Juros do rotativo do cartão de crédito sobem para 445,7% em julho, diz Banco Central

A taxa de juros do cartão de crédito rotativo aumentou de 437% ao ano em junho para 445,5% ao ano em julho, um pulo de 8,7 pontos percentuais em um mês, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC).

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O chamado crédito rotativo é a linha pré-aprovada para quem tem cartão além de incluir os saques feitos na função crédito do meio de pagamento, e que são cobrados em caso de inadimplência do consumidor.

A taxa do parcelado do cartão aumentou 2,3 pontos, para 198,4%. A taxa de juros total, no entanto, do cartão de crédito caiu 1,5 ponto, para 102,7% em julho.

No cheque especial, a taxa cobrada foi de 132,5% ao ano, vinda de 134,5% em junho, queda de 2 pontos.

Nas operações de crédito com recursos livres, a taxa média de juros atingiu 44,3% ao ano em julho, com diminuição mensal de 0,3 ponto percentual e expansão de 3,9 p.p. em doze meses.

Por segmento, a taxa média de juros para as operações contratadas com pessoas jurídicas situou-se em 23,3%, com elevação de 0,3 p.p. no mês e redução de 0,1 p.p. em doze meses.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, situou-se em 22,5% a.a., redução de 0,1 p.p. no mês e aumento de 1,7 p.p. em 12 meses.

A inadimplência do crédito total do SFN manteve-se estável no mês, situando-se em 3,6%. Por segmento, a inadimplência aumentou 0,1 p.p. para a carteira de pessoas jurídicas e permaneceu estável na carteira de pessoas físicas ao situar-se, respectivamente, em 2,7% e 4,2%.

No crédito livre, a inadimplência alcançou 5,0% em julho, alta mensal de 0,1 p.p. Por segmento, a inadimplência da carteira de crédito às pessoas jurídicas atingiu 3,3%, com aumento mensal de 0,2 p.p. concentrado na carteira de desconto de duplicatas e recebíveis (+0,9 p.p.). Na carteira de crédito livre às pessoas físicas, a inadimplência diminuiu 0,1 p.p. no mês, totalizando 6,2%.

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O endividamento das famílias situou-se em 48,3% em junho, com queda de 0,5 p.p. no mês e de 1,6 p.p. em doze meses. Nas mesmas bases de comparação, o comprometimento de renda aumentou 0,2 p.p. em junho e 1,5 p.p. em doze meses, situando-se em 28,3%.

BC estuda por fim no crédito rotativo

O presidente do Banco Central, Roberto Campo Neto, afirmou no dia 10 de agosto, que a autarquia estuda o fim do crédito rotativo de cartão de crédito, em uma sessão plenária no Senado Federal.

Campos Neto disse que, em até 90 dias, o BC deve apresentar uma solução para o “grande problema” que é o cartão de crédito.

E a solução que está se encaminhando é o fim do rotativo, com o crédito indo direto para o parcelamento, com uma taxa ao redor de 9% ao mês. 

“Ou seja, extingue-se o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. E que a gente crie algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo”, disse Campos Neto, que ressaltou que cartão de crédito hoje representa 40% do consumo no Brasil.

Uma das situações que faz os juros do cartão serem tão altos é a grande utilização do parcelamento de compras por prazos mais longos. Isso aumenta o risco do crédito para as instituições financeiras e, consequentemente, os juros.

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Allan Ravagnani

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