Acionistas do GPA (PCAR3) dão aval para aumento de capital; veja os detalhes

Os acionistas do GPA (PCAR3), o Grupo Pão de Açúcar, aprovaram nesta segunda-feira, 22, por meio de assembleia geral extraordinária, um aumento de capital autorizado, no limite de até 800 milhões de ações ordinárias, mediante aprovação do conselho de administração, segundo comunicado enviado ao mercado.

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Essa iniciativa abre caminho para que a supermercadista possa emitir novas ações do Pão de Açúcar no mercado. No final do ano passado, o GPA informou que contratou os bancos Itaú BBA e BTG Pactual para avaliarem essa operação no mercado secundário.

Diante das dificuldades de caixa que a empresa vem enfrentando nos últimos anos, principalmente no que diz respeito ao seu modelo de negócio, este follow-on por característica colocará dinheiro no caixa e deve ser utilizado para reduzir o endividamento, tão criticado pelo mercado.

No terceiro trimestre de 2023, a dívida líquida do GPA era de R$ 3,02 bilhões, enquanto a alavancagem, medida pela relação dúvida líquida por Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, era de 2,5x.

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GPA (PCAR3) e outros supermercados: margens podem crescer com El Niño em 2024?

Supermercados como GPA (PCAR3), Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) tendem a ter margens financeiras maiores em 2024, à medida em que o El Niño causa mudanças nas temperaturas. Com o fenômeno, as lavouras são penalizadas, potencialmente elevando o preço dos alimentos, mas a um patamar não tão forte a ponto de comprometer os volumes de venda.

Como o consumo alimentar não é tão cíclico e o poder de compra da população está em um cenário mais benigno, os atacarejos podem repassar a alta desses produtos imediatamente para os clientes. Isso contribui para um aumento do tíquete médio que faz a receita por metro quadrado subir, favorecendo as margens, segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Ainda é cedo para garantir que haverá uma inflação alimentar neste ano, mas os alimentos não trarão alívio ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como em 2023.

Na última quinta-feira (11), a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o IPCA de dezembro cheio acelerou de 0,28% em novembro para 0,56%, resultado acima da mediana das estimativas do Projeções Broadcast, de 0,49%.

Segundo Luiz Carlos Almeida, analista da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, houve aumento de preços principalmente em alimentos sensíveis ao clima. O índice oficial de inflação fechou o ano passado em 4,62%.

O analista Lucas Rietjens, da Guide Investimentos, diz que estudos mostram que o El Niño causa um efeito inflacionário. “Se isso vier a ocorrer, deve ter um impacto ligeiramente positivo nas margens dos players de varejo alimentar em 2024, pois são companhias que têm maior facilidade em repassar preço ao consumidor final”, afirma.

Os supermercados podem repassar uma potencial inflação por venderem a base alimentar, que é um consumo essencial, enfatiza Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset.

De acordo com ele, o risco de quebra de safra com o El Niño é grande, o que traria como consequência uma pressão nos preços das commodities agrícolas.

Embora preços mais elevados historicamente conduzam a volumes mais baixos, a XP (XPBR31) considera que uma inflação em torno de 4% a 5% é benigna para o varejo alimentar, apoiando o crescimento da receita sem comprometer volumes.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) não vê maior contribuição dos produtos agropecuários na inflação em 2024. “A ajuda para redução da inflação por meio dos alimentos não haverá. A dúvida é se haverá pressão inflacionária pelos alimentos, mas, por enquanto, não há indicativos de pressão generalizada mesmo com sinais de alta de preços em algumas cadeias”, avaliou o pesquisador e economista do Ipea José Ronaldo Souza Júnior.

Além disso, os analistas da XP Danniela Eiger, Rodolfo Margato e Gustavo Senday destacam que o poder de compra da população está melhorando gradativamente.

“Segundo dados do Procon, a Cesta Básica Brasil (incluindo produtos de higiene pessoal e limpeza) historicamente representa 76% do salário mínimo dos brasileiros. Porém, durante a pandemia, essa participação ultrapassou 100% (atingindo seu pico em julho de 2022) e tem sido revertido lentamente à média histórica ao longo de 2023”, escrevem, em relatório enviado a clientes.

A melhora do consumo se dá pela queda da taxa Selic que propicia desalavancagem das famílias, reformas que acarretam um cenário mais favorável para emprego, e inflação controlada, segundo o analista Carlos Soares, da Mirae Asset.

Soares afirma que o preço dos alimentos impacta principalmente a linha de Like for Like (medida que compara as vendas brutas de um período com base em lojas comparáveis). “Com potencial alta no preço dos alimentos, haveria aumento do tíquete médio dos produtos. Assim, a receita por metro quadrado das companhias subiria enquanto a estrutura de custo provavelmente se manteria. É um cenário construtivo para a alavancagem operacional das companhias, impactando as margens favoravelmente”, explica.

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