Ibovespa em 2024: quais as perspectivas para os investimentos em renda variável neste ano?

Analistas projetam que 2024 será marcado por duas discussões principais: queda de juros e desaceleração econômica. Neste contexto, os bancos estimam o Ibovespa acima dos 140 mil pontos. Em live no canal da Suno no YouTube, João Mamede, co-gestor de Renda Variável, diz que vê o cenário com otimismo, com uma visibilidade melhor do ambiente econômico doméstico. 

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“A gente começa o ano com uma visibilidade muito melhor do que foi em 2023, quando começava um novo governo que no passado foi caracterizado por não ser tão rigoroso em controle de despesas. Agora, com o marco fiscal, o arcabouço fiscal, que impõe algum tipo de controle, temos alguma visibilidade fiscal para os próximos anos”, destaca Mamede. 

No cenário externo, Mamede cita a melhora dos indicadores de inflação em vários países, principalmente nos Estados Unidos, o que deve propiciar cortes de juros sincronizados em várias regiões globais. “Não se sabe se no segundo ou terceiro trimestre, mas teremos reduções de juros”, diz ele. 

“Com os juros nos Estados Unidos podendo cair neste ano, você cria obviamente um ambiente muito propício para investimento em renda variável. Então, no investimento na Bolsa de Valores, a expectativa é de que, sim, a gente vai continuar a ver bons indicadores”, comenta Mamede. 

Ibovespa: quais são os principais setores para investir?

Quanto aos setores, o especialista da AZ Quest diz que a casa está cautelosa principalmente com os setores domésticos, como varejo. Uma das causas é o consumidor ainda bastante alavancado e com níveis de confiança longe do patamar adequado. 

“Os níveis de inadimplência no sistema ainda são elevados. Os bancos e as empresas de financiamento ainda não estão crescendo na carteira de pessoa física, como precisaria crescer para a gente ver um varejo voltando com força. Então, nesses setores,  a gente está bastante leve. Hoje a gente tem algumas apostas, mas muito pontuais”, explica o executivo. 

Neste contexto, a AZ Quest tem exposição no setor de óleo e petróleo, em pesos pesados como Petrobras (PETR4) e outras de menor porte também de petróleo. “Não temos exposição a setores de mineração, mas sim a ações de commodities agrícolas, em que o país tem força”, diz ele. Além disso, a casa também tem uma posição maior no setor financeiro, em ações de grandes bancos, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3). 

Hora de tomar mais risco nos investimentos?

Com o cenário macroeconômico mais claro para os próximos meses, está na hora de adicionar mais risco aos investimentos. Com a inflação e a taxa Selic em tendência de queda, “apostar” em ativos de renda variável pode ser uma boa opção para o investidor, mas com prudência.

Na visão do gestor de Macro e Renda Fixa da AZ Quest, Gustavo Menezes, sim, é hora de adicionar risco aos investimentos, mas é preciso lembrar que os juros ainda estão com taxas elevadas. A inflação já caiu, e os cortes da Selic são feitos a cada 45 dias, ainda mantendo os juros em patamares de dois dígitos.

Por isso, Menezes acredita que não dá para “sair desesperado comprando risco, pois o juro vai seguir restritivo, atualmente em 13,25%”. O Banco Central deixou claro que segue sua estratégia, uma vez que a inflação não está totalmente sob controle.

Ibovespa pode chegar a 160 mil pontos em 2024, diz Santander

Em relatório, o Santander projeta que o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, pode chegar a 160 mil pontos até o fim de 2024, apoiado pela flexibilização monetária local e americana.

“Nossa visão positiva é baseada em um ciclo de flexibilização contínua do Banco Central (BC), com a taxa Selic atingindo 9,5% até o final de 2024, além da probabilidade crescente de uma aterrisagem suave na economia dos EUA, o que poderia levar o Fed a cortar as taxas na segunda metade do ano que vem”, explica o Santander.

O banco lembra que em junho de 2023 já projetava um mercado altista para as ações brasileiras, apoiado no ciclo de flexibilização das taxas de juros no Brasil. “Desde então, o Ibovespa subiu 15%, mas ainda vemos espaço para uma recuperação mais forte com Ibovespa atingindo 160 mil pontos até o final de 2024″, diz o Santander.

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Vinícius Alves

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