Inflação persistente e possível alta da Selic: como investir?

O Brasil enfrenta um cenário econômico desafiador, com a inflação ainda acima da meta estabelecida pelo Banco Central (BC). Apesar de uma leve desaceleração em agosto, evidenciada pelo IPCA-15, os preços de serviços e os núcleos de inflação mantêm-se elevados. Por isso, investir em ativos com ganhos acima do IPCA e do CDI torna-se uma estratégia interessante. 

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Com o IPCA de 2024 projetado para fechar entre 4,3% e 4,7%, a inflação pode ficar acima da meta do BC, que é de 3%, com margem para subir até 4,5%. Diante deste contexto, o Comitê de Política Monetária (Copom) se prepara para sua próxima reunião, com possibilidade de um aumento na taxa Selic. Atualmente fixada em 10,50% ao ano, a taxa pode ser elevada em resposta às expectativas inflacionárias. 

E a taxa Selic em dois dígitos ainda em 2024 traz relevância para a renda fixa. Os papéis vinculados ao IPCA oferecem a vantagem de proporcionar rendimentos reais que superam a inflação.

Por outro lado, aqueles remunerados pelo CDI asseguram uma rentabilidade que ultrapassa a taxa básica de juros, protegendo o investidor de um possível aumento da taxa. 

ETFs de renda fixa para superar a inflação

Alessandra Gontijo, sócia da Investo, gestora de ETFs, afirma que investir com o objetivo de se proteger da inflação é uma estratégia que possibilita ao investidor manter o poder de compra.

Ela cita que o NTNS11, ETF da Investo que investe em NTN-Bs curtas de 0 a 4 anos, oferece proteção contra os efeitos da inflação e ainda apresenta de três a quatro vezes menos risco do que investir diretamente no Tesouro Direto. 

Atualmente, o NTNS11 apresenta um yield de IPCA+6,48% e volatilidade de apenas 1,68% no acumulado dos últimos 12 meses. Enquanto isso, a NTN-B 2055 apresenta rentabilidade de IPCA+6,08% com volatilidade de 7,74%, o que representa uma volatilidade 4 vezes maior que o NTNS11.

Títulos bancários também são “bem-vindos” 

Os principais títulos de renda fixa incluem os títulos públicos (tesouro direto), que são considerados os mais seguros e oferecem rentabilidade atrelada a índices como a Selic ou IPCA. 

Entre os títulos bancários, destacam-se os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que também têm a possuem garantia do FGC e podem ter rentabilidade pré fixada, pós-fixada ou indexada ao IPCA. Além desses, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras Crédito do Agronegócio (LCA) têm a vantagem de serem isentas de imposto de renda

Por último, estão as debêntures, títulos de crédito privado emitidos por empresas para financiar projetos, que normalmente não possuem a proteção do FGC e oferecem maior risco, mas também potencial de retorno mais elevado mesmo diante da inflação persistente.

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Gustavo Bianch

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