Ibovespa volta a fechar acima dos 128 mil pontos, com altas de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3); IRB (IRBR3) dispara 10,6%

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (23) com uma valorização de 1,31%, aos 128.262,52 pontos. A mínima do dia foi de 126.611,68 pontos, enquanto a máxima foi de 128.331,38 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,8 bilhões.

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Ainda descolado do sinal de Nova York – mas hoje em sentido inverso ao que havia prevalecido nas últimas sessões, o Ibovespa teve o maior ganho diário em porcentual desde 13 de dezembro, então em alta de 2,42%. Na semana, o índice sobe 0,49%, com perda no mês a 4,41%.

As principais Bolsa de Valores de Nova York fecharam o dia sem direção definida:

  • Dow Jones: -0,25%, aos 37.906,04 pontos;
  • S&P500: +0,29%, aos 4.864,61 pontos;
  • Nasdaq: +0,43%, aos 15.425,94 pontos.

Com a agenda de indicadores relativamente vazia, a atenção se voltou nesta terça-feira para a China, observa em nota a Guide Investimentos. Os investidores aqui e por lá se animaram com novos relatos sobre a possibilidade de ajuda do governo, após os principais índices acionários da maior economia da Ásia terem atingido mínimas em anos, acrescenta a Guide, referindo-se a pacote de cerca de US$ 300 bilhões, que inclui compra de ações pelo governo, aguardado para os próximos dias.

“Viemos ontem de um pregão de queda do Ibovespa, e muito comprador de dólar que reaproximou a moeda americana de R$ 5. Hoje, a recuperação se esboçou antes da abertura do índice à vista, com o sinal positivo emitido pelos contratos futuros de Ibovespa, e ajuste favorável observado também no câmbio”, diz Alan Soares, analista da Toro Investimentos.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) valorizaram 1,25%, enquanto os papéis ordinários (PETR3) subiram 1,46% na Bolsa de Valores. Enquanto isso, a Vale (VALE3) avançou 2,06%.

Conforme destaca Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, dentre as ações que compõem o Ibovespa, uma das principais altas foi do IRB (IRBR3), que anunciou um lucro líquido de R$ 24 milhões em novembro de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 48,5 milhões registrado no mesmo período de 2022.

“Boa parte da alta do Ibovespa hoje pode ser explicada por correção técnica ante as quedas que tivemos em janeiro, um início do ano marcado por forte fluxo vendedor, em que os investidores realizaram lucros após as altas intensas de novembro e dezembro”, diz Fernandes.

Esse fluxo vendedor tem, em boa medida, relação com reposicionamento do investidor estrangeiro – que procede a ajuste das carteiras, especialmente em emergentes como o Brasil, tendo em vista que os juros de referência dos Estados Unidos podem não cair tão cedo quanto vinha sendo estimado no fim de 2023. Nesse contexto, os estrangeiros retiraram R$ 3,451 bilhões da B3 na sessão de sexta-feira, 19. Foi a maior retirada diária desde fevereiro de 2021, de acordo com dados levantados pelo Broadcast, reporta a jornalista Isabela Moya.

Em janeiro, até o momento, houve retirada de R$ 4,402 bilhões, resultado de compras acumuladas de R$ 176,565 bilhões e vendas de R$ 180,967 bilhões.

Hoje, reforça Fernandes, da A7, a relativa recuperação do Ibovespa decorreu de um fator externo, a China, que “pretende soltar um pacote de até US$ 280 bilhões para ajudar o mercado financeiro do país, que cai faz 3 anos”

O IRB (IRBR3) liderou as altas com +10,6%, a R$ 41,99, enquanto 3R (RRRP3) foi o principal destaque de queda, com -2,13%.

Assim, o IRB Brasil soma um lucro líquido de R$ 110,1 milhões no ano de 2023 (até novembro), enquanto no acumulado de janeiro a novembro de 2022 tinha registrado prejuízo de R$ 633,7 milhões.

“Com isso, as ações reagem positivamente a essa sequência de lucros da empresa, que sofreu bastante ao longo dos últimos anos. Sobem também as ações de BRF (BRFS3) com um custo menor do milho, que vem caindo ao longo do mês de janeiro mais de 11%, e isso acaba ‘barateando’ o custo da BRF, diz o especialista.

“A Bolsa fechou bem, acima dos 128 mil pontos, e o dólar também recuou, a R$ 4,95. Além do fator externo, no noticiário doméstico houve boa noticia: a arrecadação federal de 2023 – divulgada de manhã – foi a segunda maior da série histórica superada apenas pela de 2022, na sequência iniciada em 1995, em termos reais, o que contribui em momento de incertezas fiscais”, observa Gabriel Meira, economista da Valor Investimentos.

Já as ações da Minerva (BEEF3) também mostraram reação positiva, diante de uma correção técnica da ação, que vinha caindo desde o ano de 2023, não participando do que foi chamado de “rally de Natal”, observado na Bolsa de Valores nos dois últimos meses.

Entre as quedas do Ibovespa hoje, estão duas ações de petróleo PetroReconcavo (RECV3) e 3R (RRRP3), que divulgaram de forma recente uma combinação de negócios, visando a exploração de poços das duas companhias que estão situadas perto uma da outra, no intuito de buscar o ganho de escala na produção.

Segundo Fernandes, a queda dessas ações hoje (23) acontece tanto por uma correção técnica, quanto em razão da baixa do petróleo.

As ações do GPA (PCAR3) também caíram, diante da perspectiva do mercado de que uma oferta pública pode ser divulgada em breve, com possibilidade de emissão de novos papéis para aumento de capital.

Maiores altas do Ibovespa

  • IRB (IRBR3): +10,60%
  • BRF (BRFS3): +7,11%
  • Minerva (BEEF3): +5,63%
  • Petz (PETZ3): +4,05%
  • Hapvida (HAPV3): +3,96%

Maiores quedas do Ibovespa

  • 3R Petroleum (RRRP3): -2,13%
  • GPA (PCAR3): -1,86%
  • Casas Bahia (BHIA3): -1,41%
  • Santander (SANB11): -0,60%
  • Bradesco (BBDC4): -0,52%

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Um dos fatores a serem destacados é que a China pretende trazer um pacote de até US$ 280 bilhões para auxiliar o mercado financeiro local, que recua durante 3 anos consecutivos.

“Isso está refletindo positivamente, principalmente, nas commodities metálicas, e ajudando as ações do setor aqui na nossa bolsa, entre elas a Vale, que tem um peso relevante no nosso índice”, explicou Fernandes.

O dólar à vista apresentou queda de 0,64% no pregão de hoje (23), cotado a R$ 4,9552. A moeda dos EUA variou entre a mínima de R$ 4,9490 e a máxima de R$ 5,0020.

Na visão de Fernandes, a queda do dólar hoje acontece diante de um movimento de correção, frente a valorização registrada nos últimos dias, em meio a perspectiva de maior risco fiscal no Brasil, depois do anúncio de um novo plano industrial feito pelo governo.

“Lá fora o dólar se mantém forte, subindo frente às principais moedas emergentes. O índice dólar (DXY) também sobe, ajudado principalmente pela queda do euro e da libra frente ao dólar americano, mas aqui no cenário local, após se descolar do exterior nos últimos dias, o dólar futuro sofre queda, que enxergo ser uma correção técnica após as fortes altas. Os juros futuros (DIs) operam próximo da estabilidade, sem grandes movimentações por parte dos grandes players”, conclui Fernandes.

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa terminou o pregão de ontem (22) em queda de 0,81%, aos 126.601,55 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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