têm tratamento tributário favorável na operação.

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Assim, recorreram à CVM, que decidiu favoravelmente aos fundos. O diretor João Accioly acompanhou a área técnica e foi o único voto dissidente.

Localiza (RENT3): Cade aprova compra de ativos feita pela Brookfield como ‘remédio’ para fusão

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra de ativos feita pela Brookfield, que controla a locadora de veículos Ouro Verde, no âmbito da fusão entre as líderes do setor Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3).

Com o sinal verde do Cade, agora a Localiza e Unidas fecharam a fusão em 1º de julho. A venda de ativos se deu pela cifra de  R$ 3,570 bilhões – que ainda pode sofrer alterações, conforme é esperado em transações dessa natureza.

A informação foi divulgada em fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira (22).

A venda é de ativos da Unidas, incluindo 49 mil carros, conforme reportado pelo Suno Notícias. A venda foi um dos ‘remédios’ para a fusão manter o mercado competitivo, conforme determinado pelo Cade em dezembro.

Ou seja, isso se dá como uma forma de controle de concentração firmado pelo órgão.

Os ativos da venda eram de empresas controladas da Unidas.

Conforme comunicado da primeira semana de junho, já era esperado que a Localiza venderia algo em torno de 45 mil e 50 mil carros, além de desinvestimentos de agências e lojas em aeroportos.

Na transação, os bancos Scotiabank, BTG e Citi atuaram como assessores financeiros e financiadores da Brookfield ora na transação e o Bank of America atuou como assessor financeiro de ambas as companhias.

Atuaram como assessores legais da operação, Pinheiro Neto Advogados, pelas Companhias, e Cescon Barrieu, pela Brookfield e como assessores legais de antitruste, Machado Meyer, LCA e VMCA.

Entenda a compra da Unidas pela Localiza

Ainda no fim de 2021, o Tribunal do Cade aprovou união entre as duas empresas e incluiu na decisão uma série de “remédios” para diminuir a fatia do mercado da nova empresa para menos de 50%, impedindo uma concentração de mercado.

A votação no tribunal foi apertada: 3 a 2. A Unidas foi comprada pela Localiza e a aprovação saiu com restrições.

fusão das duas maiores empresas do setor de aluguel de veículos e gestão de frotas do país foi aprovada com ressalvas.]

A relatora, Lenise Prado, disse que é ncessário o cumprimento de cláusulas de restrições que incluem venda “significativa” de ativos na área de locação e que o acordo firmado é sigiloso e os termos não foram divulgados durante a leitura de seu voto.

A proposta de fusão, vale lembrar, foi anunciada ainda em 22 de setembro de 2020.

“Após estudos e consultas ao mercado, a Superintendência verificou que, entre os segmentos afetados pelo ato de concentração, os relacionados à venda de veículos usados e à Gestão e Terceirização de Frotas (GTF) não apresentam maiores preocupações do ponto de vista concorrencial”, disse o Cade.

“O primeiro é um setor pulverizado, razão pela qual Localiza e Unidas não teriam capacidade de exercer poder de mercado após a conclusão do negócio. Com relação ao segundo ponto, ficou demonstrado que existem outros concorrentes no setor capazes de competir de forma efetiva com as empresas no cenário pós-operação”, segue, em nota.

Contudo, o Cade fez algumas ponderações, destacando que “o ato de concentração gera riscos relevantes para o ambiente competitivo no mercado de locação de veículos. Isso porque a Localiza, que é líder desse segmento no Brasil, está adquirindo a Unidas, a sua maior concorrente”.

A venda à Brookfield está inclusa no contrato que versa sobre a fusão entre Localiza e Unidas, firmado em atendimento ao ACC do Cade.

Isso se dá como uma forma de controle de concentração firmado pelo órgão.

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Além disso, o fechamento da operação está sujeito ao cumprimento de determinadas condições suspensivas além do Cade, como:

  • A consumação da Combinação de Negócios
  • A realização de uma reorganização societária de controladas da Unidas, além de outras condições suspensivas usuais em operações dessa natureza

Segundo o comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os bancos Scotiabank, BTG e Citi atuaram como assessores financeiros e financiadores da Brookfield ora na transação e o Bank of America atuou como assessor financeiro de ambas as companhias.

Atuaram como assessores legais da operação da Unidas Pinheiro Neto Advogados, pelas Companhias, e Cescon Barrieu, pela Brookfield e como assessores legais de antitruste, Machado Meyer, LCA e VMCA.

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Cotação da Localiza

A ação da Localiza subiu 2,54% no fechamento desta quarta-feira (6), a R$ 53,34. No ano, acumula ganhos de 4,81%.

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Victória Anhesini

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