IPO bilionário da Smart Fit (SMFT3) potencializa chance de estreia da Bluefit na B3

A Smart Fit (SMFT3) concluiu com sucesso a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em sigla em inglês). A operação bilionária acendeu um sinal de alerta de investidores em relação à Bluefit, rival no segmento de academias low cost. A estreia em pregão da maior rede do setor no país potencializa a chance de a concorrente também ser listada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) ainda este ano.

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O IPO da Smart Fit recebeu uma demanda 20 vezes superior ao tamanho da oferta em reservas, incluindo os âncoras, e é nesse espaço que a concorrente Bluefit quer emplacar. O Valor Econômico reportou que a empresa já se reuniu com cerca de 40 fundos e pretende lançar sua oferta pública inicial em outubro deste ano.

A Bluefit, segundo lugar em market share no Brasil, conseguiu captar recentemente, de acordo com o Valor, cerca de R$ 50 milhões por meio de um fundo de participações.

Há uma década, pouco ou nada se falava de low cost para rede de academias no País — a linha fitness capaz de oferecer serviços por um baixo preço, contra o mercado premium com produtos core e preços maiores.

Nesse segmento fitness, predominam de forma relevante dois modelos de negócio: academias de bairro e unidades elitizadas, caso de Competition e Bio Ritmo.

“Tinha um espaço muito forte para as academias tidas como low cost, que têm um formato entre 1000 e 1200 metros quadrados, com poucos professores, quase sem nenhuma aula, mantendo equipamentos bons e que propiciam o serviço a um custo muito baixo”, contou um gestor que acompanha o mercado e que preferiu não se identificar. “Esse segmento era totalmente virgem no Brasil.”

A transformação em curso tem sido capitaneada pela Smart Fit, companhia que se alastrou pelo Brasil e hoje multiplica o número de unidades pretas e amarelas pela América Latina. Mas, logo atrás, há um player azul que vem crescendo no país.

Smart Fit X BlueFit

A Smart Fit e a BlueFit viveriam momentos diferentes de vida. Enquanto a primeira, mais consolidada, expande geograficamente para outros países, a segunda ainda se forma, correndo no mercado doméstico.

“Em termos de maturação, a Smart é mais empresa que a Blue hoje. Mas, quando olhamos para o potencial de crescimento, tanto em termos de lucro líquido, Ebitda, receita, a Blue é muito maior,” ponderou o gestor.

A matemática é simples, explicou o especialista. No caso da Bluefit, sair de 100 para 500 unidades seria quintuplicar o número, ao passo que um ganho de 400 sobre as quase 1.000 da Smart Fit traduziria em um percentual de aumento de 40%.

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Eric Huang e Tales Granello, analistas da Eleven, também disseram acreditar no crescimento da menor. O ônus do modelo de sucesso da Smart Fit foi o acirramento do ambiente competitivo. A despeito disso, entenderam existir “um vasto espaço para a expansão destas e de outras redes.”

Além disso, na opinião dos especialistas, “a elevada capilaridade da Smart Fit acaba atuando como uma ferramenta de ocupação de determinadas áreas, tonando mais difícil para que redes concorrentes se estabeleçam nelas.”

Mercado em expansão

De acordo com relatório assinado pelos analistas, globalmente o segmento de academias low cost tem mostrado maior crescimento nos últimos anos e terá uma retomada mais acelerada no pós-pandemia, “justamente por este modelo trazer a melhor proposta de custo-benefício, e também pela maior preocupação com saúde que a população em geral deve apresentar.”

Não à toa, Smart e Blue levam consigo o sufixo fit. As empresas trabalham para abocanhar um pedaço da torta fitness.

Para Ricardo Jacomassi, sócio e economista-chefe da TCP, é esperado que a categoria volte mais aquecida no pós-pandemia, com um cenário positivo à frente.

Segundo o especialista, o mercado já começou a observar mais interessado para a movimentação de Smart Fit, BlueFit e companhia. Com atividades cada vez mais reconhecidas como fundamentais para o bem-estar e qualidade de vida, “não tenha dúvida, o investidor estará atento a esse segmento.”

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Arthur Guimarães

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