Hapvida (HAPV3) tenta se recuperar de perda bilionária na Bolsa e coloca à venda dois ativos não estratégicos

Após perder R$ 13 bilhões em valor de mercado com a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022, a Hapvida (HAPV3) colocou à venda dois ativos não estratégicos: a healthtech Maida e a Resgaste São Francisco. Segundo informações divulgadas nesta terça (7), essa operação visa enxugar a estrutura da maior operadora de plano de saúde do País.

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De acordo com o jornal Valor Econômico, a operação de venda dos ativos da Hapvida está sendo assessorada pelo BTG Pactual.

Nos últimos anos, a companhia de planos de saúde adquiriu as operações da Notre Dame Intermédica e do grupo de saúde São Francisco. Agora, os executivos da Hapvida começam a avaliar quais operações a empresa poderia se desfazer para enxugar a estrutura, segundo as fontes do Valor.

“São empresas que não fazem parte do ‘core’ do grupo e tiram o foco do seu principal negócio”, ressaltou uma fonte.

Segundo a reportagem, esses ativos à venda não são de alto valor, mas essa operação sinaliza ao mercado que a companhia quer buscar maior eficiência financeira. Além disso, a empresa de saúde teria iniciado conversas com a companhia de reestruturação G5.

Desde a divulgação do balanço na última quarta, as ações da Hapvida caíram quase 40%, o que equivale a uma perda de R$ 13,2 bilhões em valor de mercado.

Procuradas pelo Valor, Hapvida e G5 não se manifestaram. O BTG Pactual não comentou o assunto.

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Hapvida: Balanço do 4T22

No balanço apresentado ao mercado na última terça (28), a Hapvida registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 316,7 milhões no 4T22. No mesmo período do ano passado, o resultado havia sido de um lucro de R$ 200,2 milhões.

Nos números ajustados, o plano de saúde teve lucro líquido de R$ 161,1 milhões, resultado 56,1% menor que o registrado no mesmo período de 2021. No comunicado, a empresa explicou que as demonstrações financeiras incluem os onze meses das operações da Notre Dame Intermédica. A receita líquida consolidada aumentou 150% ante o 4T21 e foi para R$ 6,5 bilhões.

“Individualmente, as receitas crescem mesmo com o impacto do reajuste negativo dos planos individuais, estimados em R$ 18 milhões para Hapvida e em R$ 11,7 milhões para a Notre Dame. A partir de maio de 2022, os contratos existentes elegíveis de planos individuais passaram a sofrer o reajuste de 15,5%”, ressaltou a empresa no relatório.

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Entre outubro a dezembro de 2022, o Ebitda (Lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) da Hapvida ficou em R$ 528,9 milhões, crescimento de 36,2% no panorama anual.

Guilherme Vianna e Luiz Assis, analistas da Genial, dizem que o resultado não foi muito animador: “Acreditamos que o resultado do 4T22 ainda não trouxe a luz no fim do túnel para a operadora de planos de saúde”.

“Vemos os resultados como muito negativos, especialmente porque eles apontam para um curto e médio prazo difícil em termos de crescimento e margens”, aponta Rafael Barros, analista da XP, sobre os números da Hapvida.

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Erick Matheus Nery

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