Ibovespa: Qualicorp (QUAL3) e Banco Inter (BIDI11) lideram quedas na semana

Na semana encerrada ontem (25), o comportamento das ações do Ibovespa foi influenciado pela divulgação de resultados trimestrais de várias companhias, como é o caso da Azul (AZUL4), Banco Inter (BIDI11) e BRF (BRFS3), que ficaram entre as maiores baixas da semana.

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Além disso, notícias negativas vindas do leste europeu impactaram o mercado de ações global, com o Ibovespa não sendo diferente. O conflito bélico entre Rússia e Ucrânia diminuiu o apetite a risco dos investidores ao redor do mundo. A perspectiva de ciclo de alta de juros também prejudicou empresas de tecnologia como a Positivo (POSI3).

Confira abaixo as cinco ações que mais caíram no Ibovespa, que cresceu 0,23%, passando de 112.879,85 pontos para 113.141,94 mil pontos.

  • QUAL3: -25,45%
  • BIDI11:  -24,47%
  • POSI3: -13,9%
  • AZUL4: -12,03%
  • BRFS3: -11,21%

Qualicorp lidera quedas do Ibovespa

As ações da Qualicorp (QUAL3) encerraram a semana caindo 25,45%, cotadas a R$ 12,86. Os papéis não foram impactados por nenhuma notícia específica da companhia, mas sim de suas concorrentes: o anúncio de compra da empresa de planos de saúde SulAmérica (SULA11) pela Rede D’Or (RDOR3) gerou perspectivas negativas para a Quali que fizeram suas ações despencarem.

Isso pois a Rede D’Or também é acionista da Qualicorp, detendo cerca de 29% do capital social. Acontece que a regulação atual não permite que administradoras de benefícios e operadoras de saúde comercializem produtos sob o mesmo grupo econômico, o que poderia eventualmente descarrilar os planos comerciais da Qualicorp.

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A Rede D’Or vai assumir o controle da SulAmérica, mas o acordo prevê que as duas empresas continuem suas atuações de forma independente. A SulAmérica – que tem mais de 125 anos e afirma contar com mais de 7 milhões de clientes — seguirá com seus negócios nos planos de saúde, seguro de vida, assistência odontológica e previdência privada e outros, como o negócio de gestão de ativos, com a oferta de fundos de investimentos.

Banco Inter: Balanço do 4T21 decepciona investidores

O Banco Inter terminou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido contábil de R$ 6,4 milhões, queda de 67,1% frente aos R$ 19,4 milhões no mesmo trimestre do ano anterior. O resultado é 66,9% inferior aos R$ 19,2 milhões do terceiro trimestre. As ações do Banco Inter despencaram no pregão seguinte, e a instituição financeira encerrou a semana cotada a R$ 20,19.

Para o BTG Pactual (BPAC11), o destaque do balanço do Banco Inter foi a receita líquida, com NII e receitas de tarifas com resultados melhores do que o esperado. Porém, em relatório, o banco indica que a rentabilidade continua sob pressão.

Outros pontos ressaltados pelo BTG foram a queda nos índices de inadimplência e o índice de cobertura que aumentou, mesmo com a redução das provisões. Com isso, a expectativa do banco é por aumento de lucratividade nos próximos anos.

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“O momento agora é negativo para cases de crescimento, especialmente para aqueles com baixa rentabilidade. Embora esperemos que a lucratividade permaneça sob pressão nos próximos trimestres, esperamos que a alavancagem operacional desempenhe um papel fundamental nos próximos anos”, diz documento.

Positivo entre as maiores baixas do Ibovespa

As empresas de tecnologia enfrentam dificuldade sempre que há um ciclo de alta de juros global, e as ações da Positivo não escaparam da regra, apresentando queda de 13,9% ao preço de R$ 7,99.

A novata no Ibovespa, ingressa em janeiro deste ano, acumula só em fevereiro queda de 14,64%. Ao todo de 2022, acumula baixa de 26,70%.

Azul despenca com balanço e alta do petróleo

A Azul (AZUL4) registrou prejuízo líquido de R$ 945,7 milhões no quarto trimestre de 2021, revertendo lucro de R$ 543 milhões no mesmo período de 2020, informou o balanço da companhia na quinta-feira (24).

No critério ajustado, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 436 milhões no período, ante resultado negativo de R$ 918,2 milhões um ano antes.

geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 1,02 bilhão no quarto trimestre, ante R$ 192,9 milhões em igual período de 2020.

Mas a companhia ainda foi golpeada pela disparada do preço do petróleo, cujo querosene da aviação é o principal insumo das companhias aéreas. Entre as cinco maiores desvalorizações do Ibovespa na quinta, três eram do setor de viagem.

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O barril do petróleo ultrapassou a marca de US$ 100 no dia, após a notícia de que a Rússia atacou pontos em toda a Ucrânia. O brent chegou a subir mais de 7%, atingindo a cotação de US$ 103,38. As ações da Azul encerraram a semana cotadas a R$ 25,29.

BRF cai com balanço e novo Conselho de Administração

As ações da BRF encerraram em queda de 11,21% cotadas a R$ 16,71. A companhia reportou lucro líquido de R$ 964 milhões de operações continuadas no quarto trimestre de 2021 — resultado 6,9% maior do que o lucro de R$ 902 milhões verificado em igual período de 2020.

Na avaliação de especialistas, os resultados não empolgaram. O Bradesco BBI disse que os resultados foram neutros, com Ebitda ajustado ficando em linha com o consenso em R$ 1,647 bilhão. Já para o Santander (SANB11), os resultados da empresa foram pouco inspiradores, mas o foco agora são os eventos corporativos.

Isso porque a BRF aprovou a proposta de chapa apresentada pela Marfrig (MRFG3), com 10 membros para a composição do colegiado. Com isso, a Marfrig busca exercer seus direitos de acionista majoritário e influenciar na administração da BRF.

A Marfrig, acionista da BRF, tentará impor sua chapa à vitória na eleição do conselho de administração, marcada para 28 de março. O mercado parece aguardar o resultado para precificar melhor a companhia. Com isso, a BRF figurou entre as maiores quedas do Ibovespa na semana.

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Bruno Galvão

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