GPA (PCAR3): analistas se dividem em relação aos resultados do 1T24; ações caem no Ibovespa
Em relatórios mais recentes sobre o GPA (PCAR3), analistas se dividiram quanto aos resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24) da varejista, que aumentou suas perdas na comparação anual. As ações da companhia caem no Ibovespa nesta quarta-feira (8).
No intradia, as ações PCAR3 caíam 1,47%, cotadas a R$ 3,35. No mês, os papéis sobem 14,67%, enquanto no ano, recuam 17,23%.
Cotação PCAR3
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 407 milhões referente às operações continuadas no primeiro trimestre de 2024 (1T24), com aumento de 27,59% nas perdas comparadas com igual etapa de 2023, quando esse prejuízo foi de R$ 319 milhões.
O resultado do GPA é atribuído principalmente à adesão ao programa de quitação de débitos de ICMS do governo de São Paulo. Isso teria permitido uma diminuição de cerca de 80% para quitar as contingências que totalizavam R$ 3,6 bilhões.
Segundo a XP, o Pão de Açúcar reportou resultados mistos no primeiro trimestre, com melhora do crescimento e das margens, mas um prejuízo líquido maior dado as provisões contábeis e resultados financeiros pressionados.
O banco destaca a rentabilidade do GPA no trimestre, com margem bruta expandindo 1,4 ponto percentual no ano, apoiada por melhores condições comerciais com fornecedores, redução dos índices de ruptura e menores custos logísticos, enquanto a margem Ebitda ajustada subiu 1,7 ponto percentual, devido a menores despesas de venda atreladas às otimizações do orçamento base-zero.
Genial: resultados do GPA vieram acima do esperado
Para a Genial Investimentos, o resultado do 1T24 do GPA veio acima do esperado, com resultado operacional 6,2% acima das expectativas da casa e margem Ebitda ajustada 30 pontos-base acima das projeções da corretora.
A casa enxerga que além de ganhar market share pelo 6º trimestre consecutivo, e mesmo diante de uma base comparativa forte de ser vencida, o GPA consolidou uma rentabilidade operacional mais forte dos últimos 2 anos. “Entendemos que a companhia tem conseguido executar, dentro do possível, seu turnaround com devido primor”, escrevem os analistas Iago Souza e Nina Mirazon.
“Gostamos do resultado apresentado e da direção que a companhia tem caminhado, com a gestão sendo mais clara na resolução de imbróglios relativos às contingências fiscais e tornando a companhia mais asset light − dado o prosseguimento de venda da sede administrativa de São Paulo e preparação da alienação dos atuais 66 postos de combustíveis (o qual poderia representar uma entrada de até R$ 450 milhões em caixa quando concluída)”, acrescenta a casa.
Com os números relativos ao 1T24 do Carrefour (CRFB3), do Assaí (ASAI3) e do GPA já consolidados, a Genial avalia que o Grupo Pão de Açúcar tem sido o mais beneficiado em termos de fluxo às lojas e conversões em vendas.
“Com um Same Store Sales (visão inc. postos e exc. efeito calendário) de 5,4% a/a, a companhia tem conseguido entregar um crescimento orgânico superior ao dobro da inflação de alimentos no período”, completa a casa.
A Genial tem recomendação de ‘compra’ para as ações do GPA, com preço-alvo a R$ 5,50.
BTG vê GPA como opção arriscada entre varejistas de alimentos; veja análise
Também em relatório, o BTG avaliou que o GPA reportou melhora nos números do primeiro trimestre, marcado por crescimento positivo de vendas mesmas lojas (SSS, ou Same Store Sales, na sigla em inglês), ganhos de margem e desalavancagem financeira devido à venda de ativos e seu recente aumento de capital.
“Apesar dos resultados decentes e dos recentes movimentos de desalavancagem, ainda vemos o GPA como uma opção mais arriscada entre os varejistas de alimentos, embora em meio a um processo de recuperação bem-vindo para reavivar as vendas e a lucratividade na bandeira Pão de Açúcar, mantendo-nos, em última análise, neutros”, escrevem os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.
O BTG não citou o preço-alvo para as ações do GPA.