Como investir a partir dos 60 anos? Veja 6 dicas para investidores da terceira idade

O brasileiro está vivendo cada vez mais, e por isso saber como investir a partir dos 60 anos é crucial. Hoje, os brasileiros com 60 anos ou mais representam cerca de 15% da população total do país. Há uma década, esse percentual era de 11,3%, segundo o IBGE, o que significa que a população está envelhecendo rapidamente.

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Muita gente acaba se dando conta de que a idade chegou quando já está sexagenário. E pior, descobre nessa faixa etária que não tem reservas suficientes, nem investimentos, e que a aposentadoria pode não cobrir os custos que, certamente, vão aumentar dali para frente.

Plano de saúde, remédios, família e lazer vão pesar cada vez mais nas finanças do idoso.

Mas o que fazer quando a idade vem chegando e ainda se tem renda para investir, mas pouca familiaridade com o mercado financeiro? A recomendação para garantir uma velhice digna é cautela e planejamento, e fugir da caderneta de poupança.

Vejas 6 dicas para investir a partir dos 60 anos:

1. Fuja da poupança

A aplicação mais popular do Brasil, a poupança, deve ser descartada totalmente, adverte o sócio fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa.

“Para alguém que quer preservar patrimônio e renda, a poupança é a pior escolha, pagando hoje a metade do que remunera um CDB com liquidez”, compara.

2. Comece pelo Tesouro Direto

Para os que ainda não estão familiarizados com o mercado financeiro e têm pouca experiência com investimentos, a recomendação dos especialistas é unânime: começar pelo Tesouro Direto. Essa premissa vale, ainda mais, quando o candidato a investidor está na chamada melhor idade.

Os títulos públicos, portanto, são os grandes aliados de quem tem mais de 60 anos e pouca experiência com investimentos.

Esses papéis de renda fixa, emitidos pelo governo, são os mais seguros e líquidos do mercado brasileiro. Há opções pré-fixadas, pós-fixadas e atreladas à inflação. Algumas delas até com pagamentos periódicos de juros, caso do Tesouro Direto IPCA+, com pagamento de juros semestrais.

Além dos títulos públicos, o investidor tem ainda uma série de opções de produtos de renda fixa privados.

Entre os mais populares, estão os CDBs, Certificados de Depósitos Bancários, emitidos por bancos para captação de recursos junto ao mercado.

Garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre até R$ 250 mil investidos, caso ocorra problemas de liquidez com a instituição onde está aplicado o recurso, os CDBs de bancos são opções de investimentos que rendem mais do que a poupança e que podem ter liquidez até diária.

LCI, LCA, LC, entre outras siglas, representam mais variedades de investimentos em títulos bancários, que devem ser estudadas com atenção pelo candidato a investidor.

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3. Prefira investimentos protegidos pelo FGC

Para os inexperientes no mercado, contudo, vale sempre a ressalva de ter cautela.

“O mercado financeiro é complexo e exige muito estudo. Quando focamos nossos esforços em produtos mais simples e seguros, como o Tesouro, a primeira experiência do investidor fica melhor”, avalia o analista de Portfólios e Advisory do Inter, Pedro Albuquerque.

Outra dica do especialista para o investidor, idoso ou não, é sempre procurar produtos bancários que contemplem a segurança do FGC.

4. Faça um planejamento financeiro

De acordo com Albuquerque, a primeira providência a tomar, antes mesmo de começar a investir, é o planejamento financeiro. “O investidor precisa definir seus custos durante a aposentadoria, como moradia, médicos, lazer, transporte, e, depois, levantar seu patrimônio”, explica.

Com o levantamento do quanto a pessoa necessita por mês, é preciso multiplicar o valor por 12 e dividir pela taxa de juro real, hoje, próxima de 6% ao ano. Essa conta, segundo Costa, vai mostrar o tamanho do patrimônio que o idoso precisará aplicar para obter o retorno financeiro de que precisa.

5. Busque educação financeira na aposentadoria

Costa observa, no entanto, que é preciso estar bastante atento às oscilações do mercado, que podem ser muito rápidas.

Ele lembra que, neste ano, os juros estão na casa de 13,75%, mas no ano passado estavam em 2%. “Por isso, a necessidade de o investidor estar aplicado em ativos que garantam ganho real acima da inflação”, adverte. Sem contar, obviamente, liquidez e segurança.

Segundo Albuquerque, com as informações em mãos, o idoso vai saber quanto vai precisar e quanto realmente possui. Com isso, ele pode montar uma carteira de investimento para usar o patrimônio para ajudar a pagar as contas, por exemplo.

“O importante nesse momento é ser realista e ver qual tipo de aposentadoria seu patrimônio pode render.”

Por isso, os especialistas ressaltam a importância da educação financeira desde cedo.

Também sugerem o apoio de especialistas para ajudar na tomada de decisão pelo ativo mais adequado para cada situação. “É fundamental ter conhecimento para a pessoa conseguir entender as oscilações do mercado, e o que afeta a rentabilidade”, argumenta Costa.

Segundo ele, ao longo do tempo, muitas vezes, é preciso rever e mudar até estratégia de investimento para manter os resultados planejados.

6. Evite riscos desnecessários

Os especialistas dizem que, para investidores sem experiência e com idade acima de 60 anos, é bom evitar a exposição a investimentos de renda variável, sujeito a riscos.

O interessado deve procurar produtos líquidos e seguros para ter acesso ao dinheiro aplicado quando precisar. Principalmente nessa faixa etária, quando a tendência é de as pessoas gastarem mais do seu patrimônio.

“Se um investidor na faixa dos 60 anos colocar todo o seu dinheiro em produtos mais arriscados, como ações, e o mercado cair, provavelmente, não poderá esperar mais cinco anos para recuperar suas perdas”, avisa Albuquerque. Segundo ele, esse seria o tempo médio de retorno de aplicações em Bolsa.

Para Costa, num cenário em que a pessoa acumulou poucos recursos ao longo da vida, é temerário indicar produtos para aumentar a rentabilidade a qualquer preço, incluindo ações. “Tomar risco (depois dos 60 anos) não vai mudar muito o patamar de ganhos ao longo dos anos seguintes”, frisa.

Ele diz que “todo mundo gosta de volatilidade para cima, mas detesta quando cai”.

O economista e sócio-fundador da GT Capital, Rodrigo Azevedo, acrescenta que o investidor na terceira idade deve fugir de ativos de alto risco e de prazos muito longos.

“Esses investimentos são mais indicados para a fase de acumulação de patrimônio, onde o investidor tem um prazo maior para os aportes”, argumenta.

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Texto e reportagem: José Carlos Videira

Redação Suno Notícias

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