GPA (PCAR3) pode levantar até R$ 450 milhões com venda de postos e edifício-sede; saiba mais

Em fato relevante divulgado na manhã desta sexta-feira (23), o GPA (PCAR3) confirmou que tem negociações em curso para a venda de postos de gasolina localizados em diversas regiões do Brasil, por meio de várias transações com diferentes potenciais compradores, e do imóvel onde está localizada a sua sede administrativa na cidade de São Paulo.

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De acordo com a avaliação interna da empresa, a soma da venda destes ativos pode atingir montantes entre R$ 400 a R$ 450 milhões.

“No entanto, a companhia esclarece que, até o momento, não celebrou qualquer acordo vinculante para a venda dos postos e/ou da sede, tendo apenas se antecipado na submissão ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) dos atos de concentração para a venda de determinados postos, que não representam valores relevantes”, diz a empresa.

“Os termos e condições de tais vendas ainda estão em negociação e sua conclusão depende do cumprimento de certas condições, incluindo a celebração dos contratos definitivos”, completa.

No fato relevante, o GPA disse que vem informando o mercado acerca dos avanços no seu plano para redução da alavancagem financeira por meio da venda de ativos non core e melhoria de eficiência na alocação de capital.

GPA (PCAR3): analistas veem resultado positivo no 4T23, mas reforçam que alavancagem ainda é problema

O GPA, empresa que controla o Pão de Açúcar, apresentou um prejuízo líquido de R$ 303 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23). Apesar das perdas, os analistas consideram o resultado positivo, uma vez que houve evolução em todas as linhas. 

“Apesar de a companhia ainda ter reportado prejuízo das operações continuadas, notamos evolução nas vendas mesmas lojas combinada ao ganho de margem bruta, compensando os maiores dispêndios visando à melhoria dos serviços em lojas”, cita o BB Investimentos. 

receita líquida do GPA cresceu 7% na base anual, suportada pela expansão, cerca de 61 novas lojas abertas em 2023) e pelo sólido desempenho de vendas mesmas lojas (+4,3%), apesar das tendências de deflação alimentar.

Para a XP, em termos de rentabilidade, a margem bruta foi novamente o destaque, com um aumento de 3,1 pontos percentuais frente ao mesmo período do ano passado, impulsionada por melhores condições comerciais, redução da quebra de produtos e menores custos logísticos, levando a margem Ebitda ajustada a subir 2,9 p.p no comparativo anual, ligeiramente afetada por despesas de vendas mais altas. 

“O prejuízo líquido das operações continuadas foi de R$ 87 milhões, ainda pressionado pelas despesas financeiras, enquanto o FCF foi positivo em R$ 1 bilhão, principalmente em fornecedores e estoques”, explica a XP. 

Segundo analistas, o GPA continua a lidar com contingências do fechamento das lojas Hiper, afetando as operações descontinuadas. Espera-se que benefícios de negociações melhores com fornecedores, otimização de despesas e estratégias promocionais continuem. A rentabilidade das lojas de proximidade abertas em 2022 e 2023 já supera as mais antigas.

As ações do PCAR3 acumulam alta de 5,2% desde o início deste ano, à luz das melhorias contínuas de vendas e rentabilidade. No entanto, o BB Investimento ainda mantém recomendação neutra  para ações e preço-alvo para o final de 2024 em R$ 5,60.

Por sua vez, a Genial avalia que, com ajustes de sortimento, redução de ruptura e despesas, 2023 marcou a virada da empresa. A perspectiva é que a evolução micro e macro beneficie a companhia em 2024. Dessa forma, a Research recomenda compra das ações do GPA, com preço-alvo de R$ 5,50, representando um upside de 29%. 

GPA: redução da alavancagem permanece em destaque, dizem os analistas

Segundo o BTG Pactual, como esperado, os resultados do GPA mostraram uma tendência de melhoria em suas operações brasileiras, enquanto o processo de redução da alavancagem permanece em destaque. A empresa encerrou o 4T23 com uma alavancagem financeira de 5,0x dívida líquida/EBITDA pós-IFRS16. 

“Embora a recuperação ainda esteja em andamento, mantemos nossa classificação Neutra por enquanto, esperamos que as margens melhorem gradualmente e que os recentes desinvestimentos (imobiliário, Cnova e Éxito) reduzam a alavancagem financeira”, afirma o BTG. 

Na mesma linha, o Goldman Sachs afirma que o lucro líquido continuou a ser impactado negativamente por despesas pontuais relacionadas ao processo de recuperação (por exemplo, reestruturação/fechamento de lojas) e altas despesas financeiras, já que a alavancagem continua relativamente alta. “Nesse sentido, observamos que a empresa continua a avaliar uma potencial oferta subsequente, pois a redução da alavancagem continua a ser uma prioridade-chave para a empresa.”

O Safra reforça que a alavancagem é o principal preocupação para a empresa: o PCAR3 encerrou 2023 ainda altamente alavancado, com uma dívida líquida de R$2,3 bilhões em relação a um EBITDA estimado ajustado ex IFRS de R$0,3 bilhão, que é a nossa principal preocupação sobre o caso.

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Prejuízo cai 72,5% no 4T23, para R$ 303 milhões

GPA apresentou um prejuízo líquido de R$ 303 milhões no quarto trimestre de 2023. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, ou seja, quarto trimestre de 2022, o resultado do GPA mostra uma redução de 72,5% no prejuízo líquido, visto que as perdas da empresa um ano antes foram de R$ 1,102 bilhão.

O prejuízo líquido continuado foi de R$ 87 milhões no quarto trimestre do ano passado, frente a um prejuízo de R$ 272 milhões no mesmo período de 2022.

O balanço do GPA diz que a diminuição desse prejuízo continuado é atribuída à “melhora do Ebtida ajustado e das outras receitas e despesas operacionais”.

O prejuízo líquido descontinuado foi de R$ 216 milhões, que se deve principalmente ao impacto do provisionamento para as contingências trabalhistas do Extra Hiper e ao fim do contrato para aquisição de energia elétrica no mercado livre, relativo à energia contratada de forma excedente, atrelada a atividades descontinuadas.

receita líquida do 4T23 foi de R$ 5,257 bilhões, correspondente a um crescimento de 7,3% na comparação com igual etapa de 2022.

lucro bruto do GPA atingiu R$ 1,349 bilhão no quarto trimestre de 2023, apresentando alta anual de 21,9%. Já a margem bruta avançou 3,1 pontos percentuais (p.p.), passando de 22,6% no 4T22 para 25,7% no 4T23.

Conforme aponta o balanço trimestral do GPA, as despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 988 milhões no quarto trimestre de 2023, cerca de 15,9% superiores aos R$ 852 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.

Desempenho das ações de GPA

Cotação PCAR3

Gráfico gerado em: 23/02/2024
1 Dia

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Giovanni Porfírio Jacomino

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