Light (LIGT3): credores pedem que CVM investigue diretor da companhia

Um grupo de credores da Light (LIGT3), incluindo fundos de investimento e debenturistas, protocolou um pedido junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que Eduardo Gotilla, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, seja investigado.

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No documento, eles alegam que a Light vem divulgando “afirmações falsas” sobre a atuação dos debenturistas ao afirmar que eles não cumpriram as regras para a realização de assembleias. Eles também solicitam a apuração do “descumprimento das condutas e obrigações relacionadas aos cargos de diretor financeiro e de relações com investidores”.

Ao jornal O Globo, um executivo de mercado destacou que para os credores, as medidas tomadas pela Light têm dois efeitos principais. O primeiro seria o dano ao pequeno investidor, que recorre às assembleias para se manter informado e o outro, segundo ele, é que a hostilidade da companhia com os debenturistas “afasta uma tentativa de acordo com os credores”.

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Light (LIGT3) desiste de recuperação judicial, diz jornal

conselho de administração da Light (LIGT3) desistiu do seu pedido de recuperação judicial, informou a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, na última terça-feira (5). A empresa confirmou a notícia ao mercado.

O pedido de recuperação judicial foi realizado em maio de 2023 e enviado para a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A dívida da Light atualmente está na casa dos R$ 11 bilhões.

A Light ainda não divulgou oficialmente a suspensão do pedido. A partir do momento em que a empresa anunciar a desistência de maneira formal, ela vai passar a realizar a negociação desses valores de forma direta com seus credores.

O pedido de recuperação judicial da Light foi aceito pela Justiça após 48 horas da solicitação. Foi contestado por credores, uma vez que a legislação não permite que concessionárias de serviço público possam fazer essa solicitação para sanar suas dívidas.

Pedido de recuperação judicial

Em julho de 2023, a Light apresentou seu novo plano de recuperação judicial. Na ocasião, a empresa explicou os principais pontos do plano, por meio de fato relevante divulgado ao mercado.

“O plano estabelece os termos e condições propostos relativamente às principais medidas que poderão ser adotadas visando a superação da atual situação econômico-financeira da companhia e seus eventuais reflexos em algumas de suas subsidiárias, a manutenção dos serviços prestados no âmbito das concessões de titularidade do Grupo Light, a continuidade de suas atividades, a preservação de valor e a promoção de sua função social”, disse a empresa, em fato relevante.

A companhia havia proposto quatro alternativas de recuperação total de créditos, assim como 2 com desconto de até 60%, totalizando seis opções de pagamento.

Uma das opções previa o recebimento à vista de créditos no valor de até R$ 10.000,00 por credor que detinha títulos de dívida, principalmente os debenturistas. Ou seja, seria uma medida voltada a cerca de 25 mil investidores pessoas físicas que adquiriram debêntures da Light.

Além disso, a Light também trouxe a possibilidade de capitalização de créditos quirografários dos credores, de modo que estes receberiam ações da Light que ainda seriam emitidas.

De qualquer modo, a Light teria desistido do processo de recuperação judicial, conforme apontaram as fontes próximas ao assunto.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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