Raízen (RAIZ4) pode se beneficiar de nova diretriz do governo para energia renovável

A medida vem meio a crise hídrica e define regras para a compra de energia provida por biomassa, carro-chefe da joint venture entre Cosan e Shell.

O governo federal oficializou nesta sexta-feira, 23, uma Portaria Normativa com diretrizes para a contratação de energia por termelétricas movidas a biomassa. A medida beneficia empresas como a São Martinho (SMTO3) e a Raízen (RAIZ4), que atuam no segmento de energia renovável. 

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Publicada no Diário Oficial da União pelo Ministério de Minas e Energia, a portaria já era aguardada pelo mercado, principalmente por empresas como a Raízen – joint venture entre Cosan e Shell -, para o atendimento da demanda de energia do país. 

De acordo com a portaria do ministério, as usinas de biomassa poderão oferecer volumes adicionais de geração de energia para apoiar o sistema, o que até então não era permitido. A decisão de aceitar ou não as ofertas ficará por conta do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) do governo. 

A crise hídrica em que o Brasil se encontra já pressiona os reservatórios das hidrelétricas e levanta questionamentos sobre segurança energética. A vigência da medida será até 31 de dezembro de 2022. 

O fornecimento será por período determinado e de forma ininterrupta dentro do prazo ofertado e aceito pelo CMSE.

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A Associação da Indústria de Cogeração de Energia e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar avaliam que as usinas movidas a biomassa, principalmente as de bagaço de cana, como é o caso da Raízen, devem conseguir vender essa energia adicional a custo próximo de R$ 400 por megawatt/hora. 

Para meio de comparação, as termelétricas acionadas nos últimos meses devido a crise hídrica têm um custo acima de R$ 1.000 por megawatt/hora. 

Hora da Raízen 

Maior produtora de energia gerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar, a Raízen é uma das empresas que pode se beneficiar com a iniciativa. 

A transição energética de combustíveis fósseis para materiais renováveis é a principal frente da joint venture. Tanto que a sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) atraiu fundos internacionais especializados em energia. 

O IPO da Raízen já é considerado o maior da temporada e deve movimentar até R$ 7,7 bilhões, o que a colocaria entre as maiores ofertas da história da B3.

Em seu site, a empresa afirma que sua produção atual de energia renovável seria capaz de abastecer uma cidade como a do Rio de Janeiro por um ano, por meio de uma fonte de energia constante e previsível. 

De acordo com a Raízen, a energia gerada pela biomassa tem como pico de produção justamente o período mais seco do ano, quando a matriz hídrica fica mais pressionada.

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Monique Lima

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