Ibovespa sobe em linha com NY e altas da Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). Casas Bahia (BHIA3) se recupera e CVC (CVCB3) tomba

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (27) com uma valorização de 0,65%, aos 127.690,62 pontos. A mínima do pregão foi de 126.222,95 pontos, enquanto a máxima chegou a 127.755,93 pontos. Já o volume financeiro totalizou R$ 20,1 bilhões.

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Apesar da liquidez novamente reduzida, os ganhos de papéis de grandes bancos puxaram o índice da B3, ainda embalados pela expectativa de juros mais altos este ano. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) aproveitaram o alívio do noticiário político e também subiram, ignorando as quedas do minério de ferro e do petróleo.

O Ibovespa hoje se alinhou com o avanço das Bolsas de Nova York.

  • Dow Jones: +1,22%, aos 39.760,67 pontos;
  • S&P500: +0,87%, aos 5.248,63 pontos;
  • Nasdaq: +0,51%, aos 16.399,52 pontos.

Segundo Felipe Pohren de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, a movimentação do ibovespa chegou a ficar próxima à estabilidade hoje, mas fechou em alta.

“O índice chegou a operar no campo negativo pela manhã, mas recuperou-se ao redor do meio-dia conforme o mercado analisava e consolidava entendimentos sobre os resultados das empresas enquanto eles vão sendo divulgados nessa temporada de balanços do quarto trimestre de 2023”, destaca Castro.

O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, afirma que a perspectiva de menos cortes na taxa Selic este ano, fortalecida pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da terça-feira, continuou sustentando hoje os papéis do setor financeiro. Eles estiveram entre as maiores influências de alta sobre o Ibovespa, com destaque para Bradesco (BBDC4, +1,56%, BBDC3, +1,43%) e Itaú Unibanco (ITUB4, +0,55%). Já o Banco do Brasil (BBAS3) fechou perto da estabilidade, com leve queda alta de 0,07%

“O setor financeiro ficou esquecido desde o início do ciclo de queda, mas agora os bancos e as seguradoras voltam a ser interessantes, com a perspectiva de que os juros fiquem mais altos”, diz Cruz.

No campo das commodities, Vale (VALE3) subiu 0,92% e Petrobras ganhou entre 0,80% (PETR4) e 1,22% (PETR3), ajudando a garantir a recuperação do Ibovespa. Em ambos os casos, os resultados contrariaram as quedas dos preços do minério de ferro (-3,53%) e do petróleo (-0,26%, no caso do Brent). Segundo Cruz, as empresas aproveitam o silêncio no front político para recuperar parte das perdas do mês.

O sócio da One Investimentos Bernard Faust diz que um movimento de defesa de preços explica o desempenho de Vale ON e Petrobras ON e PN, cujas ações fecharam o dia em R$ 60,60 e entre R$ 36,55 e R$ 37,36. Nesses preços, os papéis tornam-se atrativos o bastante para impedir uma desvalorização adicional mais forte, ele diz.

O destaque negativo do dia foi Eletrobras (ELET3 -1,32%, ELET6 -0,32%), prejudicada por declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que voltou a dizer que o governo vai publicar uma Medida Provisória para securitizar os recursos devidos pela empresa à conta de desenvolvimento energético (CNE).

No fim do dia, 63 dos 86 papéis da carteira teórica do Ibovespa tinham avançado.

Destaques do Ibovespa hoje

Entre as quedas da bolsa de valores hoje estão as ações de CVC (CVCB3), Vamos (VAMO3) e Yduqs (YDUQ3). Para o especialista, a queda de CVC reflete seus resultados, que acumularam prejuízo de mais de R$ 450 milhões no ano de 2023.

Já as ações de Vamos teriam sido prejudicadas pela menor confiança em relação aos resultados de sua controladora Simpar (SIMH3), que teve um prejuízo de mais de R$ 210 milhões em 2023, diante de uma “má alocação de capital”.

Enquanto isso, a Yduqs também divulgou resultados não tão atrativos, com prejuízo de R$ 120 milhões no ano anterior. Assim, o mercado penaliza a empresa com um fluxo vendedor de suas ações.

Dentre as ações que sobem no Índice Bovespa hoje, destaque para Casas Bahia (BHIA3), Arezzo (ARZZ3) e Raízen (RAIZ3). Enquanto Casas Bahia se recuperou de forte queda do pregão anterior, com alta superior a 5% na sessão de hoje, gerado a partir de um volume comprador de investidores que veem a queda como oportunidade.

Já a Raízen operou com ganho de 4,5%, diante de um fluxo comprador, resultado de um iminente pagamento de proventos. As ações da Arezzo, por sua vez, avançaram aproximadamente 2,5% frente a aprovação de sua fusão com o Grupo Soma (SOMA3), por parte do órgão regulador.

O dólar opera próximo à estabilidade hoje, após pelos campos positivo e negativo ao longo do pregão. Para Castro, esse movimento vem do fluxo do mercado.

Após trocas de sinal na primeira etapa de negócios, o dólar à vista operou em leve queda ao longo da tarde desta quarta-feira, 27, em meio ao aprofundamento da baixa das taxas dos Treasuries e ao enfraquecimento da moeda norte-americana em relação a pares latino-americanos do real, em especial o peso mexicano. Pela manhã, operadores apontaram a nova rodada de desvalorização do minério de ferro, em queda de mais de 3% pelo segundo dia seguido, e a recomposição de posições defensivas como indutores de alta pontual do dólar.

Dados fortes do saldo de empregos formais no Brasil em fevereiro divulgados às 14h não tiveram impacto relevante na formação da taxa de câmbio, embora possam, em tese, mexer com as expectativas para o tamanho do ciclo total de cortes da taxa Selic. Na ata do Copom, divulgada na terça, o Banco Central apontou o mercado de trabalho apertado como um dos pontos a serem observados na definição do ritmo de redução da taxa básica.

Entre a mínima de R$ 4,9720 e a máxima R$ 4,9935, o dólar à vista encerrou a sessão cotado a R$ 4,9793, em baixa de 0,07%. Com investidores já antecipando a rolagem de posições na virada do mês, o contrato de dólar futuro para abril teve giro robusto, acima de US$ 14 bilhões.

Maiores altas do Ibovespa

  • Lojas Renner (LREN3): +5,42%
  • Raízen (RAIZ4): +5,23%
  • Casas Bahia (BHIA3): +4,67%
  • Braskem (BRKM5): +4,54%
  • Cyrela (CYRE3): +3,59%

Maiores quedas do Ibovespa

  • CVC (CVCB3): -6,48%
  • Petz (PETZ3): -4,89%
  • Vamos (VAMO3): -4,40%
  • Marfrig (MRFG3): -2,46%
  • Natura (NTCO3): -2,26%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (26) em baixa de 0,05%, aos 126.863,02 pontos.

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João Vitor Jacintho

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