Com bom humor estrangeiro, Ibovespa engata alta de 1,5%; Vale (VALE3) sobe 2%

O Ibovespa espantou o pessimismo do fim de fevereiro e opera no azul nesta segunda-feira (1). Embora questões sobre o risco fiscal e vacinação contra o novo coronavírus (Covid-19) ainda estejam incertas, o bom humor estrangeiro contagia os investidores locais, que procuram retomar a tendência de alta na Bolsa brasileira. Destaque para as empresas ligadas à commodities.

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Por volta das 13h, o Ibovespa avançava 1,54%, para 111.732 pontos. As bolsas mundiais também demonstram certo alívio com a estabilização das Treasuries, os títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A alta das últimas semanas reacendeu o temor pela inflação global e impactou os ativos de risco, como as ações.

O aspecto puxa os mercados para cima de forma majoritária nesta manhã é a aprovação do pacote de estímulos do presidente norte-americano Joe Biden, ampliando a alta liquidez na mão dos investidores. A proposta de distribuição de US$ 1,9 trilhão foi aprovada na Câmara e agora passará ao Senado, onde o Partido Democrata tem a maioria.

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Ainda no front externo, chama atenção os dados macroeconômicos positivos e acima das expectativas na Europa. O destaque ficou com o Índice Geral de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da Alemanha, que atingiu 60,7 pontos. Na zona do euro, o PMI industrial saiu a 57,9 pontos, acima das projeções de 57,7 pontos.

O bom humor vindo de fora pressiona negativamente o dólar comercial, que opera em queda de 0,48%, a R$ 5,5719. Na sexta, a divisa estadunidense fechou próximo de R$ 5,60, patamar mais alto desde o início de novembro.

Para Vitor Miziera, responsável pela área de renda variável da Criteria Investimentos, o mercado opera em alta conduzido basicamente por quatro motivos nesta manhã:

  • Aprovação do pacote de estímulos, que passou pela Câmara com um valor maior do que o esperado;
  • Aprovação da vacina de dose única da Johnson & Johnson, que pode impulsionar a vacinação;
  • Recuperação da demasiada queda em fevereiro;
  • Encontro entre o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes, e os presidentes das Casas legislativas, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, acertando as bases para o auxílio emergencial e contrapartidas para não furar o teto de gastos.

No mercado interno, os investidores observam a disparada das ações do Assaí (ASAI3) na B3, após a cisão com o GPA (PCAR3). A rede de atacarejo, que faturou R$ 39 bilhões no ano passado, chega à Bolsa avaliada entre R$ 20 bilhões e R$ 23 bilhões, com uma alta de 400%.

Também segue no horizonte dos invetidores a agenda de balanços corporativos da semana.

O que sobe e o que cai no Ibovespa

  • Assaí (ASAI3) dispara 400%, com os investidores ajustando o preço das ações da empresa para os pares, após iniciar as negociações a R$ 14,70.
  • Hapvida (HAPV3) sobe 8,84% e Intermédica (GNDI3) dispara 6,55% após confirmação da fusão que deve criar gigante de R$ 110 bilhões.
  • PetroRio (PRIO3) estende alta das últimas semanas com avanço do barril de petróleo Brent.
  • Klabin (KLBN11), uma das maiores produtoras de celulose do mundo, sobe 3,87%.
  • Vale (VALE3), maior posição acionária do Ibovespa, puxa o índice com alta de 2,02%.
  • YDUQS (YDUQ3) cai 4,71%. BTG Pactual aponta para trimestre fraco entre as educadoras.
  • Cielo (CIEL3) recua 3,06%. CEO disse na última semana que empresa é do setor de tecnologia e não depende das maquininhas para sobreviver.

“O mercado atribui um valor muito maior à rede de atacado do que o varejo”, disse Henrique Esteter, analista da corretora Guide, explicando a alta das ações após a cisão entre Assaí e o GPA. “É o que mais cresce, e que tem apresentado mais valor ao longo do tempo.”

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“Pouco importa a variação dos papéis da empresa hoje. No fim do dia, o que valerá é o somatório das duas empresas; se o GPA será maior do que era na sexta-feira, e tudo indica que sim”, afirmou Esteter. “Num primeiro momento, a intenção de criar valor aos acionistas tem sido atingida.”

No que se refere à confirmação da fusão entre as empresas do ramo de saúde, a visão do analista também é positiva. “Cria-se uma empresa de mais de R$ 100 bilhões, uma gigante para bater de frente com a Rede D’Or (RDOR3). Também devemos ter a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), talvez sem restrições, pois são negócios complementares e em áreas diferentes”, afirma.

Para Miziera, contudo, o acordo parece ter sido um pouco melhor para os acionistas da Intermédica, demandando que a Hapvida pagasse mais pelo negócio. “Agora, no entanto, não faz mais diferença, pois o mercado já trabalha na arbitragem de ambas. Mas vale ficar de olho no setor de saúde, que deve ter notícias significativas nos próximos meses, como M&As“.

Última cotação

De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última sexta-feira (26) com uma baixa de 1,98%, a 110.035,17 pontos, mesmo patamar do fim de novembro.

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Jader Lazarini

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