Ibovespa encerra último pregão do ano aos 134 mil pontos, com melhor desempenho anual desde 2019

No último pregão do ano, o Ibovespa fechou próximo da estabilidade, com queda de 0,01%, aos 134.185,24 pontos, após quatro recordes seguidos. O índice oscilou entre 133.832,26 e 134.391,67 pontos na sessão, enquanto o volume financeiro alcançou R$ 17,2 bilhões.

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No ano, o índice acumulou alta de 22% e manteve patamar acima de 134 mil pontos, registrando o melhor desempenho anual desde 2019.

Hoje, dentre as maiores altas do Ibovespa, ações da MRV (MRV3) lideraram, subindo 1,91%. Enquanto no campo negativo, a CVC (CVCB3) recuou 12,72%.

O dia também foi positivo para as ações dos principais bancos, com Banco do Brasil (BBSA3), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) fechando em alta. 

Hoje, os investidores repercutiram os anúncios do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para compensar a desoneração da folha de pagamentos de alguns setores da economia. Entre as medidas anunciadas, Haddad afirmou que o governo vai propor um limite para compensações judiciais de empresas. 

No radar do mercado também esteve os novos dados do IGP-M, o índice avançou 0,74% em dezembro ante 0,59% em novembro. Nos últimos doze meses, o índice acumulou queda de 3,18%, a menor taxa da série histórica, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Por sua vez, o IPCA-15 acelerou para 0,40% em dezembro, com resultado acima do esperado no consenso do mercado, que previa avanço de 0,27%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Petrobras (PETR4) fechou sessão com as ações preferenciais em baixa de 0,32%, cotadas a R$ 37,24. Mesmo movimento ocorreu com as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) que teve queda de 0,41%, a R$ 38,98. A Vale (VALE3) também teve queda de 0,26%, cotada a R$ 77,20.

Além disso, os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira (27). O barril do WTI fechou em baixa de 3,16%, a US$ 71,77, enquanto o do Brent para março caiu 3,00%, a US$ 77,15.

No mercado externo, as Bolsas da Europa fecharam em baixa, pressionadas por possível cautela em cortes dos BCs locais. Integrante do conselho do BCE Robert Holzmann afirmou que é muito cedo para falar em corte de juros na zona do euro e enfatizou que não há garantia disso para o próximo ano.

Hoje, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,11%, a 478,08 pontos. Em Frankfurt, o DAX fechou em baixa de 0,24%, a 16.701,55 pontos. O CAC 40 recuou 0,48% em Paris, a 7.535,16 pontos. Na mínima do dia, o FTSE MIB teve queda de 0,30%, a 30.331,17, em Milão. Em Madri, o Ibex 35 caiu 0,35%, a 10.086,20 pontos. O PSI 20 recuou 0,37%, a 6.400,57 pontos em Lisboa. 

Por sua vez, as bolsas asiáticas fecharam em alta.  As Bolsas dos Estados Unidos terminaram o dia de forma mista:

  • Dow Jones: +0,14%, aos 37.710,10 pontos;
  • S&P500: +0,04%, aos 4.783,35 pontos;
  • Nasdaq: -0,03%, aos 15.095,14 pontos.

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA apontou alta de 12 mil na semana encerrada em 23 de dezembro, a 218 mil. O resultado veio acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, de avanço a 209 mil. Já o dado da semana anterior sofreu leve revisão para cima, de 205 mil para 206 mil.

Os dados laborais de hoje reforçam a expectativa em Wall Street de corte de juros nos EUA em 2024. As chances de o Fed começar a reduzir as taxas já em março bateram 74,1%, conforme levantamento da plataforma americana CME Group.

“O mercado já havia aberto com tendência a realizar lucros, após toda a alta que se viu em dezembro, mês em que a Bolsa andou bastante. Dados sobre a economia americana chegaram a reforçar o otimismo dos investidores também na B3, com Nova York oscilando a partir de então para o positivo, e ajudando aqui em parte da tarde, sem conseguir evitar, no fim, esse fechamento bem perto do zero a zero”, diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos.

O dólar no mercado à vista fechou a R$ 4,8534, em alta de 0,43%. Porém, encerrou o ano em queda de 8,08% em 2023. 

O que movimentou o Ibovespa no ano?

O último bimestre foi essencial para a alta do Ibovespa em 2023, após ter encerrado outubro acumulando discreto ganho de 3,11%, convergindo então para níveis do começo de junho.

Desde o fim de outubro, a recuperação do Ibovespa correspondeu a 21 mil pontos, ou 18,59% nos dois últimos meses do ano. No quarto trimestre, o ganho do Ibovespa foi a 15,11%, após ter cedido 1,28% no trimestre anterior, de julho a setembro. No primeiro semestre, o Ibovespa havia subido 7,61%, com o ganho na segunda metade do ano avançando para 13,63%.

Assim, no quarto trimestre de 2023, o Ibovespa registrou desempenho semelhante ao do segundo trimestre do ano, quando havia avançado 15,9% após tombo de 7,16% no trimestre inaugural de Lula 3 – no que foi o pior janeiro-março desde 2020, o ano da pandemia. Desde então, as dúvidas sobre a situação fiscal em um governo inclinado a gastos públicos foi dando lugar, gradualmente, a uma recuperação de confiança dos investidores, desde a aprovação do arcabouço fiscal, mais cedo no ano, até a promulgação da reforma tributária, no fechamento de 2023.

“O ano está terminando para a Bolsa de forma muito mais positiva do que se antecipava, com um rali em dezembro fortalecido pelas indicações do Fed sobre os juros americanos. Nesta reta final, tivemos um enfraquecimento agudo do volume diário, que tem correspondido a quase um terço da média móvel do último mês, mas se trata de uma queda natural para a época do ano”, diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.

Se, no plano doméstico, o arrefecimento da inflação e os cortes da Selic contribuíram também para a retomada do apetite por ações, do exterior veio, em dezembro, a sinalização suavizada do Federal Reserve para a taxa de juros de referência dos Estados Unidos, o que foi decisivo para que os juros de mercado americano – os rendimentos dos Treasuries – viessem mais abaixo, após o salto a 5% observado nos yields de 10 anos observado no fim de outubro. Hoje, o rendimento dos títulos americanos de 10 anos está em 3,84%.

No ano, Petrobras foi o grande destaque entre as ações de maior peso e liquidez na B3, com a ON em alta de 73,09% e a PN, de 93,45%, no período.

Maiores altas e quedas de hoje

Último fechamento do Ibovespa

Ontem, o Ibovespa superou o próprio recorde novamente, pela quarta sessão consecutiva, dando continuidade ao rali da semana e subindo 0,49%, aos 134.193,72 pontos. 

Com Estadão Conteúdo

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Vinícius Alves

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