GPA (PCAR3): BTG vê avanço operacional, mas alerta para risco de alavancagem

O GPA (PCAR3) mostrou evolução nas margens e no ritmo de vendas no primeiro trimestre de 2025, com sinais de retomada operacional após anos de reestruturação. No entanto, analistas do BTG Pactual seguem cautelosos com a tese de investimento, destacando que a alavancagem segue elevada e ainda representa um risco considerável.

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A receita bruta da companhia somou R$ 5,1 bilhões, alta de 4,6% frente ao mesmo período do ano anterior. O lucro bruto cresceu 5,6%, alcançando R$ 1,3 bilhão, com avanço de 0,3 p.p. na margem bruta, para 27,6%. Já o EBITDA ajustado (pós-IFRS 16) foi de R$ 409 milhões, um crescimento anual de 9,9%.

Mesmo com a melhora operacional, o prejuízo líquido das operações continuadas foi de R$ 280 milhões no trimestre, ainda pressionado pelo elevado custo da dívida. A despesa financeira líquida somou R$ 318 milhões, e a alavancagem medida pela dívida líquida/EBITDA ficou em 2,8x — patamar que preocupa os analistas.

“O GPA segue sendo uma das teses mais arriscadas do setor. Apesar do progresso na operação, a desalavancagem será lenta e a geração de caixa ainda não nos dá conforto”, escreveram os analistas Gabriel Disselli, Luiz Guanais, Pedro Lima e Luis Mollo, do BTG Pactual. Eles mantiveram recomendação neutra para PCAR3, com preço-alvo de R$ 4,00 e projeção de prejuízo de R$ 349 milhões em 2025.

Em relatório de resultados, o CEO Marcelo Pimentel afirmou que a companhia está comprometida com um modelo mais resiliente: “Estamos entregando um GPA mais eficiente, com crescimento sustentável e foco absoluto em geração de caixa.” Ele também destacou que os resultados do trimestre refletem “o novo patamar de produtividade e disciplina financeira que buscamos implementar desde o início da reestruturação.”

Para o BTG, os avanços operacionais ainda não se traduzem em uma tese de investimento clara. O banco avalia que a valorização das ações dependerá da capacidade do GPA em acelerar a desalavancagem e estabilizar sua estrutura de capital nos próximos trimestres.

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Maíra Telles

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