Ibovespa supera os 114 mil pontos, no maior patamar desde novembro; Petrobras (PETR4) sobe forte

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (6) em alta de 1,70%, aos 114.610,10 pontos. A máxima do dia foi de 114.782,66 pontos, enquanto a mínima registrada foi de 112.695,60 pontos, com o índice apresentando a 4ª alta seguida.

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O otimismo com os ativos domésticos diante da expectativa por cortes da taxa Selic no segundo semestre levou o Ibovespa a encerrar o dia no maior nível de fechamento do ano e o mais alto desde novembro de 2022. Os ganhos foram puxados por papéis ligados à economia local, sensíveis aos juros, e pela Petrobras (PETR4), que avançou mais de 2% mesmo em um dia de queda dos preços do petróleo.

O índice saiu da abertura em 112.697,26 pontos e operou em alta durante praticamente todo o dia, exceto por uma queda pontual nos primeiros minutos de negociação, que o levou à mínima de 112.695,60 pontos (-0,06%). No melhor momento do pregão, avançou à máxima de 114.782,66 pontos, distante apenas 52,89 pontos do pico intradia do ano, visto em 26 de janeiro (114.835,35).

A queda dos juros futuros sustentou segmentos como consumo (3,24%) e imobiliário (3,17%), destaques da Bolsa brasileira na sessão, após o Índice Geral de Preços – DIsponibilidade Interna (IGP-DI) ter mostrado deflação de 2,33% em maio, a maior desde 1947 (-2,59%). As aberturas do índice reforçaram o quadro de alívio na inflação à véspera da divulgação do IPCA de maio, que será publicado nesta quarta-feira, 7, pelo IBGE.

Esse sinal desinflacionário se somou ao tom mais moderado adotado na véspera pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao comentar a inflação. Em evento, o banqueiro central havia dito que as expectativas do mercado para o IPCA de longo prazo estão altas, mas tendem a cair, o que reforçou as expectativas de corte da taxa Selic e sustentou um leve ganho para o Ibovespa nesta segunda-feira, 5.

“O gringo tem olhado para o Brasil e visto que o juro nominal tem cara de que vai começar a cair, e isso beneficia a Bolsa”, afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig. “A curva de juros dos Estados Unidos e do Brasil tem fechado, está com cara que vai começar o ciclo de queda aqui, e isso beneficia o setor de consumo e a parte de construção civil, que começam a operar melhor.”

Ao fim do pregão, a curva de juros apontava queda de 0,23 ponto porcentual da taxa Selic, hoje em 13,75%, em agosto, equivalente a uma probabilidade de 92% de cortes no mês.

Ações ligadas ao desempenho da economia doméstica lideraram os ganhos. Entre os destaques positivos, o Assaí (ASAI3) disparou 14,70%, enquanto os papéis do Carrefour (CRFB3) valorizaram 10,91%. No setor de aviação, Azul (AZUL4) subiu mais de 10% e a Gol (GOLL4) ganhou cerca de 8,7%.

As bolsas dos Estados Unidos também avançaram, embora a Dow Jones tenha fechado praticamente estável.

  • Dow Jones: +0,03%, aos 33.573,28 pontos;
  • S&P500: +0,23%, aos 4.283,73 pontos;
  • Nasdaq: +0,36%, aos 13.276,42 pontos.

O preço do dólar à vista terminou o dia em queda de 0,37%, a R$ 4,9122, em meio ao aumento do fluxo de capital estrangeiro para a B3, após anúncio de deflação no IGP-DI.

Os investidores também repercutem a espera de um anúncio de novas medidas de estímulo econômico na China, o que impactou positivamente o preço de commodities.

Apenas 10 empresas do Ibovespa encerraram o dia no negativos:

  1. Prio (PRIO3): -3,03%
  2. Cielo (CIEL3): -2,54%
  3. São Martinho (SMTO3): -1,05%
  4. Ultrapar (UGPA3): -0,61%
  5. B3 (B3SA3): -0,35%
  6. Usiminas (USIM5): -0,27%
  7. Gerdau (GGBR4): -0,24%
  8. BB Seguridade (BBSE3): -0,16%
  9. Gerdau Metalúrgica (GOAU4): -0,09%
  10. EDP Brasil (ENBR3): -0,04%

A Itaúsa (ITSA4) encerrou no zero a zero, enquanto as demais ações do índice fecharam no campo positivo.

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Segundo Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, o Ibovespa teve um dia otimista, impulsionado por ações de peso no índice como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).

A alta nas ações da Vale hoje acompanhou o avanço do minério de ferro na China. Embora a cotação tenha recuado ao longo do pregão, ainda assim “ajudou” os papéis da mineradora a se seguraram no campo positivo.

Além disso, a Petrobras teve alta apesar de o petróleo, perto do final da tarde, ter fechado em queda em meio à preocupação sobre os efeitos do corte de produção divulgado pela Arábia Saudita.

Outra ação do Ibovespa hoje que subiu foi a da Eletrobras (ELET3), depois de a Câmara pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeite um pedido do governo a respeito da limitação do poder de voto do governo na companhia.

“Temos também empresas de educação, o setor de aviação e as construtoras subindo devido à perspectiva de queda da curva de juros agora que está bem acentuada. Essa queda vem já de alguns dias e é reforçada hoje após a divulgação de dados do IGP-DI, que veio bem melhor que o esperado trazendo deflação”, explica Cohen.

Ele ainda acrescenta que esse é “mais um dado que temos seguido mostrando números favoráveis apontando para queda da inflação e que nos mostra que a queda de juros está ficando mais próxima”.

O Ibovespa vem registrando altas seguidas desde o início de junho, em meio ao Boletim Focus desta semana projetando uma inflação mais baixa e após divulgação de dados do PIB na semana passada melhores que o esperado, o que acabou gerando um otimismo aos investidores.

A perspectiva é de que o IPCA que será divulgado amanhã (6) traga uma retração maior, o que também já está sendo antecipado no mercado de juros.

“Mesmo com os comunicados mais hawkishs, não vejo motivo para o BC não diminuir os juros daqui a duas reuniões. Então com os juros caindo aqui, a gente sabe que a bolsa sempre é a antecipação do que irá acontecer. E com o fluxo indo para bolsa e com a queda de juros eminente, nossa moeda fica mais forte perante outras, o que ocasiona em um dólar mais baixo”, conclui Cohen.

Maiores altas e baixas

Cotação do Ibovespa nesta segunda (5)

O Ibovespa terminou a sessão de segunda-feira (5) em alta de 0,12%, aos 112.696,32 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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