Guedes pede congelamento de preços a empresários: “Nova tabela só em 2023”

No dia em que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, mostrou perda de força, com alta de 0,47% em maio, ante os 1,06% anotados em abril — embora continue em dois dígitos –, o ministro da Economia Paulo Guedes fez um pedido: quer um freio na alta de preços. Em tom de campanha eleitoral, disse aos empresários do setor de supermercados que pretende derrubar os preços dos produtos comercializados. Guedes foi além e falou como um ministro da Fazenda dos anos 80, época de hiperinflação e planos econômicos com congelamento de preços: “Reduzimos impostos. Pedimos nova tabela de preços só em 2023, para travar os preços. Vamos parar de aumentar preços por dois ou três meses. É uma hora decisiva para o Brasil.”

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As declarações do ministro foram feitas durante participação no Fórum da Cadeia Nacional, organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “Reforço o pedido do presidente, é hora de dar freio nos preços. O empresariado precisa entender que temos que quebrar a cadeia inflacionária. Se o presidente está pedindo para baixar preços, quem tem voto é ele, vamos baixar. Vamos dar uma trégua de preços”, reforçou. O ministro disse que é preciso “todos estarem juntos nessa trégua para quebrar a espiral inflacionária”.

Segundo Guedes, os produtos do campo passam por um “corredor polonês” de impostos até chegar às prateleiras. O ministro também pediu que os governadores aceitem as propostas do governo para reduzir os impostos dos combustíveis.

O ministro da Economia citou ainda que o governo federal repassou aos governos estaduais R$ 500 bilhões nos últimos três anos e têm R$ 180 bilhões em caixa.

“Está na hora de os governadores ajudarem o Brasil. Os governadores tiveram um aumento de arrecadação brutal. O governo federal não conseguiu dar aumento para funcionalismo, mas reduziu impostos. Alguns governadores não querem compartilhar aumento de arrecadação com a população. É a primeira vez que os Estados vão colocar a mão no bolso”, disse.

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Bolsonaro pede que supermercados tenham ‘menor lucro possível’ na cesta básica

O presidente Jair Bolsonaro apelou nesta quinta-feira, em participação virtual em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que empresários “baixem 1% que seja” para ajudar o governo e o País. Ele não deixou claro, contudo, se referia à redução de margem de preços ou de lucros. Pouco antes, no mesmo evento, ele pediu pelo “menor lucro possível” na cesta básica.

“Com todo respeito, se todos que estão ouvindo, se cada um baixar 1% que seja, ajuda bastante a gente. Ficaria eternamente grato a todos vocês”, declarou o presidente. “Nós devemos, em momentos difíceis como esses, entendo, todos nós colaborarmos. Então, o apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, para que os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população”, disse pouco antes.

Bolsonaro ainda afirmou no evento que discordaria “um pouco” do ministro Paulo Guedes, no que diz respeito ao desenvolvimento da proposta de redução do ICMS sobre os combustíveis: “A questão do ICMS foi trabalho da Câmara, capitaneado por (Arthur) Lira (PP-AL)”. E afirmou que os governadores têm colaborado na pauta, apesar da pressão feita por eles junto ao Senado federal por ajustes no texto do teto do ICMS. “Governadores vão colaborar tendo um teto para o ICMS”, disse.

O chefe do Executivo também previu que a guerra na Ucrânia “terá ponto final brevemente” e que seu governo quer se relacionar “com mundo todo”, sem “priorizar países com ideologias diferentes”. Ele afirmou que dois países da América do Sul “rumam em direção à Venezuela”, mas não citou quais.

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Guedes: reconfiguração das cadeias produtivas é o fato mais importante em curso

Guedes afirmou ainda que a reconfiguração das cadeias produtivas globais é o fato mais importante em curso no mundo, diante da guerra da Ucrânia. Segundo ele, o Brasil participará desse processo recebendo investimentos porque é “amigo do mundo inteiro”.

As declarações também foram feitas durante participação no Fórum da Cadeia Nacional, organizado pela Abras. Guedes também afirmou que o Brasil poderia estar crescendo 3% ao ano se a guerra da Ucrânia não tivesse ocorrido.

“Já poderíamos estar crescendo 3% este ano. A inflação vai começar a cair, vão cair os juros. Vamos confiar no Brasil, apertar o cinto. Vamos reindustrializar o Brasil em cima de energia verde. O dinheiro virá da Europa e dos Estados Unidos justamente porque Brasil está perto e é amigo, confiável. O mundo todo teve ruptura na cadeia produtiva, nós não”, disse.

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Ministro: governo não conseguiu dar aumento para funcionalismo, mas reduziu impostos

Guedes comentou ainda que os servidores públicos não terão reajuste salarial em 2022, mas sinalizou que eles devem ser contemplados com aumentos em 2023. As declarações foram feitas durante participação virtual no Fórum da Cadeia Nacional, organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

“O governo federal não conseguiu dar aumento para funcionalismo, mas reduziu impostos. O funcionalismo está entendendo que terá aumento para todo mundo ali na frente”, disse.

Segundo Guedes, o Brasil será o primeiro país a sair da crise econômica decorrente da pandemia de covid-19 e da guerra da Ucrânia. O ministro afirmou que um dos indicativos da melhora do ambiente econômico é a demanda por ações no processo de capitalização Eletrobras.

Para frear a alta de preços, Guedes também pediu aos empresários que travem os preços dos produtos vendidos no Brasil. “Nova tabela de preços só em 2023, trava os preços, vamos parar de aumentar preços”, fez o apelo o ministro.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Marco Antônio Lopes

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