Hospital Care suspende IPO devido à deterioração dos mercados

O Hospital Care (HCAR3) suspendeu seu processo de abertura de capital (IPO, em inglês), conforme publicou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O grupo hospitalar solicitou à autarquia a interrupção do pedido de registro da oferta pública inicial de ações por um período de até 60 dias.

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De acordo com o documento, o Hospital Care informou que a suspensão é “devido à deterioração das condições dos mercados brasileiro e internacional”. A faixa indicativa da oferta havia sido colocada entre um valor de R$ 22,50 e R$ 28,50 e considerando a mediana da faixa, de R$ 25,50, a companhia poderia levantar R$ 790,5 milhões.

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A empresa pretendia usar os recursos líquidos captados para investimentos para expansão e desenvolvimento de unidades já existentes, aquisição de novos ativos, investimentos em sistemas, inovação e tecnologia e aquisição de cotas e/ou ações para aumento da participação societária em sociedades investidas.

A operação era coordenada pelo Itaú BBA (coordenador líder); BTG Pactual (BPAC11); Bank of America; XP; Safra e UBS BB.

Cerca de 30 companhias desistiram do IPO este ano

O Hospital Care não é a única empresa brasileira que decidiu colocar seu IPO em compasso de espera.

Ontem a Infracommerce, empresa de soluções digitais, informou ao mercado que cancelou sua estreia na bolsa de valores. A companhia explicou que a suspensão era “em razão da atual conjuntura do mercado financeiro e de capitais”. Por sua vez, na terça-feira (27), a Rio Alto, empresa especializada na produção e  comercialização de energia solar, cancelou IPO e optou por repensar a estrutura da transação em meio a uma maior aversão ao risco.

Na semana passada, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o Grupo Fartura de Hotifruti e a Casa & Vídeo desistiram de suas ofertas.

Já na semana retrasada, a Oleoplan (líder em vendas de biodiesel), Tegra (antiga Brookfield) e Banco BV (antigo Votorantim) cancelaram seus IPOs. Outras desistências foram do Banco Pan e Uni.Co (dona da marca Imaginarium).

Com o Hospital Care e a Infracommerce, já são 31 ofertas canceladas este ano e ainda há projeção de que a lista de desistência permanece subindo pois o Grupo Big, comprado pelo Carrefour (CRFB3), consta ainda como operação aberta na CVM.

Sobre o Hospital Care

Conforme o prospecto, a companhia disse gostar de se definir como um “ecossistema nacional de ecossistemas regionais”.

“O conceito da companhia passa por identificar cidades-alvo dentro das nossas regiões de atuação, adquirir um hospital privado de alta complexidade, com relevância regional e credenciado a diversas fontes pagadoras (nível ‘terciário’), e então construir de forma orgânica ou inorgânica uma rede completa no entorno desse hospital, incluindo ativos de baixa (nível ‘primário’) e média (nível ‘secundário’) complexidades”, explicou o Hospital Care.

Desse modo, a empresa possui um hospital de alta complexidade no centro do Hub, conectado com diversos ativos de complexidades, vocações, e localizações diferentes.

Hoje, a empresa de saúde possui cinco hubs operacionais, compondo uma rede com 11 hospitais, 1.206 leitos e 24 clínicas e centros médicos, além de duas operadoras de saúde com aproximadamente 101 mil vidas, que contam com mais de 210 médicos credenciados, 9 clínicas e laboratórios e 13 hospitais, atendendo 16 cidades.

Em 2020, a receita líquida do Hospital Care totalizou R$ 983,8 milhões, um crescimento de 27,1% em relação aos R$ 774,0 milhões no período encerrado em 2019. O lucro líquido de 2020 somou R$ 12,1 milhões, revertendo prejuízo líquido de R$ 24,2 milhões no mesmo período do ano anterior.

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Poliana Santos

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